Gilberto Natalini SP

O mundo hoje se dividiu em três blocos. A guerra fria como era conhecida acabou com a derrocada do comunismo, e restou uma disputa geopolítica entre os blocos globais.

O primeiro são as tradicionais democracias liberais, como a União Europeia, os países escandinavos e alguns poucos países pelo mundo, como o Japão.

O segundo bloco são os países alinhados aos Brics, que são regimes autocráticos como Rússia, China, Irã, Venezuela e outros, e os chamados populistas, como o Brasil, a África do Sul, a Colômbia, e outros.

E o terceiro bloco são as autocracias de direita, como a Hungria, a Arábia Saudita, a Turquia e agora os Estados Unidos.

Os demais países gravitam e se a alinham com esses três blocos.

As chamadas “direita” e “esquerda” se enquadram nesse cenário, perdendo a antiga característica, e estão presentes nos três blocos.

Como pano de fundo desse mapa geopolítico estão as duas grandes contradições da humanidade, que avançam ameaçando a vida e o próprio planeta.

De um lado a vergonhosa desigualdade social, que joga na fome e na miséria bilhões de pessoas, com sua concentração de renda progressiva e a exclusão de contingentes enormes da população dos padrões mínimos de qualidade de vida.

De outro lado o desenvolvimento econômico a qualquer preço, que explora e degrada os recursos naturais do Planeta, muito além de sua capacidade, e devolve montanhas de resíduos, destruindo ecossistemas, poluindo água, terra e ar, e eliminando progressivamente a biodiversidade.

Paradoxalmente, avançam velozmente, as descobertas e aplicações da ciência e tecnologia, como a inteligência artificial, as redes sociais, a biotecnologia, a cibernética e tantas outras.

A resultante disso não tem sido a felicidade pessoal e coletiva.

Ao contrário, as pessoas sentem-se só, a empatia está em baixa, há uma explosão de fake news, de agressões e perversões de todos os tipos.    

Conforme aumentam as crises sócio econômicas e ambientais, aumentam as imigrações, o desemprego, a fome, e os países se tornam mais competitivos, excludentes e beligerantes.

Vejam os exemplos dos EUA, do massacre da Rússia na Ucrânia, a imbecilidade dos grupos terroristas, o morticínio de Israel em Gaza, e a pobreza extrema em partes da África e da América Latina.

Além disso o aumento da violência e da criminalidade é enorme, com as quadrilhas do crime organizado dominando setores importantes da sociedade pelo mundo afora.

É necessário parar para refletir, sobre as relações entre as pessoas, entre os povos, e com o próprio Planeta.

A humanidade precisa se repensar!

Isso é prioridade urgente!

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista