O envelhecimento da população é um fenômeno global e, no Brasil, especialmente acentuado nos últimos 20 anos, tendendo a acelerar ainda mais nas próximas décadas. Atualmente, as mais de 34 milhões de pessoas acima dos 60 anos são responsáveis por 23% do consumo de bens e serviços no país, contribuindo assim, com seus recursos, para o crescimento da sociedade em geral. Estima-se que em 2040, 57% da força de trabalho brasileira terá mais de 45 anos, conforme aponta pesquisa da consultoria da PWC com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) – com o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) – estabeleceu em sua resolução de dezembro de 2020 a Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), em consonância com o protagonismo, dinamismo e a importância dos mais velhos mundo afora.
No entanto, a Assembleia Mundial de Saúde, órgão de Governança que estrutura e apresenta as ações a serem cumpridas pelas OMS, prevê instituir a velhice como doença, na Classificação Internacional de Doenças, em sua edição de número 11 – CID 11, a partir de 01 de janeiro de 2022, numa clara incoerência à realidade demonstrada até aqui através de seu trabalho na área.
A inclusão da velhice como doença no CID-11 representa a migração de um marcador social (com todas as subjetividades culturais, sociológicas e antropológicas das populações mundiais) para o âmbito de um mecanismo que padroniza enfermidades – o que não contempla a diversidade e as identidades das sociedades e suas construções sociais, econômicas e culturais.
A velhice é uma das etapas de nosso curso de vida e não pode correr o risco de ser interpretada como doença, e sim como a maior conquista social dos últimos 100 anos. Considerar a etapa da velhice como doença é um retrocesso que em muito contribuiria para acentuar globalmente preconceitos em relação à longevidade – o que denominamos idadismo, traduzidos em estigmas que marcam profundamente a saúde emocional e psicossocial das pessoas idosas.
A promoção do envelhecimento deve vir com oportunidades de protagonismo, numa sociedade em que os mais velhos sejam respeitados e valorizados por suas potencialidades como sujeitos de direitos. Lembrando sempre que os jovens de hoje serão os idosos de amanhã – portanto, esta é uma causa de todos.
O movimento:
Entidades e representantes da sociedade civil se uniram e criaram o Movimento “Velhice não é Doença”. O coletivo lançou um manifesto aberto a todas as pessoas, empresas, entidades e movimentos sociais que queiram assiná-lo e já conta com mais de 3.200 assinaturas.
O objetivo do movimento é pressionar os Deputados, Senadores e o Governo Federal para que cobrem a OMS no sentido de rever a classificação que considera velhice uma doença.
O documento é subscrito pelas seguintes autoridades e personalidades:
Alexandre Kalache – Centro Internacional da Longevidade – ILC Brasil
Danilo Santos de Miranda – Diretor do SESC-SP
Lucia Secoti – Ex Presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa – CNDI
João Batista Lima Filho – Comissão de Bioética – CNBB
César Eduardo Fernandes – Presidente da Associação Médica Brasileira – AMB
Patrícia Sereno – Programa Até os 120 – Federação Israelita do Estado de São Paulo
Maria Regina Ermírio de Moraes – Instituto Velho Amigo
João Batista de Andrade – Cineasta e Escritor
Sandra Gomes – Longevida Consultoria
Ivete Berkenbrock – Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG
Gilberto Natalini – Associação Popular de Saúde
Maria Lucia Rodrigues – Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa – PPI
Luiz Roberto Ramos – Escola Paulista de Medicina – EPM
Meiry Fernanda Pinto Okuno – Escola Paulista de Enfermagem /UNIFESP
Tomas Freund – Conselho Estadual do Idoso de São Paulo
Neide Duque – Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo
Joel Padula – Superintendente SESC-SP
Cris Monteiro- Vereadora da cidade de São Paulo
Carlota Esteves – CEO do Movimento Longevidade Brasil
Yeda Aparecida de Oliveira Duarte – Estudo SABE/ Saúde, Bem Estar e Envelhecimento/ O que Rola na Geronto
Karen Garcia de Farias – Sessentônica
Marta Fontenele – Jornalista e Pesquisadora do Envelhecimento
Wagner Romão – Cientista Político/UNICAMP
Lina Menezes – Faz Muito Bem 50+ e Tudo Sobre Alzheimer
Beltrina Corte – Portal do Envelhecimento e Espaço Longeviver
Eduardo Jorge – Médico Sanitarista e Ambientalista
Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência – AMPID
Confederação Brasileira dos Aposentados – COBAP
Luis Eduardo Merces – Itaú Viver Mais
Vanessa Idargo Mutchnik- Comitê 60+ Grupo Mulheres do Brasil
Letícia Bittar- OAB Pará
Morris Litvak- Maturi
Eva Bettine e Camila Tiome Baba- Associação Brasileira de Gerontologia- ABG
Silvia Triboni- Across Seven Seas
Ida Nuñez- Adulto+/Inova360/ Record News
Diego Felix Miguel- Convita
Eduardo Meyer- Coletivo Trabalho 60+
Vera Caovilla- 50 mais Ativo
Áurea Soares Barroso- Pastoral da Pessoa Idosa
Dayane Alves- Instituto Família Barrichello
Carla Santana – Sociedade Brasileira de Gerontecnologia
Vera Caovilla- 50 mais Ativo
Luís Baron- Eternamente Sou
Luciana Feldman- Publicitária e Pós Graduanda em Gerontologia
Marco Antonio Vieira Souto – publicitário
Henrique Sergio Sznifer
Sandra Maria Perrone Sznifer
Warley Martins Gonçalves
Serviço:
Movimento: #VelhiceNãoÉdoença
Manifesto/link:
Imprensa:
Lina Menezes – linamenezes@fazmuitobem.com – (11) 99129-8003
Luciana Feldman – lucianafeldman@gmail.com – (11) 992538727
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