Na tarde desta 6ª feira (18), em comemoração aos 467 anos do bairro de Santo Amaro, a Profª Drª Inês Peralta lançou o livro “Cemitério de Santo Amaro: Segredos ainda não revelados”. O vereador Gilberto Natalini, que dedica boa parte do mandato à melhorias no bairro, não pôde estar presente, mas representado por seu assessor Decio Curci.
O cemitério foi criado em 1856, 55 anos após uma ordem régia decretada pelo então Príncipe Regente D. João VI. Nela, exigia-se parar de realizar sepultamentos em igrejas e capelas, tanto por falta de espaço quanto por medidas sanitárias.
“Houve um momento em que o mau cheiro começou a incomodar, e o Príncipe Regente declarou que aquele tipo de desconforto não podia ser vivido por seus súditos”, explica a historiadora Inez Garbuio Peralta.
A ordem era que um cemitério fosse construído em um lugar com boa circulação de ar e sem água parada, para inibir odores desagradáveis. Com a construção da necrópole em Santo Amaro, proibiu-se que corpos fossem enterrados fora de lá.
Em 5 de janeiro de 1857, foi realizado o primeiro sepultamento no endereço: uma menina chamada Teresa, filha de um casal de escravos de nomes Joaquim e Gabriela.
Segundo Peralta, o cemitério e as práticas sanitárias para enterrar os mortos ajudaram a conter danos maiores nos surtos de varíola que acometeram a região nos anos 1850 e 1870 e na gripe espanhola em 1918.
“O cemitério é resultante do desenvolvimento da sociedade e foi sendo ampliado junto a ela”, diz Peralta.