Nós somos os fiéis depositários dos fenômenos climáticos extremos que já chegaram e vão piorar. A “catástrofe climática” que se avizinha se abaterá, cruelmente, atingindo a humanidade, principalmente as mais vulneráveis e pobres, e também as outras formas de vida do Planeta.
Já estamos vendo isso acontecer. O aquecimento global chegou tão rápido e tão forte, que até a sandice dos negacionistas se recolheu.
A cúpula de Glasgow foi uma grande esperança que passou. O mundo inteiro estava lá, com 200 países (a China mandou um expert). Discutiram por 15 dias, constataram e reconheceram a emergência, acusaram-se uns aos outros, fizeram confissão de culpa, tentaram de todas as formas, mas a realidade da vida e o dinheiro falaram mais alto.
Dessa forma, a COP 26 acabou, passou, e ficou um gosto insosso de mais uma oportunidade desperdiçada. Porém, teve também o lado proveitoso. O acordo de compensação do carbono, com todas as críticas devidas, foi consolidado. Também foi firmado o acordo da redução de metano. O fundo de 100 bilhões de dólares/ano para países mais pobres, sempre prometido e não executado, foi reafirmado até 2025.
Foi combinado também, o acordo do desmatamento zero. O Brasil participou como agregado de tudo isso, e tentando agradar o mundo, aceitou e encorpou tudo isso.
Queremos agora ver cumprir!
O Presidente, que não foi por medo, e o seu Ministro falaram muita bobagem, mentiram muito, tentaram limpar nossa imagem esfumaçada pelas queimadas e suja pelo desmatamento desbragado.
O Brasil passa vergonha diante de todos.
Um toque especial para a participação da sociedade civil, das ONGs, dos cientistas, das empresas e dos povos originários. Ao todo 30 mil representantes. Brilharam com sua presença. Desde a jovem índia Txai, passando pela Greta, entre tantos, o povo gritou seu canto, cobrando, exigindo, propondo.
A COP continua todos os dias, em nossas mentes, em nosso peito, em nossas ações, discussões e angústias.
Na verdade, a COP somos nós, toda a humanidade, que vai caindo na real, e cada vez mais vai entendendo que o jogo é bruto, que a Natureza não está para brincadeira, porque ela vai ficar, mesmo machucada, mas nós podemos ser extintos.
Trata-se de agir!!!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista