O vereador Gilberto Natalini é autor do PL 231/18, que visa instituir nas escolas da Rede Municipal de São Paulo a “Campanha de Conscientização sobre Doação de Órgãos e Transplantes” no mês de setembro de cada ano (Setembro Verde). O Projeto de Lei está tramitando na Câmara Municipal de São Paulo, nesse momento encontra-se na pauta da Comissão de Educação, Cultura e Esportes.
Milhares de pessoas aguardam todos os anos por um transplante de órgãos ou tecidos no país. Enquanto o país possui um dos melhores sistemas de transplantes do mundo, estamos aquém quando o assunto é doação. Entre os motivos, destaca-se a falta de conhecimento da população sobre o processo de doação e transplante.
A inserção do tema “doação e transplante de órgãos” como obrigatória na pauta de discussão das escolas de São Paulo se faz indispensável para a construção de uma cultura doadora. Apesar de ostentarmos o maior programa de transplantes público do mundo, ainda falhamos na tarefa de informar e conscientizar a população visto as taxas de 42% de negativa familiar à doação.
Grande parte das famílias que não autorizam a doação o fazem por desconhecer o desejo de seu familiar falecido ou por não entender o processo de Doação e Transplante.
Provocar a discussão do tema é esclarecer, desmistificar tabus, fortalecer o sistema nacional de transplantes, além de criar multiplicadores da causa, visto que as crianças e adolescentes são formadores de opinião em suas casas e levam o tema para o seio da família.
Vale lembrar que um doador tem o potencial de salvar até oito vidas, o que significa que uma mudança marginal nas taxas de doação já traria um impacto significativo na taxa de mortalidade das pessoas que estão na fila de espera.
É sabido que a doação de órgãos só sai de seu estado de origem caso não possa beneficiar ninguém desse estado. Nesse sentido um maior número de doadores nos permitiria salvar a vida de milhares de brasileiros. Defender e lutar por cada vida e por cada brasileiro é um dos deveres de nossa Pátria. Todo esforço é válido, porque toda vida importa.
Nas escolas, famílias que não são doadoras ou não desejam doar por questões ideológicas, religiosas, entre outras, muitas vezes não tem uma decisão a ser tomada, mas uma preferência a ser informada, porque em geral a maioria dessas famílias já conhece sua posição antecipadamente. No entanto, as decisões que podem ser convertidas são justamente as daquelas famílias que nunca pararam para pensar, e não tendo informações ou conhecimento sobre o assunto, acabam não doando.
Provocar a discussão sobre doação de órgãos na sociedade é garantir o direito de doar a todo indivíduo e família brasileira. Doar não é um dever, muito antes um direito ao nosso último gesto de generosidade. Informar é garantir a toda pessoa esse direito.
A abordagem constante do assunto, através de campanhas de conscientização nas escolas é importante até que isso passe a fazer parte do dia a dia das pessoas, que elas possam compreender com clareza as etapas do processo de doação e interiorizar o significado e magnitude do gesto da doação de órgãos.
Falar de doação de órgãos de forma positiva, clara e humana sensibiliza e salva vidas. Nesse âmbito a educação não só transforma, ela salva.