Novos dirigentes da Associação Paulista de Medicina tomam posse

Neste sábado, 25 de novembro, a Associação Paulista de Medicina realizou Assembleia Ordinária de Delegados para dar posse a seus novos dirigentes – eleitos em agosto deste ano –, que atuarão durante o triênio 2023/2026. Além do novo presidente da entidade, Antonio José Gonçalves, a cerimônia reuniu diretores, conselheiros fiscais, delegados, familiares e autoridades da Saúde.

Em um discurso emocionado, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM nos triênios 2017/2023, relembrou que mesmo diante dos erros e acertos, as Diretorias de suas gestões se mantiveram unidas. “Esses fatos foram objeto de atenção e realizações, ao lado de colegas notáveis com grande experiência na vida associativa, com visões completamente diferentes. Nas ações que tive oportunidade de protagonizar, espero ter cumprido a vontade dos senhores, já que é a vontade dos Diretores e dos Delegados que deve orientar as ações da Presidência”, colocou.

Amaral recordou, também, a memória de profissionais que ajudaram a trilhar o caminho da Associação Paulista de Medicina, contribuindo para o constante crescimento da entidade, mas que infelizmente vieram a falecer precocemente. “Em diversos momentos, quando tínhamos decisões a tomar, relembrávamos o nome de Donaldo Cerci da Cunha, João Eduardo Charles e Luiz Carlos João. Eles terminam esta gestão conosco, continuam entre nós e seguem trabalhando ao nosso lado.”

“Encerro tentando cumprir alguns propósitos que assumi recentemente. Não agir em função de rótulos que atribuíram a terceiros e ter compromisso com a verdade dos fatos. A segunda tentativa é a bondade. E, em terceiro lugar, a necessidade de movermos e de nos manifestarmos. Desejo ao meu caríssimo Antonio José Gonçalves, que nos acompanha desde 1995, muito boa sorte na difícil tarefa de conduzir a APM. Tenho certeza de que ele vai nos levar muito além do que já estamos”, concluiu.

O presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes – também empossado como delegado da APM pela capital -, afirmou que, nos últimos três anos, a parceria da AMB com a APM foi primordial e muito importante, principalmente durante os momentos difíceis durante a pandemia de Covid-19. Ele se disse ainda consciente quanto à redução dos números de contribuintes associativos nas entidades.

“A maior responsabilidade de mostrar ao jovem médico que o movimento associativo é o verdadeiro representante do profissional é nossa. Somos nós, aqueles que efetivamente representam os médicos em suas diferentes necessidades, que devemos levar este recado todos os dias. Em nome da AMB, estaremos sempre juntos da APM, ela é peça fundamental no nosso direcionamento e nas nossas ações”, destacou.

Em seguida, o secretário municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, Gilberto Natalini – também delegado da APM pela capital – foi convidado a falar aos presentes. Em um breve pronunciamento, ele relembrou que esta é a segunda vez que ocupa a posição de delegado na entidade. “A primeira vez foi em 1985, ou seja, desde muito jovem acompanho e luto a favor da classe médica. Como ativista, acompanho e acompanhei a Associação Paulista de Medicina em todas as batalhas, todas as lutas que essa importante instituição fez e faz em defesa da categoria médica, em defesa da Saúde”, salientou.

Ações e perspectivas

Antonio José Gonçalves, comovido, iniciou agradecendo aos associados que o elegeram, à Diretoria, delegados e conselheiros fiscais por todo o apoio recebido ao longo da campanha, e afirmou que está vivendo um sonho não sonhado ao chegar no posto de presidente da Associação Paulista de Medicina. “Substituir o professor José Luiz Gomes do Amaral não será tarefa fácil, mas, como estamos juntos há 30 anos, compartilhamos de muitas convicções em defesa do associativismo, de nossa classe, de um bom exercício profissional e, com isto, promovendo uma Saúde de qualidade para a população”, ressaltou.

Em uma breve retrospectiva sobre a sua vida, o novo presidente da APM contou que chegou à entidade em 1995, no mandato de Eleuses Paiva. Durante alguns anos, Gonçalves se manteve fora da Diretoria, entretanto, sempre teve vida associativa intensa. Em 1976, chegou a presidir a AMERESP (Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo) e foi um dos fundadores e primeiro presidente da AMERESC (Associação dos Médicos Residentes da Santa Casa), além de posteriormente ter sido presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, secretário geral da Associação Médica Brasileira e participado de Diretorias do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Nacional e Capítulo de São Paulo.

Gonçalves se disse preocupado com a queda no número de pessoas associadas às entidades representativas da classe, fazendo um paralelo com a quantidade de médicos que estão se formando por ano no Brasil. “Hoje, vivemos uma crise no associativismo. Apesar do número de médicos no País crescer assustadoramente, a quantidade de associados vem caindo. Esta perda de interesse dos médicos pelo associativismo nos enfraquece, por isso precisamos repensar o modelo e mudar o cenário”, alertou.

“Aqui na APM, nosso mandato será pautado pela gestão em busca da sustentabilidade, não só da APM Estadual, como de todas as suas Regionais e Núcleos. Todos os diretores precisam se envolver de corpo e alma no diagnóstico e tratamento de seus departamentos. Serão chamados a relatar periodicamente como vai indo sua atuação, não só de eventos e feitos, mas também do ponto de vista financeiro. A Presidência precisa deste envolvimento, e como cada um dos diretores foi escolhido a dedo, por terem tradição e conhecimento dentro de suas áreas, precisam se posicionar e orientar a Presidência nas melhores soluções”, adiantou.

Por fim, Antonio José Gonçalves reafirmou o seu compromisso de bem servir à APM, aos médicos e à Saúde. Salientou que possui uma equipe forte, coesa, competente e irá buscar um futuro animador e que contemple a dedicação, as dificuldades e as renúncias que os profissionais da Medicina têm que fazer todos os dias. “Conto com cada um de vocês neste grave momento pelo qual passa a Medicina e o médico. Essas dificuldades só me fazem ter mais vontade de vencer e de colocar a nossa profissão no lugar que lhe é devido. O mais alto pódio da humanidade”, finalizou.

Diretoria APM 2023/2026

Antônio José Gonçalves – Presidente | João Sobreira de Moura Neto – 1º Vice-Presidente | José Luiz Gomes do Amaral – 2º Vice-Presidente | Akira Ishida – 3º Vice-Presidente | Roberto Lotfi Junior – 4º Vice-Presidente | Lacildes Rovella Junior – Diretor Administrativo | Ademar Anzai – Diretor Administrativo Adjunto | Paulo Cezar Mariani – Secretário Geral | Maria Rita de Souza Mesquita – Secretária Geral Adjunta | Paulo Manuel Pêgo Fernandes – Diretor Científico | Marianne Yumi Nakai – Diretora Científica Adjunta | Cleusa Cascaes Dias – Diretora Cultural | Guido Arturo Palomba – Diretor Cultural Adjunto | Marcos Cabello dos Santos – Diretor de Comunicações | Renato Azevedo Junior – Diretor de Comunicações Adjunto | José Eduardo Paciência Rodrigues – Diretor de Defesa Profissional | Marun David Cury – Diretor de Defesa Profissional Adjunto | Álvaro Nagib Atallah – Diretor de Economia Médica e Saúde Baseada em Evidências | Paulo De Conti – Diretor de Economia Médica e Saúde Baseada em Evidências Adjunto | Fernando Sabia Tallo – Diretor de Eventos | Geovanne Furtado Souza – Diretor de Eventos Adjunto | Nicolau D´Amico Filho – Diretor de Marketing | David Alves de Souza Lima – Diretor de Marketing Adjunto | Florisval Meinão – Diretor de Patrimônio e Finanças | Clóvis Acúrcio Machado – Diretor de Patrimônio e Finanças Adjunto | Antônio Carlos Endrigo – Diretor de Previdência e Mutualismo | Clóvis Francisco Constantino – Diretor de Previdência e Mutualismo Adjunto | Jorge Carlos Machado Curi – Diretor de Responsabilidade Social | Paulo Celso Nogueira Fontão – Diretor de Responsabilidade Social Adjunto | Diana Lara Pinto de Santana – Diretora de Serviços aos Associados | Alice Antunes Mariani – Diretora de Serviços aos Associados Adjunta | Julio Leonardo Barbosa Pereira – Diretor de Tecnologia de Informação | Zilda Maria Tosta Ribeiro – Diretora de Tecnologia de Informação Adjunta | Ana Beatriz Soares – Diretora Social | Leonardo da Silva – Diretor Social Adjunto | Thereza Christina Machado De Godoy – Diretora da 1ª Distrital | Edemilson Cavalheiro – Diretor da 2ª Distrital | Othon Mercadante Becker – Diretor da 3ª Distrital | Eduardo Luis Cruells Vieira – Diretor da 4ª Distrital | Fatima Maria Aparecida Ferreira Bastos – Diretora da 5ª Distrital | João Carlos Sanches Anéas – Diretor da 6ª Distrital | José Eduardo Marques – Diretor da 7ª Distrital | Leandro Freitas Colturato – Diretor da 8ª Distrital | Paulo Gil Katsuda – Diretor da 9ª Distrital | Juliana Cristina Kuhn Medina – Diretora da 10ª Distrital | Eder Carvalho Sousa – Diretor da 11ª Distrital | Luis Henrique Brandao Falcão – Diretor da 12ª Distrital | Cezar Antônio Roselino Secchieri – Diretor da 13ª Distrital | Ricardo Tedeschi Matos – Diretor da 14ª Distrital

Conselho Fiscal – Titulares e Suplentes

Titulares: Bruno Zilberstein, Claudio Roberto Cernea, José Carlos Esteves Veiga, Marcos Bosi Ferraz e Osmar Antonio Gaiotto Junior | Suplentes: Camillo Soubhia Junior, Luciano Rabello Cirillo, Luis Eduardo Andreossi, Luiz Eugênio Garcez Leme e Vera Lucia Nocchi Cardim

Fonte: Site APM

Texto: Julia Rohrer e Ryan Felix (sob supervisão de Giovanna Rodrigues)

Fotos: Alexandre Diniz

 

E a COP – 28?

Hoje estarei embarcando, junto com Delegação de São Paulo para a COP – 28. Vamos fazer parte das delegações de centenas de cidades, conhecidas como Poder Local, que levará ao evento as propostas, as experiências e as preocupações das populações urbanas do Planeta.

As mudanças climáticas avançam numa velocidade e gravidade muito acima das previsões. Apesar de todas as iniciativas de governos, de empresas e da população, as emissões de gases de efeito estufa bateram recorde no ano passado.

Parece que a humanidade sabe da ameaça climática à própria sobrevivência, mas não decide tomar  as sérias medidas, individuais e coletivas, necessárias para brecar o aquecimento global.

Há um mês, pela primeira vez, a temperatura média do planeta ultrapassou os 2ºC. Vivemos, pelo mundo inteiro, e no Brasil, a repetição cruel dos fenômenos climáticos extremos. A situação caminha para o irreversível.

A COP – 28, em Dubai, paradoxalmente um reino do Petróleo, vai ter uma papel importante: o balanço das metas de Paris, e a cobrança daquilo que não foi cumprido. Além da difícil parte de tirar do papel o financiamento da descarbonização, mundo afora.

O ambiente é de “ou vai ou racha”.

De nossa parte vamos levar o exemplo da cidade de São Paulo.

  • O andamento do PlanClima, com suas 43 ações e 54 metas;
  • A chegada da frota elétrica de ônibus;
  • A compra de energias renováveis no Mercado Livre: eólico e fotovoltaico, 30% mais baratas para a Prefeitura de SP;
  • O uso obrigatório do etanol na frota própria e terceirizada da Prefeitura/SP;
  • O aumento de nossas 2.400 hortas urbanas;
  • A criação de parques urbanos – de parques materiais que protegem nossas matas remanescentes;
  • As compras municipais sustentáveis;
  • Os diálogos climáticos ou o letramento climático;
  • As obras de contenção das áreas de risco, hidrológicos e geológicos, para adaptação da cidade;
  • Os jardins de chuva que são 300 e chegarão a 400;
  • A criação e implantação do movimento “São Paulo pelo Clima”, para mobilização, organização e ação de todos os setores da cidade em torno de ações climáticas preventivas e práticas.

Além de muitas outras iniciativas, que estão sendo tomadas dentro e fora do Governo Municipal, que dizem respeito a tornar São Paulo uma cidade mais resiliente.

Vamos participar de uma agenda intensa na COP 28. São Paulo vai jogar seu peso como 5ª maior cidade do mundo.

Esperamos voltar com resultados concretos, para nós e para todos.

 

Gilberto Natalini

Médico  e Ambientalista

Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo