O terreno adquirido pela Tecnisa para a construção de empreendimento imobiliário e que foi declarado de utilidade pública em 2010 continua dando o que falar entre moradores da região e a construtora.
O local abriga espécies raras de árvores, além de uma fauna considerável, inclusive com aves que correm o perigo de extinção. “Trata-se de um verdadeiro oásis em um bairro que não tem opções de lazer e, portanto, a reivindicação dos moradores da região é acertada”, diz o vereador Gilberto Natalini (PV) membro da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade.
Segundo os moradores, a Tecnisa suprimiu exemplares de mata nativa, há maus tratos arbóreos, além de o terreno estar com entulho e abandonado ocasionando falta de segurança para a vizinhança.
O projeto para a criação do parque foi aprovado pela Prefeitura mas a verba para a desapropriação, no valor de R$ 11 milhões, não foi liberada e os moradores querem transformar a área de 17 mil m² no primeiro parque do bairro.
A região é gravada como ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental) no Plano Diretor Estratégico (PDE) aprovado, em julho de 2014, pela Câmara paulistana.
Durante a reunião da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade realizada nesta terça-feira (12) foi discutida a ameaça de o parque não ser implantado já que a Prefeitura, conforme os representantes dos moradores, vem realizando tratativas com a construtora Tecnisa para que sejam construídas torres de 22 andares para 500 unidades o que também impactaria o tráfego de automóveis no local. Em troca, a construtora doaria 7000 m² de área da Mata Atlântica (bosque heterogêneo adensado) que já são protegidos pela legislação federal e que a Prefeitura passaria a manter. Ou seja: o empreendimento seria valorizado por estar ao lado de um miniparque.
O vereador Gilberto Natalini fez questão de salientar que a posição do seu mandato sempre foi 100% a favor da área como parque, como estava previsto. “As poucas áreas verdes da cidade de São Paulo são sagradas e mantenho meus princípios e coerência com a posição que adotei em favor dos parques Augusta e o dos Búfalos em 100% dos respectivos terrenos” destacou o parlamentar ao frisar que “a habitação é fundamental, assim como a reativação de nossa combalida economia mas existem alternativas locacionais a se buscar”.
Natalini defende que “se a gestão passada saiu de 34 e entregou 95 parques, como aceitar que a atual gestão nos deixe 32 áreas de parques existentes e futuros invadidos e o prefeito Haddad queira, agora, ocupar até 30% de praças e parques com edifícios públicos por meio do seu fatídico decreto 55955?” Para o vereador, é preciso lutar e “esperamos conseguir vencer esta boa causa que é a da cidadania e do bem-estar do povo”.