São Paulo é a quinta maior cidade do mundo. Uma metrópole cosmopolita e internacional, a principal de nosso país. Tem 469 anos de fundação e 12,3 milhões de habitantes.
Sua economia alavanca o desenvolvimento nacional, e sua pujança se mostra também na diversidade cultural, científica e social. Seu lema da bandeira: “Não sou conduzido, conduzo”. Mas ao lado disso tudo, essa gigantesca e poderosa aglomeração humana traz consigo dificuldades também gigantescas.
O desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo foi espasmódico, por ondas nem sempre organizadas de imigrações enormes de dentro e fora do Brasil, que a fizeram mais que crescer, inchar e extravasar pelos seus 1500 Km2 de território.
Em 1850, São Paulo tinha 35 mil habitantes. Agora, quase 175 anos depois, aqui habitam mais de doze milhões, e por aqui passam o dobro de pessoas.
A ocupação do nosso território por essa massa humana no decorrer das décadas, causou uma depredação agressiva dos naturais do Planalto de Piratininga, derrubando grande parte da mata nativa, assoreando milhares de nascentes, ocupando e poluindo nossos cursos d’água e destruindo a fauna local.
A forma rápida e desorganizada de ocupação do território urbano, em particular nas últimas décadas, fez dos nossos bairros aglomerados urbanos com pouco ou nenhum planejamento.
Além do centro expandido, que conta com infraestrutura, as áreas periféricas da cidade carecem de recursos básicos de urbanismo e correm atrás deste prejuízo.
Somos uma cidade poluída nas águas, no solo e no ar. Uma cidade socialmente desigual, como na totalidade do Brasil.
Diante desta realidade, os seguidos Governos Municipais, uns mais, outros menos, tentam consertar esta realidade para melhor.
O desafio é imenso! Aparentemente insuperável.
Hoje, São Paulo conta com um arcabouço legal que ajuda a caminhar para a superação de muitos problemas.
A Lei Municipal das Mudanças Climáticas (Lei 14933/ 2009), a Lei dos Combustíveis Limpos (16802/2018), a Lei da Segurança Hídrica (Lei 17104/2019), são apenas três exemplos do arcabouço legal que temos em mãos.
Agora, de 2020 para cá, temos o PlanClimaSP, um estudo detalhado sobre a realidade urbana frente aos desafios das mudanças climáticas.
São 43 metas ousadas e necessárias:
– proteger e aumentar a cobertura verde;
– permeabilizar o solo;
– combater a emissão de gases de efeito estufa e a poluição do ar;
– cuidar dos nossas reservatórios e cursos d’água;
– diminuir as distâncias e desigualdades sociais;
– prover conhecimento e cultura aos nossos munícipes;
– trabalhar com transparência as políticas públicas.
Essas são algumas metas e objetivos a serem implantados para que São Paulo supere suas carências socioambientais e se projete como uma metrópole do Século XXI. A quinta maior do mundo.
Gilberto Natalini – Secretário Executivo de Mudanças Climáticas, Médico e Ambientalista