O metanol é a ponta do iceberg da ilegalidade no Brasil.
Se formos listar os golpes, malandragens, maracutaias, quadrilagens e todos os tipos de crimes, mais ou menos violentos que acontecem no país, a lista seria quilométrica.
Recebemos todos os dias, notícias de dezenas de ilícitos que acontecem por aqui, praticados por pessoas ou grupos de pessoas que atuam para enganar os outros. E isso é o que nos chega ao conhecimento. O número real é infinitamente maior.
Podemos dizer, sem medo de errar, que o Brasil se tornou a terra da safadeza, em grande e pequena escala. Seja presencial ou virtual.
Vivemos uma pandemia de desonestidade que se organiza e atua por meio de pequenas e grandes quadrilhas, dentro e fora dos poderes públicos, em todo território nacional.
Nos tornamos o paraíso da criminalidade, da corrupção e da esperteza. Não é à toa que tivemos 5 Presidentes da República presos desde a redemocratização, inclusive os últimos dois. Isso é sintomático, pois a ilegalidade se inicia na cúpula do país e de forma transversal se espalha até o cidadão comum.
Parece que temos um vírus do mal feito, infectando o corpo e a alma do Brasil.
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dão exemplos diários de mal comportamento, muitas vezes mancomunados com o empresariado, as instituições da sociedade, e as quadrilhas do crime organizado, produzindo tantos escândalos quantos são os dias do ano.
Potencializado por uma perversa concentração de renda, uma degradação ambiental sistemática e uma maneira malandra de ser, o Brasil, esse país grande em território, recursos naturais e população, vai patinando na sua própria história.
Sinceramente não sei como sair dessa!
Estamos estragando nossa Democracia, a tanto custo conquistada.
De uma coisa tenho certeza: todas as medidas a serem tomadas devem ser feitas nos marcos dessa mesma democracia.
O processo de saneamento será doloroso, mas sem ele jamais poderemos ser chamados de Nação.
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista