“A vacina contra a dengue já foi testada em 300 pessoas, em São Paulo, e mostrou-se segura, com poucas reações adversas; deverá estar à disposição somente em 2018”. A informação de Ricardo Palácios Gomes, pesquisador do Laboratório de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantã foi dada durante a reunião do Comitê Civil contra o Aedes aegypti, na Câmara de São Paulo.
Na oportunidade, o coordenador do Comitê vereador Gilberto Natalini (PV) fez um rápido balanço sobre os trabalhos de combate à dengue ao longo dos últimos 14 anos. “O Comitê foi criado em 2002 e até hoje funciona em todas as horas em que a cidade de São Paulo precisou. Foram distribuídos 8 milhões de panfletos e 500 mil cartazes, temos dois carros que circulam pelos bairros com um jingle composto pela OAB jovem que atrai crianças e jovens que acabam alertando os pais sobre o perigo do Aedes”.
Da reunião desta terça-feira (12) participaram representantes da Arquidiocese de São Paulo, Igreja Adventista do 7º Dia, Sindicato dos Garis, Polo Cultural do Cambuci, Conselho Nacional Armênio, Grande Conselho do Idoso, CROSP, OAB, CREMESP, Sucen, Sindicomunitário, Siemaco, entre outras entidades.
Alessandro Giangola, coordenador das Ações de Controle ao Mosquito Aedes do Instituto Butantã salientou que “mesmo que haja vacinas sempre vamos ter que combater o mosquito Aedes”; ao fazer um levantamento da situação da dengue na cidade, citou o bairro Marsilac como o único distrito que não apresentou nenhum caso de dengue “pois é um local mais rural que urbano”.
Em relação ao Chikungunya e Zika Vírus, Giangola afirmou que “não há, ainda, em São Paulo, dados concisos sobre as duas doenças que são emergentes e chegaram há pouco tempo”.
Lincoln Rocha Suesdek, do Laboratório de Parasitologia destacou que , segundo a OMS/ Organização Mundial da Saúde “3,9 bilhões de pessoas no mundo estão ameaçadas por doenças transmitidas por mosquitos e há 3600 espécies desses insetos no mundo”. “Eles sugam o nosso sangue, existem há 170 milhões de anos e precisamos encontrar modos eficazes de nos proteger”.
O estudioso informou, também, que entre as descobertas recentes, está a ideia de que o porto de Santos é uma possível entrada acidental de mosquitos “importados” de outros continentes. Segundo ele, “por lá chegam novas famílias de Aedes”.
Vacinas…
· Denguaxia –Registrada pela Anvisa em 2015/ três doses a cada 6 meses em pessoas de 9 a 45 anos de idade/ apenas 3 de 5 pessoas vacinadas ficam totalmente imunizadas
· Denvax –Vacina japonesa que está em fase de estudos e estará à disposição a partir do final deste ano de 2016
· Vacina Inativada – Em conjunto com Estados Unidos e Fiocruz/ fase de preparação e ainda deve ser avaliada
· Vacina do Instituto Butantã – Dose única parceria com instituição americana. Testada em 300 pessoas (Hospital das Clínicas//USP) causa poucas reações adversas e a proteção esperada é acima de 80% para todo tipo de dengue.
No Brasil há 14 centros de pesquisa e dois estão em São Paulo. A ideia é que haja sempre a colaboração ativa e contínua da população que, segundo os participantes do encontro, não deve descuidar nem na época de inverno. “ O mosquito também nasce no inverno e o método mais eficaz de eliminar as larvas é acabar com os criadouros: água parada (limpa ou não), pneus, calhas, vasos de plantas.
O gabinete do vereador Gilberto Natalini continua, com dois carros de som, circulando diuturnamente pelos bairros da cidade. Moradores das zonas Leste, Norte e Sul estão mobilizados e receptivos: recebem folhetos, afixam cartazes em seus estabelecimentos comerciais e as crianças acompanham o carro de som e aprendem, através do jingle, como acabar com o mosquito.
