A Prefeitura de São Paulo vem realizando um inquérito sorológico em várias faixas etárias para detecção da covid-19. A última etapa foi com 6000 estudantes entre 4 e 14 anos da rede municipal de educação. O levantamento apontou que 16,1% têm anticorpos para o novo coronavírus. Do total, 64,4% são assintomáticos para a doença, dado que preocupa a gestão pela possibilidade de disseminação.
Em cima disso a Prefeitura decidiu descartar um retorno em setembro em todas as redes de ensino, mesmo com liberação do governo estadual, por identificar as crianças e adolescentes sem sintomas como potenciais disseminadores da doença. A volta às aulas em outubro ainda será avaliada a partir de dados de outros três inquéritos, que incluirão também alunos de instituições privadas e estaduais e informações de contaminação dentro das mesmas famílias.
Outro dado que preocupa a Prefeitura é a estimativa que 25,9% dos alunos da rede municipal moram com pessoas acima dos 60 anos, grupo de risco da covid-19.
O inquérito colheu amostras de sangue venoso (com extração de soro) de 2 mil alunos do ensino infantil, 2 mil do ensino fundamental I e outros 2 mil do ensino fundamental II, todos escolhidos de forma aleatória. O procedimento ocorreu entre 6 e 10 de agosto. Ao todo, a rede municipal tem 675.922 matriculados entre 4 e 14 anos.
Pela margem de erro, a prevalência varia entre 14,7% e 17,5%. Na divisão por etapas de ensino, houve pequena variação: 16,5% entre alunos de 4 e 5 anos, 16,2% entre aqueles de 6 a 10 anos e 15,4% para os de 11 a 14 anos.
O vereador Gilberto Natalini (PV) que votou contra o Projeto de Lei sobre retomada das aulas presenciais nesse momento, enfatizou que “Os especialistas são unânimes em dizer que é temeroso abrir as escolas em setembro, quando ainda não teremos uma vacina. Não é aconselhável expor as nossas crianças a um aglomerado dentro de uma escola com a circulação do vírus em pleno acontecimento. As escolas não estão preparadas para isso e é importante enfatizar que uma criança contaminada espalhará o vírus para as demais, que levarão para dentro de casa. Não tem como pedir distanciamento social para uma criança. A circulação do vírus vai aumentar e muito”.
Fonte: Jornal O Estado de SP