Uma palavra tão em moda, repetida, cantada em prosa e verso, atacada e defendida: Sustentabilidade!
Mas do que se trata mesmo? Trata-se de um conceito apoiado em um tripé.
A primeira perna é a Economia.
Na sociedade humana a economia é a base da existência. A produção, o emprego, a renda, o lucro, os negócios dão rumo à vida. Gostemos ou não!
Por isso qualquer solução para uma sociedade sustentável, passa pela economia, pelo mercado, pela produção de bens, pelo consumo, pelo dinheiro. Nada terá êxito se não levar isso em conta.
A segunda perna é o Social.
Num planeta com 7,5 bilhões de seres humanos, onde observamos uma desigualdade social abismal, nenhum projeto sustentável ficará em pé, se não apontar para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, o combate à fome e à miséria e a distribuição de renda.
Os programas sociais na saúde, na habitação, no transporte, no lazer, na educação, devem estar em todos os passos.
A busca da inclusão econômica, a renda básica e o combate à iniquidade social, precisam caminhar dentro de um projeto de sustentabilidade.
E a terceira e tão importante perna é a Ambiental.
Nós humanos, desde que começamos a andar e a pensar buscamos nossa sobrevivência nos recursos naturais do Planeta Terra, “nossa casa comum”.
Com o aumento da população, do consumo, com a tecnologia aplicada à exploração da Natureza, com o aumento do desejo de conforto, nos tornamos sem limites no uso dos recursos naturais.
Acontece que eles são finitos. A água, os animais, o ar, os vegetais, os minerais, contados no “almoxarifado” da Terra, tem estoque finito.
Assim, com o aumento incontrolável do uso desses recursos, estamos esgotando a capacidade do Planeta de repor estoques.
Para piorar, em tudo o que usamos sobram resíduos muitas vezes tóxicos, que nós, placidamente devolvemos à natureza.
É o caso dos plásticos, dos gases de efeito estufa, dos venenos da produção industrial, agrícola e dos dejetos humanos.
Então, nessa vida predatória, buscamos explorar recursos naturais limpos e devolvemos lixo. Assim fazemos!
O planeta está exausto de nós. De nossa burrice, de nossa predação, de nossa ignorância, de nossa violência, de nossa ganância. E vai devolvendo tudo que fazemos de errado.
Por isso, precisamos refazer o pacto de coexistência com o Planeta e com os demais seres vivos, animais e vegetais que coabitam a Terra conosco.
Não se trata de barrar o progresso e o conforto. Trata- se de reformulá-los. Há meios de fazer, estão aí surgindo aos milhares.
A energia solar é um deles.
Trata- se de encarar a vida com outros olhos. Os olhos da sustentabilidade!
Gilberto Natalini
Médico e Ambientalista