TRISTE REALIDADE: NATALINI VISTORIA ÁREAS DESMATADAS NA ZONA SUL

Na última sexta-feira (24/07), o vereador Gilberto Natalini (PV/SP) realizou uma vistoria presencial em algumas áreas de desmatamento localizadas na zona sul de São Paulo.

Após o lançamento virtual da 2ª edição do dossiê “A Devastação da Mata Atlântica em São Paulo”, com versões em português e inglês, o parlamentar sentiu a necessidade de verificar os locais pessoalmente, já que seu gabinete continua recebendo muitas denúncias referentes ao assunto.

O dossiê elaborado por Natalini e sua assessoria aponta a derrubada sistemática de centenas de milhares de árvores em São Paulo, o que constitui uma ameaça ao abastecimento de água para cerca de 4 milhões de habitantes dependentes de duas represas situadas na zona sul da Capital. Com a redução da Mata Atlântica em curso, já ocorreu o aterramento e a extinção de centenas de nascentes que levam água pura a esses dois reservatórios. O documento retrata o gravíssimo problema socioambiental de São Paulo: ao todo, 7,2 milhões de metros quadrados de Mata Atlântica foram destruídos nos últimos seis anos.

“Encaminhamos o dossiê para as autoridades municipais, estaduais e federais mas, infelizmente, nada foi feito. Vamos então apelar às personalidades internacionais: quem sabe, dessa forma, as nossas autoridades começarão a agir”, enfatizou Natalini durante o recente lançamento internacional do dossiê.

Diante deste contexto assustador, o vereador percorreu a pé quatro das mais emblemáticas áreas incluídas no relatório, todas localizadas em Parelheiros. Tomando todos os devidos cuidados de proteção, distanciamento e higienização impostos pela pandemia, uma equipe cinematográfica que está produzindo um documentário sobre a ocupação urbana no município de São Paulo, acompanhou a vistoria e gravou imagens desta triste realidade.

As duas primeiras etapas do roteiro foram dois loteamentos clandestinos não consolidados, onde ainda observa-se a presença de cobertura vegetal: o Sitio Irma (Estrada da Colônia) e a área localizada na Rua José Nicolau de Lima, altura do n°100. Trata-se de dois casos bastante emblemáticos, onde a produção e a venda de lotes continuam apesar das reiteradas denúncias de crime ambiental.

A seguir, Natalini e a equipe visitaram duas invasões já consolidadas: a da Estrada do Jaceguava, altura do n° 305, e a do antigo Clube de Regatas Tietê. No Jaceguava, a inação da Prefeitura permitiu que a área de Mata Atlântica devastada à beira do Rio Caulim fosse transformada em um bairro clandestino; desde então, o rio passou a captar o esgoto de dezenas de edificações autoconstruídas. A situação da antiga área do Clube de Regatas Tietê, na beira da Represa de Guarapiranga, é também resultado da inercia do Governo: o local resulta ocupado por uma imensa invasão não sustada pelo Poder Público. Aparentemente, o loteamento consolidou-se como um condomínio fechado, com controle de entrada e saída.

O parlamentar percorreu, ainda, alguns trechos das margens da Represa de Guarapiranga. O baixo nível do reservatório, a quantidade de lixo acumulado, a cor escura da água poluída e as construções erguidas em áreas de proteção ambiental foram apenas alguns dos itens que atestam a gravidade da situação, já amplamente enfatizada no dossiê.

“Ao todo são 1,2 milhão de árvores mortas, em 160 áreas desmatadas, nos últimos 6 anos na cidade de São Paulo. A situação é dramática, o enfrentamento é difícil, mas continuaremos na luta em defesa das matas e da água de São Paulo” finalizou o vereador e ambientalista Gilberto Natalini.

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