O meio-ambiente é, sem dúvidas, um dos principais assuntos da última década, e continuará nas principais pautas de discussão ao redor do globo por pelo menos mais um século. Não é de espantar, visto os dados preocupantes apontados por estudos do final do século XX que previam um aumento de até 5ºC da temperatura média da terra até 2100 se a situação não mudasse drasticamente. Pode parecer pouco, mas essa pequena alteração aumentaria drasticamente a freqüência e intensidade de furacões e prejudicaria a produção agrícola em todo o mundo.
Hoje em dia, não há um governo que não esteja preocupado com as questões ambientais de todas as suas ações. A iniciativa privada também adotou uma postura de sustentabilidade, priorizando atividades que causam nenhum impacto ambiental ou que contribuam para o ecossistema. É a união entre o poder público e organizações privadas em prol de um objetivo específico que poderá reverter os danos causados por séculos de exploração inconseqüente de nossos recursos naturais.
Como representante de São Paulo, preocupo-me desde o meu primeiro dia como vereador com a saúde das pessoas. Em 2006, participei da CPI do Passivo Ambiental, que apurou irregularidades e contaminação em toda a cidade. No ano seguinte, presidi a Comissão de Estudos para Apreciar os Problemas, Impactos e Discutir a Relação entre Causas e Efeitos no Aquecimento Global e São Paulo.
Sou autor de diversos projetos de lei, alguns inclusive já regulamentados, que procuram incorporar noções de sustentabilidade às atividades que a prefeitura realiza desde que surgiu. Um dos mais importantes é o PAMPA, já implantado em Santo Amaro, zona sul da capital, um programa que prevê a reutilização da madeira obtida na poda de árvores para confecção de combustíveis e adubo, por exemplo. Outra lei significativa é a que obriga a prefeitura a utilizar água de reuso na irrigação e lavagem de praças e ruas públicas. Assim, protegemos nossos mananciais e promovemos o uso sustentável de um recurso importantíssimo e ameaçado.
A articulação entre público e privado é a chave para o sucesso das empreitadas ambientais. Desde 2002, organizo anualmente uma conferência voltada à discussão de projetos de produção mais limpa, que minimizem o impacto ambiental enquanto aumentam a produtividade. Este ano, o encontro já está confirmado e ocorrerá no dia 24 de agosto. Outra atividade importante é o recolhimento periódico de lixo eletrônico, que é destinado a uma empresa responsável por recondicionar as peças que podem ser aproveitadas e encaminhar os equipamentos a escolas e bibliotecas públicas.
O próximo passo nessa caminhada será dado nos dias 4 e 5 de junho. Será organizada a primeira Virada Sustentável, um evento que vai varar a madrugada com atrações artísticas permeadas pelo tema do meio-ambiente e da sustentabilidade. O evento tem o meu total apoio, e estou mobilizando a Câmara Municipal para participar e contribuir para sua realização.
A Virada Sustentável é uma maneira lúdica e divertida de inserir o tema, outrora restrito a discussões sérias e aparentemente inacessível ao cidadão comum, no cotidiano do paulistano. Com apresentações artísticas espalhadas por sete grandes parques da cidade, o evento vai mostrar que cada indivíduo tem um papel fundamental para o sucesso de todas as empreitadas em prol do meio-ambiente que foram criadas nos últimos vinte anos.
Se o aquecimento global vem tirando o sono de milhares de ambientalistas há pelo menos duas décadas, chegou a hora de toda a população varar a noite descobrindo e aprendendo mais sobre como cuidar da saúde de nosso planeta. Participe da Virada Cultural! Será uma oportunidade incrível de descobrir como cada um pode mudar o destino da Terra.
Gilberto Natalini é médico e vereador em São Paulo