A matéria publicada no portal G1 (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/08/postes-na-faria-lima-dao-choque-e-energia-e-capaz-de-acender-lampada.html) dá conta que postes com luminárias LED na Av. Faria Lima provocam choque de 110 V, o que em certas circunstâncias pode causar até parada cardíaca, além de perdas de energia.
O Vereador Gilberto Natalini (PV) está muito preocupado e cobra informações da Prefeitura quanto a licitação de R$ 7,2 bilhões para trocar as lâmpadas da rede pública por LED. A Frente Parlamenttar pela Sustentabilidade presidida por ele organizou debate com especialistas que apontaram muitas deficiências técnicas no edital (se já é assim no projeto, não é de se espantar má qualidade de execução neste piloto na Faria Lima).
Entre as lacunas no texto está não estabelecer a tecnologia. Há três e uma delas oferece risco à segurança em manutenções e ainda por cima é muito pouco eficiente. Outro aspecto é os LEDs poderem gerar pertubação eletromagnética afetando equipamento eletrônico e semáforos em redes próximas. Isso exige se instalar supressores de ruído, mas nada disso foi previsto pelo edital.
Não à toa, diante de tantos alertas e após exame detalhado, o TCM suspendeu a licitação, mais uma mal preparada e mal redigida. É forçoso reconhecer que a ideia em si é excelente, pois trará economia de até 50% da energia com ganho ambiental e redução de custos. Porém, como em outros projetos da administração Haddad, a gestão e execução são péssimas.
O vereador Natalini é totalmente a favor de ciclovias, mas não com preços absurdos, sem planejamento de traçado, consulta à comunidade e simplesmente pintando faixas em calçadas esburacadas e expondo ao risco pedestres e os próprios ciclistas. Por tal motivo, representou ao Ministério Público e conseguiu mandado de segurança da Justiça obrigando a Prefeitura Municipal de São Paulo fornecer os processos licitatórios. Atender a um pedido de vistas de um vereador, um fiscal da população, é obrigatório pela legislação que assegura transparência no trato da coisa pública. Apesar disso, só com decisão judicial e ainda assim os poucos documentos fornecidos não permitem se compilar e traçar um quadro real dos gastos.
Da mesma forma, não dá para fazer faixas de ônibus às pressas, eleitoralmente, sem remanejamento de linhas que otimizem os benefícios. O problema é que não dá para governar tendo uma ideia num dia e mandando executar no dia seguinte, sem nenhum planejamento. Baixar velocidade nas Marginais faz sentido, se isso for feito para manter o tráfego em movimento. Contudo isso requer estudos de engenharia de tráfego e simulações com modelos matemáticos para avaliar se vai funcionar. Agora comprar dezenas de novas placas e sair fixando sem critério e depois dizer que é um “experimento”. Pobre dos motoristas que têm que dirigir com velocidade máxima trocada a cada conversão e sendo premiados pela “indústria de multas” (uma das únicas que cresce no desgoverno Dilma). Também são experiências fechar o Minhocão para ver o que acontece e tantas outras ideias que surgem na cabeça do Prefeito e das quais somos cobaias. Para um professor se esperaria estudar mais antes de realizar, o pouco que realiza!