Há muitos anos tenho lutado pela diminuição do consumo dos agrotóxicos e a promoção da agricultura orgânica na cidade de São Paulo. Com amplo apoio da sociedade civil, aprovamos a Lei 16.140/2015, que inclui orgânicos na alimentação escolar do sistema de ensino municipal de São Paulo, beneficiando as crianças e os produtores locais. O contrato da prefeitura com as cooperativas de agricultores de Parelheiros foi assinado em fevereiro do ano corrente, e prevê a aquisição de 56 toneladas de hortaliças orgânicas no período de doze meses.
Como médico e ambientalista, manifesto minha absoluta indignação em face dessa flexibilização nas regras para fiscalização e utilização de agrotóxicos no país, o uso indiscriminado de agrotóxicos tornou-se um problema de saúde pública. Diversos estudos científicos comprovam os impactos dessas substancias na saúde humana e demais seres vivos, entre eles, doenças como câncer, alterações no sistema nervoso, problemas no sistema imunológico, entre outros.
O impacto na natureza também é devastador, essas substâncias são uma das grandes culpadas pela contaminação das nossas águas, só perdendo para o despejo de esgoto. Vale lembrar também que, são um dos grandes poluentes do solo.
Desde 2008, o Brasil já é líder mundial no consumo de agrotóxicos, muitos deles já banidos em boa parte do mundo. São Paulo, a cidade mais populosa do país, e destino de uma parte considerável de alimentos com agrotóxicos.
Em 2013, apresentei com outros vereadores o PL 891/2013, que proíbe o uso e comercialização de agrotóxicos na cidade. A lei foi aprovada na câmara em dezembro de 2017, mas o prefeito a época, em uma decisão polemica , decidiu vetar o projeto alegando que o projeto era de competência federal.
Ante a relevância dessa questão, com apoio da sociedade civil e de diversos juristas que consideram que o município tem competência para legislar a respeito, no dia 09/08, dei entrada em um novo projeto lei (410/2018), proibindo o uso e comercialização de 14 tipos de agrotóxicos, extremamente nocivos para saúde humana, já restritos em vários países.
É preciso que haja consciência ambiental, o uso indiscriminado, incorreto e irresponsável desses produtos resulta em níveis severos de poluição do meio ambiente e em graves riscos à vida humana.
Gilberto Natalini- Médico, Vereador e candidato a Deputado Federal
