Gilberto Natalini SP

No final do ano aprovamos na Câmara, a Lei da Logística Reversa Municipal, que foi sancionada e agora precisa ser implementada. A lei envolve a Prefeitura, o consumidor e o empresariado, no sentido de dar destino correto aos resíduos.

A cidade de SP produz por dia cerca de 17.000 toneladas de lixo e cerca de 7 a 8 mil toneladas de entulho (resíduos da construção civil). O lixo domiciliar é dividido em 3 partes: 51% é lixo orgânico ou lixo úmido, que são restos de comida e os outros 49% se divide em 2 partes, 35% é lixo seco reciclável e os outros 15% é o rejeito, que não pode ser reaproveitado, seguindo para o aterro ou outro tipo de descarte.

Os 35% de recicláveis, que gera em torno de 4500 toneladas dia, é um lixo que pode ser reutilizado ou reaproveitado. Por exemplo, o reaproveitamento da poda de madeira de árvore, também Lei de nossa autoria, apelidada de PAMPA. A lei prevê o reaproveitamento de madeira de poda de árvore. Quando a lei foi aprovada, a Prefeitura chegou a reaproveitar cerca de 70% da madeira da cidade. No governo seguinte, a Lei foi deixada de lado e essa madeira voltou a ir para o aterro. Atualmente cerca de 25% a 30% desse lixo é reaproveitado e levado para os Pátios de compostagem da cidade. Além disso essa madeira de poda de árvore pode virar carvão vegetal, o chamado briquete.

Em casa, também precisamos fazer a nossa parte, separando o lixo e dando o destino correto. O lixo orgânico (cascas de fruta, semente, restos de legumes) pode ser reaproveitado em composteiras, para fazer adubo para as plantas. Quando a quantidade é muito grande, podemos congelar e usar como ração para animais. O lixo seco precisamos separas, lavar e mandar para reciclagem. O caminhão de coleta seletiva da Prefeitura costuma passar ao menos uma vez por semana e leva para o ponto de reciclagem, onde as cooperativas fazem a separação e utilizam esse material para venda, gerando renda.

Condomínios grandes podem fazer a separação desse lixo seco, procurar diretamente uma cooperativa e entregar para reciclagem. Tem alguns materiais com alto valor de mercado como alumínio, ferro, papelão, plástico….
O e-lixo ou lixo eletrônico é um pouco mais complicado, porque tem metais pesados, no entanto ele também não deve ser descartado incorretamente, existem locais que recebem esse lixo e fazem a destinação correta. Esse lixo é muito contaminante.

Precisamos incentivar para que as pessoas não joguem o lixo na rua, pois pode causar enchentes, ir para os córregos, rios e mares, poluindo e matando animais.

São Paulo não tem mais onde fazer aterro sanitário, atualmente o lixo de São Paulo vai para um aterro em Caieiras. Essa logística é muito cara.

Cada um de nós pode e precisa fazer a sua parte. Reduza, Reaproveite, Reutilize!

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista