Reunião virtual da Comissão de Saúde discute medidas de enfrentamento da Covid-19 com o secretário de Saúde

As ações de combate ao coronavírus na capital paulista dominaram o debate da Reunião Extraordinária Virtual, promovida pela Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher na tarde desta quinta-feira (16/4). O proponente da reunião foi o vereador Gilberto Natalini (PV-SP). O encontro foi realizado por videoconferência e contou com a participação de todos os membros da Comissão de Saúde.

Para falar sobre as medidas adotadas no enfrentamento da Covid-19 na cidade de São Paulo e esclarecer as dúvidas dos vereadores, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, atendeu ao convite dos integrantes da Comissão e também participou da reunião. No início do encontro, os parlamentares fizeram uma série de questionamentos sobre as ações do município.

Testes

De acordo com o secretário municipal de Saúde, a testagem dos casos sempre foi considerada importante pelo município, já que é ela
fundamental para saber quem precisa ser isolado. “Agora nós compramos mais 110 mil testes. A secretaria de Saúde do Estado recebeu um conjunto de testes que adquiriu e estamos aguardando mais testes do Ministério da Saúde”.

O secretário Edson Aparecido explicou ainda o motivo da dificuldade de conseguir os testes. “É um mercado (China) só, é quase que um fornecedor só a questão do teste. É o mundo inteiro querendo comprar”.

Acordos com laboratórios

Para ampliar o número de testes no município, o secretário explicou o que está sendo feito. “Fizemos um acordo com cinco laboratórios. Vamos ter 600 testes diários RT-PCR (biologia molecular), não é teste rápido. E também fizemos uma reestruturação em dois laboratórios nossos e já começamos amanhã (17/4) com mais mil testes diários”.

Mapeamento dos casos na cidade

Edson Aparecido falou sobre como é realizado o trabalho para mapear os casos confirmados e suspeitos na capital. “Eu tenho um
georreferenciamento de todos os casos, mesmo com a deficiência de testagem, de suspeitos e confirmados, dos hospitalizados e também temos os dados consolidados de todos os óbitos da cidade, dos 96 distritos”.

Subnotificações

O secretário também respondeu aos questionamentos sobre as subnotificações na cidade. Segundo ele, até o dia 15 de abril foram
registrados aproximadamente 1.070 óbitos na capital por síndrome respiratória grave.

“São pessoas com sintomas clínicos de Covid-19, que foram testadas, mas não temos o resultado dos testes. Não dá para não considerar esses óbitos, epidemiológica e sanitária da cidade fica comprometida se eu não levar em conta esses quase dois terços a mais de
mortos que eu ainda não tenho o resultado do exame, mas os nossos profissionais de saúde apontam como 99% de chance de ser Covid-19”.

Novos leitos de UTI

Sobre a estrutura para atender aos pacientes, Edson Aparecido disse que além dos atuais 507 leitos de UTI existentes, houve adaptações nos 19 hospitais da cidade. “Transformamos noves deles em hospitais de referência Covid-19 (Itaquera, São Miguel, Mooca, Jabaquara, Pirituba, M’Boi Mirim, Parelheiros e Tatuapé). Com essas mudanças, nós agregamos à rede 378 leitos novos de UTI. Até o final de abril serão 585 novos leitos de UTI só Covid-19. E até o final de maio, serão mais 653 leitos”.

O secretário destacou que há, ainda, mais 10 leitos de UTI no hospital de campanha do Pacaembu e outros 70 no do Anhembi.

Novos leitos de baixa e média complexidade

Em relação a instalação de novos leitos de baixa e média complexidade, Edson disse que também foram feitas reformulações em hospitais municipais. “Acrescentamos mais 194 leitos de enfermaria para Covid-19. Além disso, nós tivemos uma doação (da iniciativa privada) e estamos construindo uma ala nova no M’Boi Mirim para 100 leitos de enfermaria, que ficará como estrutura definitiva”.

O secretário também disse que a equipe de saúde analisa outros locais da capital paulista que possam ser utilizados como apoio.

Equipamentos de Proteção Individual

O secretário também foi questionado sobre os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). “Nós compramos 12 milhões de máscaras de
pequenas fábricas que readaptaram suas produções. Agora estamos comprando uma quantidade de máscaras acrílicas. E além dos 12 milhões de máscaras cirúrgicas, compramos mais dois milhões de máscaras N-95. Luva a gente tem, avental a gente tem. Estamos usando os equipamentos de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde”.

Edson falou que o uso de máscaras aumentou nas últimas semanas. “Nós consumíamos 250 mil máscaras cirúrgicas por mês. Agora são 500 mil por semana”.

Respiradores

De acordo com o secretário, a cidade conta atualmente com 864 respiradores. “Temos 36 quebrados, que serão consertados. Conseguimos 420 respiradores para os leitos novos que estamos implantando. E participamos de uma compra conjunta com o Estado, que comprou dois mil respiradores. O governo do Estado (de São Paulo) comprou dois mil e nós compramos do governo do Estado 500 respiradores”.

Profissionais da saúde da cidade de SP

Durante a reunião, o secretário apresentou um balanço dos casos confirmados, de afastamentos e também de mortes entre os profissionais da saúde do município. “No total da secretaria são 71.922 pessoas. 532 com Covid-19, 3.333 afastadas e 11 mortos. Média de afastamento de 4,85”.

Região periférica

Edson Aparecido falou ainda sobre a preocupação com as pessoas que vivem nas áreas periféricas da cidade de São Paulo. “Essa questão da periferia é o grande desafio. Todos os hospitais estão na periferia. Os hospitais de campanha recebem gente da cidade inteira”.
O secretário ressaltou a importância do isolamento social. “Vamos precisar evoluir em equipamentos ou situações que possam ajudar no isolamento domiciliar. Vamos fazer um agora, especificamente em Heliópolis, junto com o Estado. O isolamento domiciliar na periferia é uma preocupação do prefeito (Bruno Covas) ”.

Isolamento domiciliar

Edson Aparecido disse também que a Prefeitura de São Paulo quer utilizar escolas e hotéis para promover o isolamento social de comunidades. O secretário citou como exemplo o Centro de Educação e Cultura Indígena, em Jaraguá, Zona Norte. “Acabamos de decidir que vamos utilizar a escola municipal, a CECI, para fazer o isolamento domiciliar da aldeia. Isso deve se repetir em outras áreas”.

No fim do encontro, a vereadora Patrícia Bezerra colocou à disposição o trabalho da Comissão de Saúde para colaborar no enfrentamento da Covid- 19. “Se o senhor ver a alguma possibilidade de a gente contribuir de alguma outra forma é só entrar em contato conosco, que a gente vai contribuir com o trabalho da secretaria no município de São Paulo”.

Fonte: Site Câmara Municipal de São Paulo

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