50 ANOS DE MEDICINA!

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
TRUMP, O LOUCO DO MAL!!!

É bem difícil para uma pessoa comum entender o que Trump quer fazer com suas atitudes políticas e econômicas.Acho que para os entendidos, estudiosos e ativistas políticos, também é uma situação confusa as decisões e contra decisões do presidente dos EUA.Sabemos que ele ganhou os votos dos americanos e a eleição com a frase “America first” que engloba todo um conceito nacionalista, isolacionista e autocrático, de retomar o esplendor dos Estados Unidos.Esse país, que domina a geopolítica e a economia do mundo, pelo bem e pelo mal, desde o fim da 2ª guerra mundial, sofreu as erosões estruturais do processo de globalização e foi perdendo o glamour, poder e mercado no decorrer dos últimos tempos.Os americanos são super consumidores, com um consumo exagerado e perdulário, e vão sentindo sua economia se contrair.É aí que o discurso Trump, de voltar-se para dentro, pega em grande parte do povo americano.Trump é um líder conservador extremista. Um desconstruidor da democracia liberal, um líder autocrático.Seu alinhamento mundial é com esse tipo de gente.Mas, com suas decisões econômicas, extremamente protecionistas, com taxações astronômicas, Trump quebrou a cara e se ajoelhou para a realidade da economia globalizada.O mundo se revoltou contra ele e os EUA viveu um isolamento imenso, de todas as partes e governos.A reação foi proporcional às maluquices de Trump.Ele foi e voltou várias vezes, esbravejou e gemeu muitas vezes, e todos viram que o tigre era de fato de papel.Trump representa o lado autocrático do mundo, que hoje não está mais dividido entre direita e esquerda, mas entre democracia e autocracia. E a autocracia vem ganhando terreno, uma vez que as democracias liberais não dão resposta aos graves problemas da concentração de renda, da imensa desigualdade social, da fome e da miséria, da degradação desenfreada do Planeta, das mudanças climáticas, da deterioração dos costumes e dos ritos sociais, da violência e da criminalidade crescente, da imigração desenfreada. Mas as autocracias também não!A eleição de Trump é fruto da soma disso tudo.Mas sua saga já encontrou barreiras. O mundo inteiro reagiu às suas ideias alopradas.Ele topou de frente com a China, que quadriplicou a aposta e fez o tigre louco miar como um gatinho.Internamente a resistência vai crescendo. Há poucos dias 1000 cidades americanas fizeram protestos robustos contra ele.Dentro do seu governo, seus conselheiros bilionários brigam entre si.Não podemos prever o que será feito do mandato de Trump. Mas avistamos muitas turbulências políticas e econômicas, que poderão inviabilizar o seu governo.Cabe às pessoas de bom senso, defender sempre a colaboração internacional, a democracia e a liberdade, o livre comércio, as medidas humanitárias, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.Me incluo entre eles! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Alterações climáticas e seus impactos no Brasil: desafios e soluções

As temperaturas elevadas registradas recentemente em diversas regiões do país ilustram a gravidade da situação: no Rio de Janeiro, os termômetros atingiram 44°C; no Rio Grande do Sul, marcas similares foram observadas; e na cidade de São Paulo, as temperaturas chegaram a 40°C. As ondas de calor são fenômenos atmosféricos caracterizados por períodos prolongados de temperaturas anormalmente elevadas, podendo provocar graves consequências para a saúde humana, especialmente entre populações vulneráveis, como idosos e crianças. A exposição contínua da população ao calor extremo pode causar desidratação, insolação, agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias, além de aumento na taxa de mortalidade relacionada ao clima. É importante lembrarmos que o impacto das temperaturas extremas também se estende ao setor público. Servidores enfrentam dificuldades tanto em seus locais de trabalho quanto em deslocamentos e residências, muitas vezes sem infraestrutura adequada para mitigar os efeitos do calor. Segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC de 2022, um aquecimento de 1,5ºC exporia cerca de 350 milhões de pessoas no mundo à escassez de água devido a secas severas. Se o aquecimento chegasse a 2ºC, esse número subiria para 420 milhões. Em um cenário mais extremo, de 3ºC a 4ºC, países como Itália, Espanha e Grécia passariam a ter clima desértico. Com aquecimento de 5ºC a 6ºC, a frequência e a intensidade de furacões aumentariam em 37%, e a cobertura de gelo se reduziria em 75%. A comunidade científica tem alertado há décadas sobre esses impactos, mas a resposta global ainda é insuficiente. O cenário é preocupante. Considerando tais cenários, é necessária a adoção de medidas individuais para se proteger das ondas de calor, como a hidratação frequente, a redução da exposição ao sol em horários de pico, o uso de vestimentas leves e ambientes climatizados sempre que possível. Já com a queda de temperaturas, também é preciso lembrar de manter o organismo hidratado, sendo que adultos precisam ingerir cerca de 2 litros de água por dia; além de evitar banhos muito quentes, manter o uso de protetor solar e evitar ficar em ambientes sem circulação de ar para minimizar quadros alérgicos, por exemplo. No entanto, como nem toda a população tem acesso a essas condições, é fundamental que políticas de adaptação e mitigação sejam adotadas para minimizar os danos causados por eventos climáticos extremos e cada vez mais constantes. Nesse contexto, acordos internacionais, como o Acordo de Paris, desempenham um papel fundamental na definição de metas para a redução de emissões de gases de efeito estufa e no incentivo à transição para uma economia de baixo carbono. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), prevista para ocorrer no Brasil em 2025, será uma oportunidade crucial para que os países reforcem seus compromissos climáticos e avancem na implementação de estratégias globais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O setor da saúde, por exemplo, necessita de maior preparo para lidar com os impactos do calor extremo. Hospitais e unidades de pronto atendimento precisam estar equipados para tratar complicações decorrentes das altas temperaturas. Além disso, estratégias de urbanização sustentável, como aumento da cobertura vegetal nas cidades, criação de espaços de sombra e melhoria da ventilação urbana, podem contribuir para a redução do estresse térmico. O investimento em energias renováveis, a redução da emissão de gases de efeito estufa e a implementação de políticas ambientais rigorosas também são passos fundamentais no controle das alterações climáticas. Somado a isso, iniciativas como reflorestamento, conservação de biomas e incentivo a práticas agrícolas sustentáveis podem contribuir para reduzir as emissões e os consequentes impactos a longo prazo. Dentro do cenário atual, observa-se que a velocidade com a qual os eventos climáticos extremos se intensificam supera as ações de mitigação e adaptação implementadas até o momento, sendo necessário ampliar os esforços para combater as causas e consequências do aquecimento global antes que seus efeitos se tornem irreversíveis. Todos pelo clima!
MAIS UMA VEZ O CÂNCER

É assustador presenciar o aumento dos casos de tumores malignos entre a população, e em idades cada vez mais precoces. Como médico, tenho me deparado todos os dias com pacientes portadores de neoplasias, em números cada vez maiores. As estatísticas científicas também demonstram o aumento preocupante dos casos. Os tumores de colón, de próstata, de mama, entre muitos outros, tem sido os mais frequentes.Em nosso voluntariado médico no Cangaíba, que esse ano faz 50 anos, é difícil o sábado que não me deparo com 2 e até 3 casos novos de câncer. Muitas pessoas, inclusive médicos, têm usado o argumento que o diagnóstico mais fácil é o responsável por esse aumento de casos. Sim! O diagnóstico e o rastreamento das neoplasias melhoraram muito.Mas é certeza que só isso não justifica a explosão do número de casos. Sabemos há tempo que os tumores têm fatores genéticos determinantes que podem atingir as pessoas, grupos familiares e até populações. Isso é fato comprovado. Tenho convicção que os hábitos de vida e a poluição ambiental estão causando essa “epidemia tumoral”. A alimentação está impregnada de agrotóxicos, centenas deles, e também de conservantes, ambos, comprovadamente responsáveis por carcinogênese, entre outras patologias. Podemos afirmar sem exageros que a humanidade tem comido veneno. O cigarro, e agora o cigarro eletrônico, o álcool, o sedentarismo, o uso indiscriminado de certos remédios, também estão como causas etiológicas. Além disso, a poluição do ar, da água, do solo, vários modos de produção predatórios, causam aparecimento de tumores por exposição a substâncias cancerígenas. Assim, todos esses fatores somados podem ser a causa da alta incidência da doença, que presenciamos nos dias atuais. É claro que a Medicina avançou muito nas orientações preventivas, nos métodos de diagnósticos precoces, nos tratamentos quimioterápicos, radioterápicos e nas cirurgias oncológicas. Isso tem salvado muitas vidas. Mas é preciso ir fundo nas causas etiológicas da epidemia atual de tumores, e combatê-las, no interesse da saúde e da vida. Porém, a constatação do enorme aumento de casos de câncer, e a correlação com seus fatores causais são muito importantes para combatermos e revertermos essa trágica realidade. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
POR UM “BRASIL BRASILEIRO”!

A história de vida no Brasil não tem sido fácil de algum tempo para cá. Nosso Brasil é um país muito grande, com um recurso natural vasto e diversificado, rico em florestas, minerais, cursos de água, e possui uma população diversa, operosa, criativa, sensível e numerosa, produto de uma mistura de negros, brancos, amarelos e gente de toda parte do Planeta. Somos considerados a 10ª economia do mundo. Tem tudo para dar certo! Mas não é o que está acontecendo. Pelo contrário! Ostentamos, vergonhosamente, uma das maiores desigualdades sociais da terra. Aqui, a distância entre os mais ricos e os mais pobres é obscena, sendo que esses são a imensa maioria da população. Aqui, cerca de 8 pessoas/grupos, detém a riqueza de 100 milhões de pessoas. É intolerável! Temos índices de criminalidade enormes, o que nos coloca entre os países mais violentos do mundo. O crime cresceu e se organizou de forma a se infiltrar em todas as camadas sociais, nas instituições públicas e privadas e em todas as regiões do país. A ponto de ser considerada a 8ª máfia do mundo. Além disso, a corrupção se transformou em “mania nacional”, tendo os maiores corruptos, e suas quadrilhas, se instalando nos mais altos cargos da República, e em todos os poderes. Nosso desenvolvimento econômico se apoia no caminho do agronegócio, que hoje é o principal componente do PIB. Esse desenvolvimento sempre teve o caráter exploratório e predatório, e até hoje, diante da imensa ameaça das catástrofes climáticas, grande parte do nosso agronegócio ainda continua promovendo o desenvolvimento na base da exploração insustentável de seus recursos naturais, na terra, na água e no ar. Desmatamentos, queimadas, agrotóxicos são o nosso dia a dia. Tudo que se procura fazer para mudar esse paradigma ainda é insuficiente. Além disso, liderado pelo sistema financeiro internacional, esse modelo econômico, além de ser predador ambiental, é também, extremamente concentrador de renda e produtor da pobreza de nossa gente. Os campeões de mando no Brasil são os rentistas, que vivem de juros, seja nos governos de “direita” ou de “esquerda” (as aspas são propositais). Diante desse quadro real da nação, o brasileiro está com medo, com raiva, com desprezo, com descrença, com tristeza. O brasileiro vive sem sonhos. Se um dia fomos um país do futuro, o futuro passou em nossa frente e nós não o capturamos. Nossa Democracia, conquistada a duras penas, trouxe uma certa liberdade política, mas não trouxe as tão necessárias justiça social e moralidade pública. Entra governo e sai governo, sobe um populista e sai outro, vai uma eleição e vem outra, e a nação brasileira não enxerga melhora no horizonte. Pelo contrário, como dissemos acima, a nossa realidade mostra um cenário desanimador. E daí??? As pesquisas mostram que, apesar das mazelas, o povo brasileiro, em sua grande maioria, ainda prefere a Democracia. O povo está certo!!! “A voz do povo é a voz de Deus”. Temos que buscar nossa redenção dentro dos caminhos da Democracia. “Ruim com ela, muito pior sem ela”! O primeiro passo é conhecer e reconhecer a causa de todas as nossas mazelas: o modelo terrível de concentração de renda, espoliação do Brasil, que domina aqui. Depois, entender e reagir à falsa, nefasta e tóxica polarização do Brasil, entre duas forças políticas e sociais, que se sustentam e se retroalimentam, num debate árido, insólito e odioso, que desune e enfraquece a nação, e não resolve nenhum de nossos problemas. Nosso grito “livres da polarização” é preciso! Criar um caminho democrático sólido, com um desenvolvimento sustentável, que respeite e recupere o meio ambiente, promover a distribuição de renda que tire o nosso povo da posição de pedinte e tratar com intolerância qualquer tentativa de roubar dinheiro dos impostos, é a saída para nós, um grande desafio, que demanda consciência, mobilização e organização de nosso povo. Tarefa gigantesca! Mas não temos como escapar dela, se queremos um “Brasil brasileiro”! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
MANIFESTO PELA REABERTURA DO CASO JK

O ano de 2026 marcará os 50 anos do desaparecimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek. As circunstâncias de sua morte continuam obscuras. Na época, em pleno regime militar, tentaram culpar o motorista de um ônibus, acusando-o de conduzir o veículo que colidiu com o automóvel que levavaJK, provocando em seguida uma outra batida e o sinistro fatal. Julgado e processado duas vezes, o motorista do ônibus foi absolvido em ambos os processos. Não teria havido o abalroamento entre aquele ônibus e o carro do ex-presidente, apesar de, até hoje, essa ser a explicação a justificar a causa do “acidente”. Ao longo do tempo, porém, indícios passaram a apontar para um hotel em Resende, município do Rio de Janeiro, de onde JK partira na direção da cidade do Rio de Janeiro, poucos minutos antes de perder a vida. O automóvel que o transportava rodou apenas três quilômetros na Via Dutra. Já estava desgovernado quando atravessou o canteiro central, projetou-se na pista da contramão e bateu em velocidade contra um caminhão que vinha em sentido contrário. Juscelino Kubitschek, de 74 anos, e seu motorista de confiança, Geraldo Ribeiro, de 66 anos, o mesmo que o servira por 36 anos, teriam morrido na hora, após o forte impacto. Perseguido pela ditadura militar, cassado e humilhado, JK recuperara os direitos políticos fazia pouco tempo. Em 1976, dois anos antes da eleição do sucessor do general-presidente Ernesto Geisel, movimentava-se para chegar novamente ao Palácio do Planalto. Se fosse o eleito, o regime militar teriapersistido por 15 anos, e não os 21 anos nos quais, afinal, impôs um estado de exceção ao povo brasileiro. O hotel em Resende costumava receber militares em suas dependências. Era de propriedade de um militar de alta patente. Tudo indica que JK foi atraído até o local, onde faria uma reunião sigilosa com chefes militares. Para voltar à Presidência da República, ele julgava precisar de apoio nas Forças Armadas.As evidências são de que caiu numa cilada. Provavelmente emboscados na Dutra, JK e seu motorista arriscariam uma fuga em alta velocidade. Mas há suspeitas de que o Opala conduzido por Geraldo Ribeiro teria sido sabotado no estacionamento do hotel. Alguns segundos antes do choque trágico contra o caminhão, já na pista da contramão, uma manobra evasiva poderia ter direcionado o carro para o acostamento. Nesta hipótese, o resultado fatal não ocorreria. Porém, sem lógica, com suspeita de que o freio do Opala não foi sequer acionado, o carrodo ex-presidente percorreu uma trajetória na contramão, em rota tresloucada, até o impacto final.Só recentemente, em 2019, uma nova perícia técnica jogou luz no “acidente” que vitimou JK e seu motorista. Mais uma vez, ficou demonstrado que não houve a colisão anterior com o ônibus e, portanto, restou a hipótese da irracionalidade de o automóvel com o ex-presidente se deslocar pela contramão da Dutra, em vez de simplesmente atravessá-la até o acostamento, evitando o choque contra o caminhão. Pairam incertezas fundamentadas acerca dos acontecimentos que levaram à morte de JK. A sociedade brasileira não pode continuar convivendo com dúvidas sobre a causa da morte violenta de um ex-presidente da República, político popular cassado arbitrariamente pela ditadura. Nós, abaixo-assinados, vimos, por meio deste manifesto, solicitar ao Governo do Brasil, por intermédio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, instalada no âmbito do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a reabertura do caso JK. Temos a convicção de que o “acidente” de 22 de agosto de 1976 precisa ser novamente reexaminado. Em nome da verdade e da história do Brasil, as mortes do ex-presidente Juscelino Kubitschek e do motorista Geraldo Ribeiro devem ser consideradas um caso em aberto, cuja conjuntura não foi cabalmente esclarecida. São Paulo, 27 de março de 2025Gilberto Natalini – Presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (2013 – 2014)Adriano Diogo – Presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo (2013 – 2014)Robson Sávio Reis Souza – Coordenador da Comissão da Verdade em Minas Gerais (2016 – 2018)Airton SoaresAlex SolnikAlexandre KalacheAmelinha TelesAna Cristina Pires DuarteAntonio Funari FilhoAntonio NetoAugusto de FrancoBeatriz Cintra LabakiBelisário dos Santos JúniorCamila Santos Tolosa BianchiCamilo TavaresCésar Augusto LoureiroCriméia Alice Schimidt de AlmeidaCynthia Louzada GarciaDébora Garcia RestomEduardo JorgeErnesto TzirulnikFábio Luís ChateaubriandFernando GuidaFernando MattosFlávio TavaresFlorisval MeinãoGilberto BercoviciGonzalo Vecina NetoGustavo CondeÍtalo CardosoIvo PatarraJanaína de Almeida TelesJoan Gael NobreJoão Carlos Gonçalves (Juruna)João Paulo CuencaJosé Luís GoldfarbJosé Luiz Quadros de MagalhãesLea VidigalLeda Maria Caira GitahyLívio GiosaLuiz Eduardo GreenhalghMarcelo RidentiMarcelo Rubens PaivaMarco Antonio VillaMaria Aparecida Trazzi Vernucci da SilvaMaria Claudia Sant’AnnaMaria Helena ArrochellasMaria Helena Lorena PimentelMaria José Vieira DantasMaria Lúcia BicudoMário Covas NetoMario Fernando Gadelha BragaMyrian Labaki PupoNádia Battella GotlibPadre Luís de SouzaPádua FernandesPaulo Sérgio DuartePaulo VannuchiPérsio DutraRaquel HenkinRenan QuinalhaRicardo MontoroRoberto DelmantoRoberto TardelliRodrigo ArreyesRosa Freire D’AguiarSerafim JardimSérgio GomesSilvestre GorgulhoSilvio TendlerSoninha FrancineValdirene AtiqueWagner WilliamWalter Feldman
PARA ONDE VAI A COP-30?

As duas últimas COPs aconteceram em países produtores de petróleo.Assim, os resultados desses encontros foram bastantes frustrantes, pois os presidentes das COPs eram executivos das empresas petrolíferas e obstruíram as propostas mais relevantes e necessárias.A velocidade e agressividade das mudanças climáticas tem sido muito mais rápida do que a capacidade de ação dos governos.Portanto, a humanidade está exposta e ameaçada pelos fenômenos climáticos extremos que colocam em risco a própria vida no planeta.Infelizmente os resultados práticos das COPs são insuficientes para a governança climática global.Em novembro deste ano, teremos no Brasil a COP-30 em Belém do Pará, que está sendo chamada a COP da floresta.Muitas expectativas, esperanças e dúvidas estão sendo colocadas nesse encontro climático.Ainda não sabemos o que vai acontecer, mas já vemos as dificuldades técnicas e estruturais de recebermos a COP-30.A cidade de Belém não estava preparada para um evento de tamanha envergadura.A correria nas obras de infraestrutura e acolhimento aos participantes é grande, e vão desde o saneamento básico até o alojamento de milhares de pessoas que estarão lá.Além disso, a premência da situação carrega de expectativas nos resultados práticos do encontro, no que diz respeito às respostas sobre financiamento, tecnologia e políticas públicas, práticas e conceitos que ainda não foram implementadas.O mundo inteiro, o Brasil e nós todos estamos colocando esperança na COP-30.Não sabemos como serão suas conclusões práticas. Se vamos dar um salto para frente ou se vamos marcar passo.Mas, estamos batalhando para ganhar grande número de pessoas para juntos chegarmos na COP-30 e trabalhar dentro do evento apresentando uma proposta unida e forte, que possa ser abraçada pela governança mundial.De nossa parte estamos participando do grupo de trabalho da COP-30 da Prefeitura de São Paulo, como representante da sociedade civil, ajudando a conversar com as entidades, personalidades e lideranças na Cidade para sensibilizar, mobilizar e acionar a população pelo clima e pela sustentabilidade.Nosso objetivo é levar para Belém a posição forte e uníssona da Cidade de São Paulo, com nossas propostas e nossas soluções.O Planeta e a Humanidade precisam de ações práticas e urgentes. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
O CLIMA E O PREÇO DA COMIDA

Todos ficam pasmos quando, num país que é um dos maiores produtores de café do mundo, o quilo do produto custa 60 reais. Quem vai ao mercado, ou quem paga a compra, sabe quanto custa a laranja, a banana, o abacate, outros frutos, o preço dos legumes, verduras e grãos. O azeite de oliva virou ouro líquido. É claro que essa “carestia de vida” alimentar tem causas múltiplas. É o preço do dólar, os mercados internacionais, as commodities, a eleição de Trump, e blá, blá, blá demais. Mas uma coisa certa. As mudanças climáticas e os fenômenos extremos impactaram em cheio na produção e no custo dos alimentos. O café, por exemplo, teve um aumento grande após o debacle da safra no Vietnã e no Brasil, em consequência de estiagens prolongadas nas áreas produtoras. A laranja subiu de preço, após um aumento de exportação para os EUA, onde houve quebra de safra por pragas associadas ao clima. O custo do azeite de oliva foi vítima de uma enorme quebra de safra nas regiões de produção de azeitonas, no Mediterrâneo e no Norte da África, também, porque as oliveiras sofreram com as mudanças climáticas. Não estamos tratando aqui dos enormes prejuízos econômicos financeiros para a agricultura e a indústria de alimentos. Isso fica para uma próxima vez. E por aí vai!!! Essa situação de insegurança alimentar por falta e pelo alto custo dos alimentos tende a continuar e se agravar, por conta da piora das condições climáticas. Isso não caminha numa linha reta, mas as crises se repetirão cada vez mais frequentes e maiores. Mudanças climáticas não são só chuvas, enchentes, secas e queimadas. É também fome e prejuízos econômicos imensos, na produção de alimentos e outros bens de consumo. É urgente a ação de todos para conter essa tragédia. A COP-30 é uma boa ocasião para o mundo tomar uma atitude pra valer! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
SÃO PAULO E A COP-30

O Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, publicou o Decreto nº. 64066 de 14/02/2025, que cria a Comissão Construindo Uma Cidade Sustentável para tratar da Sustentabilidade e da COP-30 na Cidade.Daí decorreu a publicação da Portaria nº. 68 de 19/02/2025, assinada pela Secretário José Renato Nalini de SECLIMA, normatizando o Decreto e nomeando as pessoas que compõe a Comissão. São quatro secretários (Seclima, Governo, Verde e Meio Ambiente e Relações Internacionais) e dois membros: um da sociedade civil e um da Academia. Tive a honra de ser convidado, representando a Sociedade Civil pela Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, AFPESP, indicado por seu Presidente Dr. Artur Marques, juntamente com o Professor Marcos Buckeridge, representando Instituto de Estudos Avançados da USP. A COP-30, que acontece no Brasil, em Belém do Pará, em novembro, tem uma importância estratégica nas proposições e ações frente às Mudanças Climáticas do Aquecimento Global. Os fenômenos climáticos extremos avançaram de forma rápida e agressiva em todo o planeta. Todos os dias nos deparamos com tais eventos, que se manifestam com ondas de calor insuportáveis, chuvas devastadoras, estiagens longas e destruidoras, secas e escassez hídricas, desertificação, queimadas, nuvens de fumaças, aumento de doenças infecciosas e cardiovasculares, elevação do nível do mar, quebras de safra e prejuízos no consumo e na economia. Vivemos isso nos tempos de hoje, cada vez mais. Portanto, os fenômenos climáticos vieram para ficar e são cada dia mais intensos e destrutivos. As florestas e a cobertura verde têm importância crucial no equilíbrio climático junto com a transição energética, e o uso racional dos recursos naturais, e o consumo sustentável, e são as principais medidas a serem tomadas para a prevenção e o combate ao aquecimento global. No Brasil e no mundo, cerca de 70% das pessoas vivem nas cidades. Aqui vivem produzem, consomem, e se reproduzem. Daí a enorme importância do ambiente urbano na produção e resolução dos problemas climáticos.São Paulo é a maior cidade do Brasil e a 5ª maior do mundo. Tudo aqui é superlativo! Dessa forma, a voz e a conduta de São Paulo na COP-30 é muito importante. Sem exclusivismos, nossa função é sensibilizar os paulistanos para todas essas questões e organizar nossas opiniões, propostas e condutas práticas para a COP-30. São Paulo é pioneira na criação de um Plano do Clima (PlanClima), na criação de uma Secretaria Executiva do Clima (Seclima) e na aprovação (em 2009) da Lei Municipal de Mudanças Climáticas. São Paulo tem uma grande lista e iniciativas de políticas climáticas com exemplos pioneiros, como a eletrificação da frota de ônibus urbanos, a decretação de 150 milhões de m² de parques naturais, a limpeza das ruas da Cidade com água de reuso, entre tantos outros. Porém, pelo gigantismo da cidade, pelo histórico de crescimento desplanejado, pela imensa desigualdade social de sua população e pelo permissivo e descontrolado uso do solo por seu plano diretor, São Paulo também tem grandes problemas urbanísticos, sociais, ambientais e climáticos. Aqui a sociedade civil e o poder público sabem dos problemas e das soluções para tudo isso. E há um esforço considerável para caminhar no sentido de uma cidade mais sustentável. A criação dessa Comissão Construindo uma Cidade Sustentável é uma importante oportunidade de debate e ação de toda a cidade, frente aos desafios climáticos que serão abordados na COP-30.Trata-se de sensibilizar, mobilizar, organizar a população, para conhecer melhor o que a cidade já está fazendo, e não é pouco, e o que precisa fazer, que é muito, para tornar São Paulo uma Cidade resiliente e sustentável. Tarefa nobre, gigante, desafiadora e apaixonante. Vamos a ela!!! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Falhas na gestão de resíduos no Brasil deixam COP30 “sem clima”

Já adentramos 2025, com as novas gestões municipais empossadas – e os preparativos para a COP30, que acontecerá no Brasil avançando a pleno vapor, trazendo luz sobre os temas da agenda climática, ambiental e da sustentabilidade. Estudos internacionais vêm demonstrando que a gestão de resíduos sólidos, apesar de pouco contribuir com o total de emissões de gases de efeito estufa, trazem um grande potencial de #mitigação de #emissões, principalmente de metano. Ocorre que, recente pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) aponta que 31,9% dos municípios brasileiros ainda contam com lixões para destinar os seus resíduos, ou seja, o cenário não poderia ser pior já que os lixões são uma fonte permanente de poluição do solo, das águas, do ar e do clima. E não é por falta de Leis. O prazo inicial que a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305/2010) dava ao Brasil para assegurar uma destinação adequada de resíduos, com a erradicação dos milhares de lixões ainda em atividade, era de 4 anos, portanto, até 2014, o que não foi cumprido. Além de ser expressamente vedada pela legislação há quase meio século e constituir-se em #crimeambiental, essa chaga, representada pelos lixões, também impacta consideravelmente os cofres públicos. Relatório elaborado pela S2F Partners, consultoria internacional especializada em gestão de resíduos e economia circular, avaliou que em 2020 a gestão de resíduos no Brasil custou R$ 120 bilhões, sendo que R$ 30 bilhões se referem aos custos diretos dos serviços. Os outros R$ 90 bilhões são os custos com as externalidades, ou seja, os custos indiretos decorrentes do modelo atual – com baixíssima reciclagem, sem coleta integral dos resíduos gerados, e com a destinação inadequada de milhões de toneladas que seguem para lixões e aterros controlados. E se parece ruim como está hoje, o cenário pode ser ainda pior. O estudo mostra que se a forma de gerir os resíduos permanecer como está, em 2040, os custos totais (diretos e indiretos) alcançarão cerca de R$ 140 bilhões por ano, dos quais mais de R$ 100 bilhões corresponderão às externalidades. Se a mesma tendência for mantida até 2050, os custos passarão dos R$ 168 bilhões, sendo que cerca de R$ 130 bilhões serão externalidades.(…) E mesmo observando que o tema relacionado à gestão de resíduos foi pouco discutido nas eleições municipais de 2024, é essencial que os prefeitos que iniciam seus mandatos em 2025 coloquem o manejo de resíduos sólidos como uma #prioridade em suas administrações, trazendo bons exemplos para serem apresentados na COP30. https://www.linkedin.com/posts/fabriciosoler_resaedduossaejlidos-mitigaaexaeto-emissaeles-activity-7301192213953150977-FSNf?utm_source=share&utm_medium=member_ios&rcm=ACoAAAGqmfkBycW5xZ0K_MKgFtl6RTdpWlmDgb0 Fonte: Brazil Economy https://lnkd.in/eBVGHDg6 Autores: Carlos RV Silva Filho e Fabricio Soler S2F Partners (s2fpartners.com.br)