O ano de 2024 foi o mais quente da história. Esse ano de 2025, deve superar as temperaturas do ano passado. No Rio de Janeiro, a temperatura bateu 44ºC nesses dias. Assim foi também no Rio Grande do Sul. Na cidade de São Paulo chegamos aos 40°C. E assim tem sido pelo Brasil afora.
As chamadas ondas de calor têm se repetido no Brasil e no mundo, com temperaturas cada vez maiores, causando transtornos no clima, nos biomas, na agricultura e na saúde das pessoas.
As temperaturas muito elevadas, por dias seguidos, causam enorme desconforto, provocam adoecimento e mortes, principalmente nos idosos e crianças. Os animais e a flora sofrem muito com as ondas de calor. As pessoas devem procurar as soluções individuais para se protegerem: beber água, diminuir a atividade física, evitar a exposição ao sol, se banhar em chuveiros, piscinas, rios e praias, fazer uso de ventiladores e ar condicionado em casa, carros e outros ambientes.
O problema é que nem todos têm a consciência de tomar as precauções de hidratação e outros cuidados, se expondo à desidratação e insolação, tão nocivas à saúde. Também parte importante da população por condições econômicas, moram em casas e lugares insalubres, e não dispõe de ar condicionado ou mesmo ventiladores. Sofrem assim o impacto direto das altas temperaturas.
Por outro lado, o sistema de saúde e seus profissionais, não estão preparados para atender as vítimas do calor. Portanto, a adaptação a esse ”novo normal” de calor extremo está muito aquém do necessário. E o pior, é que as políticas públicas e práticas sociais e empresariais são absolutamente insuficientes para prevenir e remediar as causas desse calor: o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Há várias décadas que estamos alertando, junto com cientistas, ambientalistas, climatologistas e ativistas, para esses fenômenos climáticos extremos.
As chuvas violentas, os vendavais, as secas e estiagens prolongadas, o degelo, as ondas de frio radicais, a elevação do nível do mar, a desertificação e o extremo calor são os principais fenômenos climáticos que estamos vivendo, e que impactam nas pessoas, na sociedade, na economia, na produção agrícola, industrial e de serviços e também na biodiversidade e nos territórios do Planeta.
Infelizmente, a velocidade de tomada de consciência e de ação pelas pessoas individualmente e coletivamente, pelas entidades sociais e empresariais e pelos diversos níveis de governo no Brasil e no mundo, tem sido muito menor do que a velocidade e intensidade que os fenômenos climáticos extremos se apresentam.
O que me faz concluir que estamos perdendo, por enquanto, a batalha do clima. Temos que correr antes que seja tarde, antes que seja irreversível.
Há infinitas formas de pensar e de agir para colaborarmos nessa jornada climática. Desde plantar uma árvore, até usar energia limpa. Mas os detalhes do “cardápio climático” vamos deixar para um próximo artigo.
Todos pelo clima!!!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista