Teor de sódio no requeijões: vereador Natalini atento à ingestão excessiva

Preocupado com uma vida mais saudável para os brasileiros, o vereador Gilberto Natalini (PV/SP) encaminhou ofício à Anvisa/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Agricultura e Pecuária, copiando entidades do setor de laticínios, alertando para o alto teor de sódio em requeijões comercializados no país.

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Médico gastrocirurgião, Natalini ressalta no ofício  que a concentração de sal varia muito de marca para marca do produto, “algo perceptível ao paladar”. Segundo tabela, preparada pela assessoria do parlamentar, fica evidente que os fabricantes de requeijão adotam diferentes porções típicas de 10, 30, 50 e 100g, o que “cria grande dificuldade na comparação para o público consumidor que precisaria estar munido de lente de aumento para enxergar alguns valores e de calculadora para efetuar as contas”.
Natalini ressalta que a diferença entre os dois produtos extremos (o de mais baixo teor e o de mais alto) é de 225% na concentração de sódio. “Para o produto mais concentrado de sal, estimo que, com apenas quatro fatias de pão com requeijão, já se atingiria metade do Valor Diário (VD) máximo”, deduz o vereador ao afirmar “ser plenamente viável uma sensível redução, a despeito da formulação de requeijões exigir a adição de sais fundentes sódicos”.
Ainda no ofício, o vereador propõe que a DIPOA/MAPA e a ANVISA estabeleçam, em conjunto, uma resolução com um plano de metas para reduzir os valores em benefício da saúde da população e redução da “legião de hipertensos” no país.
A preocupação do vereador Natalini vai além dos requeijões e sua alta concentração de sódio: a alta ingestão de sal na dieta usual dos brasileiros é, segundo estimativas, mais que o dobro da que prevalece na Europa e do valor preconizado pela OMS/ONU de 5g/dia.
Está protocolado e tramitando na Câmara de São Paulo, desde 2011, o PL 502/11, proibindo a disponibilização de saleiros e sachês nas mesas de restaurantes e bares. “É preciso coibir o hábito arraigado de colocar sal, sem sequer provar, antes, o alimento, em especial nas saladas”, afirma o médico Natalini que também é autor do PL 587/2015 que veda a oferta de embutidos na merenda escolar, alimentos, que no Brasil, são extremamente ricos em sal: “obtive, inclusive, liminar impedindo a compra de salsichas para a merenda, devido ao superfaturamento da prefeitura e por ser produto inadequado para consumo infantil”.
Isotônicos também são preocupação do parlamentar, cujo ofício 5936/2014 clama por regras mais rigorosas para reduzir o teor de sal.”Muita gente dá uma corridinha em torno do quarteirão e já toma um isotônico, estressando a função renal. A sociedade nefrológica americana recomenda beber isotônicos apenas em caso de esforço muito intenso, por mais de 2 h, como uma longa corrida ou um jogo de futebol de campo”, alerta Natalini.
Em resposta ao ofício protocolado pelo vereador sobre teor de sódio nos requeijões a ANVISA encaminhou “Nota Técnica” justificando que a agência “regulamentou, em 2003, a rotulagem nutricional obrigatória dos alimentos embalados”. A ANVISA, ressalta que é contrária à proposta de regulamentar um limite máximo de sódio nos requeijões, “pois já existe iniciativa, de caráter voluntário, negociada com o setor de laticínios e com metas de redução para o setor”.
Para o vereador Natalini, “a resposta da ANVISA é insatisfatória, pois as metas voluntárias negociadas para 2014 e 2016 são desrespeitadas por sete marcas de requeijão, segundo nosso levantamento. Além disso, são metas muito pouco ambiciosas e a diferença entre o proposto para 2014 e 2016 é pequena: 587 para 541 mg/100 g (- 8%), havendo no mercado produtos com até 860 mg/100g! Faz falta também se ter metas para os próximos anos.”

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