O Plano Intensivo de Manejo Arbóreo (PIMA) foi lançado pela Prefeitura Municipal de São Paulo (Secretaria da Coordenação das Subprefeituras) em agosto do ano passado. Pretendia reduzir o risco de quedas de árvores antes do período das chuvas (considerado a partir de novembro). O vereador Gilberto Natalini (PV) é autor do Projeto de Lei nº 885/2013, que regulamenta a poda drástica de árvores na cidade de São Paulo.
A idéia de parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para equipar e qualificar serviços de poda, recuperação e subtração dos espécimes arbóreos, acabou sendo restringida a um convênio com a AES Eletropaulo. A contratação de 2000 agrônomos equipados e preparados pelo IPT, estes que realizariam as análises visando planejamento de médio e longo prazos foi abandonada. Com base no Sistema de Gerenciamento das Árvores Urbanas (SISGAU) que seria revisto no processo idealizado anteriormente, o PIMA restringiu-se às subprefeituras da Sé, Pinheiros, Butantã, Santo Amaro, Vila Mariana, Ipiranga, Lapa e Moóca, 8 entre as 32 do total das subprefeituras da cidade.
Esses esforços, se de fato fossem qualificados, viriam a substituir corretamente as demandas feitas pelos munícipes ao Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). Evitaria-se assim solicitações individualizadas, sem respaldo técnico, sem acatar ações prioritárias e fundamentadas em sistema organizado. As mesmas equipes das subprefeituras, desprovidas de equipamentos obrigatórios a habilitar critérios contemporâneos, para agir primeiro no sentido da preservação como do crescimento da arborização, segundo no sentido dos tratamentos possíveis à recuperação dos espécimes prejudicados, e terceiro na remoção para imediata substituição daquelas árvores na eminência de queda, passaram a ocorrer em função de critérios a cada vez discutíveis.
Exemplo disto, quando a comunidade de Higienópolis assistia diversas árvores sendo subtraídas de suas ruas exemplarmente arborizadas, trouxe especialistas aos locais, os mesmos apresentaram relatórios do SISGAU, que orientavam cuidados específicos, jamais ‘remoção por subtração’ conforme indicado na documentação da Sub Sé entregue conjuntamente ao terceirizado para fazer tais remoções (inclusive foi confirmado que os próprios contratados discordavam de tais ‘ordens’ para as diversas demandas de ‘remoção por subtração’). O número dessas árvores a serem subtraídas, variava sim entre as previsões das autoridades, contudo atingiam milhares de espécimes considerados, sobretudo assustaram os moradores em Higienópolis, Butantã e Pinheiros.
O vereador Gilberto Natalini (PV) entrou judicialmente contra os excessos cometidos pelo PIMA, ele e sua assessoria atenderam às comunidades, revoltadas com o ‘arboricídio’ acontecendo em vários bairros da cidade, sem deixar de conversar e fazer exigências às autoridades da Prefeitura. Houve uma contenção nesse afã da ‘remoção por supressão’ desmesurada, dado a falta de justificativas plausíveis tecnicamente.
O vereador Natalini, conforme já vinha fazendo em reuniões da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, defende um Plano Diretor Arbóreo Urbano (PDAU), onde o manejo mesmo que ‘intensivo’ seja parte de uma factível competência de planejar, mas corresponda a necessidade de recuperarmos nossa arborização dentro de uma cidade com desenvolvimento sustentável.