A volta às aulas pode representar uma ameaça potencial para 9,3 milhões de brasileiros. São os idosos e os adultos com problemas crônicos de saúde que vivem nas mesma casas em que moram crianças e adolescentes em idade escolar (3 aos 17 anos) e que, até agora, estavam em isolamento. E São Paulo é o estado com o maior número absoluto de pessoas nesta situação, 2,1 milhões; seguido de Minas Gerais (1,0 milhão) e Rio de Janeiro (600 mil).
O grupo têm chance de pegar a Covid-19 por viver na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar. No início de julho, o Ministério da Educação (MEC) divulgou as diretrizes para a retomada das aulas presenciais.
Mesmo que escolas, colégios e universidades adotem as medidas de segurança, o transporte público e a falta de controle sobre o comportamento de adolescentes e crianças que andam sozinhos representam potenciais situações de contaminação por Covid-19 para esses estudantes.
Grupos incluídos na pesquisa
Os pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz analisaram os dados dos adultos com idade entre 18 e 59 anos com diabetes, doenças do coração ou do pulmão e dos idosos (com 60 anos ou mais). Eles levaram em conta apenas aqueles que moram junto com crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, ou seja, em idade escolar.
Votação na Câmara Municipal de SP
O relatório técnico da Procuradoria da Câmara Municipal de São Paulo apontou ao menos quatro ilegalidades no projeto de lei sobre volta às aulas que a Prefeitura de São Paulo enviou aos vereadores, levando a um pedido de vistas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Após acordo entre partidos, foi solicitado o adiamento da primeira votação para “melhor entendimento e discussão” do projeto.
A votação do projeto foi postergada para depois de uma audiência pública que está marcada para a terça-feira (28), em conjunto da CCJ com a Comissão de Educação.
O vereador Gilberto Natalini (PV) demonstrou preocupação com o eventual retorno das atividades escolares. “Os especialistas são unânimes em dizer que é temeroso abrir as escolas dia 8 de setembro, quando ainda não teremos uma vacina. Não é aconselhável expor as nossas crianças a um aglomerado dentro de uma escola com a circulação do vírus em pleno acontecimento. As escolas não estão preparadas para isso e é importante enfatizar que uma criança contaminada espalhará o vírus para as demais, que levarão para dentro de casa. Não tem como pedir distanciamento social para uma criança. A circulação do vírus vai aumentar e muito”, falou Natalini.