Vivemos hoje, apavorados, a catástrofe que se abateu sobre o Rio Grande do Sul (RS), de proporções gigantes, colocando o povo gaúcho num sofrimento indescritível.
As chuvas violentas dos últimos dias, provocadas por fenômeno climático extremo, devastaram mais de 385 cidades no RS, mataram mais de 85 pessoas e desalojaram milhares de gaúchos. Os danos materiais são incalculáveis, a ponto de se dizer que o Estado terá que ser reconstruído. Ainda não tínhamos visto uma tragédia como essa.
A causa do volume exagerado das chuvas é o aquecimento global somado ao fenômeno El Niño.
No furor da catástrofe, a prioridade é salvar e resgatar pessoas e também reconstruir as áreas arrasadas. Mas sabemos que o INMET e o CEMADEN alertaram o que poderia acontecer.
É certo que as catástrofes climáticas têm se repetido no Brasil, tanto pelas cheias como pelas estiagens. As ondas de calor se repetem, tornando o clima insuportável.
E nem o RS e nem o restante do país se prepararam ou se preparam para esses fenômenos destrutivos.
Há um desleixo geral tanto das autoridades como da população com as questões climáticas, no que diz respeito à mitigação dos seus efeitos e à adaptação às mudanças do clima.
As cenas do Estado gaúcho dominam as mídias, numa visão aterradora da destruição.
E, infelizmente, não foi a primeira e nem será a última vez que isso vai acontecer entre nós.
Portanto, fica aqui nossa total solidariedade aos irmãos gaúchos, que necessitam de apoio concreto e fraternal do povo brasileiro para a superação da tragédia.
Mas, fica também um grito de alerta, que há décadas nós fazemos para os governos, os empresários, as entidades sociais e a população em geral: As mudanças climáticas com seus fenômenos extremos destruidores são uma realidade da vida atual.
É preciso que cada um saia da paralisia para a ação, de prevenção e combate às catástrofes que certamente ainda virão.
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista