Captação de água da chuva: uma chuva de boas ideias

A crise hídrica que se abateu sobre o Centro-Sul, a pior estiagem já registrada, despertou a criatividade e inovação. Além das vendas de caixas d´água, bombonas e baldes ter aumentado bastante, uma das exceções num mercado que se retrai pela crise, têm surgido novos produtos como:  dispositivos para reter e descartar a 1ª chuva (1 a 2 mm) que está mais contaminada pela poluição e sujeira dos telhados como fezes de pombos;  caixas plásticas mais estreitas que ocupam menos espaço e podem até servir de suporte para paredes verdes e  caixas com revestimento antiaderente.

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Cisterna Caseira Vereador Gilberto Natalini

Também crescem os negócios das firmas que montam instalações para condomínios, postos de serviço e empresas.
Porém muito pode ser feito na linha “do-it-yourself” (faça você mesmo) e eu mesmo há alguns meses montei 6 bombonas plásticas de 200 litros em minha residência para acumular água de chuva (na época de chuvas consegui aproveitar cerca de 3000 litros para aguar minhas plantas e lavar o quintal (vide foto). Eu pesquisei na Internet e conversei com algumas pessoas para eu mesmo construir.
Uma ótima fonte de consulta é o da campanha “Cisterna Já” – http://pt.wikiversity.org/wiki/Cisterna_J%C3%A1, vinculada à rede Aliança pela Água e que tem instruções e croquis para se montar o sistema proposto pelo técnico agropecuário Edison Urbano.
Há ainda um blog que permite se discutir e compartilhar ideias. Outra ideia interessante é do Cel Ivanovitch da Vila Sá Ribeiro que idealizou um sistema de rede para reter água em quintais pequenos e ser desmontado em períodos sem chuva. Basicamente pendura-se a lona plástica com um furo central, provido de um filtro de tela e uma válvula. Assim somente se instala quanto há previsão de chuva e recolhe-se em uma bombona sobre armação com rodízios. Assim não perde o uso do espaço aberto com sol p/ outros usos.
Contudo passo dois alertas importantes:
1) somente use tambores e bombonas plásticas novas ou que tenham servido para embalar alimentos. Nunca use bombonas usadas de produtos químicos!;
2) a água de chuva, sobretudo numa cidade como São Paulo está contaminada e não pode servir para uso potável. O sistema tem que ser independente da tubulação de água da rede pública e só pode se usar para lavagem de piso, descarga em privadas e molhar plantas.
O vereador Gilberto Natalini (PV) é proponente de PLs que resultaram na lei municipal 16174/2015, recém sancionada e que acolheu pontos de outros PLs que também tramitavam sobre reúso. A nova lei fomenta reúso de efluente final das estações de tratamento de esgoto, do lençol freático de garagens e subterrâneos e também da água de chuva. A lei também propõe que se use as cisternas previstas na “lei das piscininhas” para se fazer o reúso, em especial na época de estiagem.

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