No Estado de São Paulo existe mais de 1500 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que abrigam aproximadamente 30.000 idosos, só na capital paulista, são 423 ILPIs. A maioria dessas casas (65%) é filantrópica, assim como a maioria dos idosos (65%) que vivem nelas é semi-dependente ou dependente, ou seja, em condições de grande vulnerabilidade. Apenas 14 das 423 ILPIs têm controle sociosanitário por parte da prefeitura.
“Esse é um universo de pessoas muito vulneráveis, doentes e fragilizadas. e essas instituições não são equipamentos de saúde, mas de assistência social; muitas não têm quadro de profissionais de saúde”, disse Yeda Duarte, professora de enfermagem da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Os idosos que são pacientes destas Instituições hoje apresentam idade longeva, alcançando uma média de 80 (oitenta) anos, normalmente apresentando quadro de doenças do sistema respiratório, sistema cardíaco e demais comorbidades que usualmente acometem esta população. Sabe-se que pessoas com mais de 60 anos representam uma das faixas de risco para COVID-19, além de todas as doenças que esta população apresenta, o que aumenta ainda mais o risco de morte pelo coronavírus.
As instituições estão muito preocupadas, poucas conseguem comprar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e as que conseguem são a preços exorbitantes e a maior parte delas recebe um subsídio muito baixo. Muitas delas também não tem condições de isolar o idoso com COVID-19. Apesar de várias ILPIs não estarem sob comando do estado ou de prefeituras, nesse momento de pandemia, se faz necessária a intervenção dessas autoridades, uma vez que até as doações de pessoas físicas e jurídicas nesse momento, diminuíram.
Está previsto o repasse de verba do Fundo Nacional do Idoso para as ILPIs, mas ainda não tem uma data definida. As instituições precisam estar cadastradas.
O vereador Gilberto Natalini (PV-SP) foi procurado por essas instituições e imediatamente, como membro e proponente do Comitê Civil contra o Coronavírus, cobrou providências urgentes dos órgãos competentes.
“O abrigamento de idosos em São Paulo corre muito solto, e isso é temerário diante de uma pandemia na qual os idosos são os mais vulneráveis. Assistência e Saúde juntos precisam de um plano emergencial para atingi-los, ajudando com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como máscaras, aventais e luvas cirúrgicas e orientação profissional, além de recursos para que não haja uma consequência ainda pior”, enfatizou o Natalini.