Gilberto Natalini SP

ADEUS 2023

Esse foi o mês de dezembro mais seco que já vi em São Paulo. Há poucos dias do fim do mês, a precipitação de chuva de dezembro de 2023 foi ínfima. Um evento inédito, mas dentro das expectativas.

Feliz ano quente!

Nós humanos estamos numa encruzilhada climática! Pelas nossas mãos, em busca da vivência, do conforto, do “progresso” estamos esquentando o Planeta, nossa única morada.

Novos dirigentes da Associação Paulista de Medicina tomam posse

Neste sábado, 25 de novembro, a Associação Paulista de Medicina realizou Assembleia Ordinária de Delegados para dar posse a seus novos dirigentes – eleitos em agosto deste ano –, que atuarão durante o triênio 2023/2026. Além do novo presidente da entidade, Antonio José Gonçalves, a cerimônia reuniu diretores, conselheiros fiscais, delegados, familiares e autoridades da Saúde. Em um discurso emocionado, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM nos triênios 2017/2023, relembrou que mesmo diante dos erros e acertos, as Diretorias de suas gestões se mantiveram unidas. “Esses fatos foram objeto de atenção e realizações, ao lado de colegas notáveis com grande experiência na vida associativa, com visões completamente diferentes. Nas ações que tive oportunidade de protagonizar, espero ter cumprido a vontade dos senhores, já que é a vontade dos Diretores e dos Delegados que deve orientar as ações da Presidência”, colocou. Amaral recordou, também, a memória de profissionais que ajudaram a trilhar o caminho da Associação Paulista de Medicina, contribuindo para o constante crescimento da entidade, mas que infelizmente vieram a falecer precocemente. “Em diversos momentos, quando tínhamos decisões a tomar, relembrávamos o nome de Donaldo Cerci da Cunha, João Eduardo Charles e Luiz Carlos João. Eles terminam esta gestão conosco, continuam entre nós e seguem trabalhando ao nosso lado.” “Encerro tentando cumprir alguns propósitos que assumi recentemente. Não agir em função de rótulos que atribuíram a terceiros e ter compromisso com a verdade dos fatos. A segunda tentativa é a bondade. E, em terceiro lugar, a necessidade de movermos e de nos manifestarmos. Desejo ao meu caríssimo Antonio José Gonçalves, que nos acompanha desde 1995, muito boa sorte na difícil tarefa de conduzir a APM. Tenho certeza de que ele vai nos levar muito além do que já estamos”, concluiu. O presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes – também empossado como delegado da APM pela capital -, afirmou que, nos últimos três anos, a parceria da AMB com a APM foi primordial e muito importante, principalmente durante os momentos difíceis durante a pandemia de Covid-19. Ele se disse ainda consciente quanto à redução dos números de contribuintes associativos nas entidades. “A maior responsabilidade de mostrar ao jovem médico que o movimento associativo é o verdadeiro representante do profissional é nossa. Somos nós, aqueles que efetivamente representam os médicos em suas diferentes necessidades, que devemos levar este recado todos os dias. Em nome da AMB, estaremos sempre juntos da APM, ela é peça fundamental no nosso direcionamento e nas nossas ações”, destacou. Em seguida, o secretário municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, Gilberto Natalini – também delegado da APM pela capital – foi convidado a falar aos presentes. Em um breve pronunciamento, ele relembrou que esta é a segunda vez que ocupa a posição de delegado na entidade. “A primeira vez foi em 1985, ou seja, desde muito jovem acompanho e luto a favor da classe médica. Como ativista, acompanho e acompanhei a Associação Paulista de Medicina em todas as batalhas, todas as lutas que essa importante instituição fez e faz em defesa da categoria médica, em defesa da Saúde”, salientou. Ações e perspectivas Antonio José Gonçalves, comovido, iniciou agradecendo aos associados que o elegeram, à Diretoria, delegados e conselheiros fiscais por todo o apoio recebido ao longo da campanha, e afirmou que está vivendo um sonho não sonhado ao chegar no posto de presidente da Associação Paulista de Medicina. “Substituir o professor José Luiz Gomes do Amaral não será tarefa fácil, mas, como estamos juntos há 30 anos, compartilhamos de muitas convicções em defesa do associativismo, de nossa classe, de um bom exercício profissional e, com isto, promovendo uma Saúde de qualidade para a população”, ressaltou. Em uma breve retrospectiva sobre a sua vida, o novo presidente da APM contou que chegou à entidade em 1995, no mandato de Eleuses Paiva. Durante alguns anos, Gonçalves se manteve fora da Diretoria, entretanto, sempre teve vida associativa intensa. Em 1976, chegou a presidir a AMERESP (Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo) e foi um dos fundadores e primeiro presidente da AMERESC (Associação dos Médicos Residentes da Santa Casa), além de posteriormente ter sido presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, secretário geral da Associação Médica Brasileira e participado de Diretorias do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Nacional e Capítulo de São Paulo. Gonçalves se disse preocupado com a queda no número de pessoas associadas às entidades representativas da classe, fazendo um paralelo com a quantidade de médicos que estão se formando por ano no Brasil. “Hoje, vivemos uma crise no associativismo. Apesar do número de médicos no País crescer assustadoramente, a quantidade de associados vem caindo. Esta perda de interesse dos médicos pelo associativismo nos enfraquece, por isso precisamos repensar o modelo e mudar o cenário”, alertou. “Aqui na APM, nosso mandato será pautado pela gestão em busca da sustentabilidade, não só da APM Estadual, como de todas as suas Regionais e Núcleos. Todos os diretores precisam se envolver de corpo e alma no diagnóstico e tratamento de seus departamentos. Serão chamados a relatar periodicamente como vai indo sua atuação, não só de eventos e feitos, mas também do ponto de vista financeiro. A Presidência precisa deste envolvimento, e como cada um dos diretores foi escolhido a dedo, por terem tradição e conhecimento dentro de suas áreas, precisam se posicionar e orientar a Presidência nas melhores soluções”, adiantou. Por fim, Antonio José Gonçalves reafirmou o seu compromisso de bem servir à APM, aos médicos e à Saúde. Salientou que possui uma equipe forte, coesa, competente e irá buscar um futuro animador e que contemple a dedicação, as dificuldades e as renúncias que os profissionais da Medicina têm que fazer todos os dias. “Conto com cada um de vocês neste grave momento pelo qual passa a Medicina e o médico. Essas dificuldades só me fazem ter mais vontade de vencer e de colocar a nossa profissão no lugar que lhe é devido. O mais alto pódio da humanidade”, finalizou. Antonio José Gonçalves

COP28: e daí?

Mais de 80 mil pessoas de todo o mundo estiveram em Dubai para a cúpula do clima da ONU.

E a COP – 28?

Hoje estarei embarcando, junto com Delegação de São Paulo para a COP – 28. Vamos fazer parte das delegações de centenas de cidades, conhecidas como Poder Local, que levará ao evento as propostas, as experiências e as preocupações das populações urbanas do Planeta. As mudanças climáticas avançam numa velocidade e gravidade muito acima das previsões. Apesar de todas as iniciativas de governos, de empresas e da população, as emissões de gases de efeito estufa bateram recorde no ano passado. Parece que a humanidade sabe da ameaça climática à própria sobrevivência, mas não decide tomar  as sérias medidas, individuais e coletivas, necessárias para brecar o aquecimento global. Há um mês, pela primeira vez, a temperatura média do planeta ultrapassou os 2ºC. Vivemos, pelo mundo inteiro, e no Brasil, a repetição cruel dos fenômenos climáticos extremos. A situação caminha para o irreversível. A COP – 28, em Dubai, paradoxalmente um reino do Petróleo, vai ter uma papel importante: o balanço das metas de Paris, e a cobrança daquilo que não foi cumprido. Além da difícil parte de tirar do papel o financiamento da descarbonização, mundo afora. O ambiente é de “ou vai ou racha”. De nossa parte vamos levar o exemplo da cidade de São Paulo. O andamento do PlanClima, com suas 43 ações e 54 metas; A chegada da frota elétrica de ônibus; A compra de energias renováveis no Mercado Livre: eólico e fotovoltaico, 30% mais baratas para a Prefeitura de SP; O uso obrigatório do etanol na frota própria e terceirizada da Prefeitura/SP; O aumento de nossas 2.400 hortas urbanas; A criação de parques urbanos – de parques materiais que protegem nossas matas remanescentes; As compras municipais sustentáveis; Os diálogos climáticos ou o letramento climático; As obras de contenção das áreas de risco, hidrológicos e geológicos, para adaptação da cidade; Os jardins de chuva que são 300 e chegarão a 400; A criação e implantação do movimento “São Paulo pelo Clima”, para mobilização, organização e ação de todos os setores da cidade em torno de ações climáticas preventivas e práticas. Além de muitas outras iniciativas, que estão sendo tomadas dentro e fora do Governo Municipal, que dizem respeito a tornar São Paulo uma cidade mais resiliente. Vamos participar de uma agenda intensa na COP 28. São Paulo vai jogar seu peso como 5ª maior cidade do mundo. Esperamos voltar com resultados concretos, para nós e para todos.   Gilberto Natalini Médico  e Ambientalista Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo

NÓS AVISAMOS!

Os fenômenos climáticos extremos repetem-se cada vez mais frequentes e destrutivos, por toda parte do planeta. E no Brasil, ainda com mais evidencia.

ALERTA VERMELHO PARA O SUS

A Câmara Federal aprovou um projeto, no qual foi enxertado um artigo que permite flexibilizar a vinculação da verba da saúde – o orçamento do SUS. E o Senado confirmou essa aprovação.

EMERGÊNCIA CLIMÁTICA E AMBIENTAL

FRENTE À EMERGÊNCIA CLIMÁTICA e a destruição do mundo natural, resta pouca dúvida de que estamos aumentando os impasses ecológicos de nossa civilização e modificando radicalmente o planeta que nos acolhe, quer dizer, afrontando a capacidade de suporte da Terra. Em termos mais diretos, faz tempo que pressionamos as “fronteiras planetárias”, ou seja, os limites vitais. Sobre isso, a ciência segue nos avisando: o planeta está agora “bem fora do espaço operacional seguro para a humanidade”.