Gilberto Natalini SP

DÍVIDA ECOLÓGICA

Nesses tempos dolorosos que vivemos, os fatos objetivos falam por si. Do ponto de vista ambiental, já atingimos um ponto crítico: a capacidade biofísica do mundo natural está comprometida devido a nossas ações (quase sempre, insustentáveis); quer dizer, o jeito como nos apoiamos nesse mundo e o modo econômico que assumimos para dar resposta aos nossos anseios de prosperidade. E como tudo tem consequência direta e imediata, não percamos a visão do todo: as mudanças ecológicas e climáticas que estamos passando refletem no desequilíbrio da cadeia ecológica que rege a vida na Terra, impactando severamente a sustentabilidade do planeta.

VENTANIAS DO BRASIL

Há algumas décadas, todos diziam que o Brasil era uma terra abençoada porque não tinha terremoto, furacão e outros desastres naturais. Esse tempo passou. No início desse século ocorreu o primeiro furacão no Brasil. Foi violento e aconteceu em Santa Catarina. Seu nome: Catarina. Dali para cá temos observado a repetição de ventos muito fortes, na forma de ciclones, tufões e furacões. Eles são mais frequentes e violentos no sul do país, mas já houve diversas ocorrências na Região Sudeste, com grande prejuízo humano e material. Ao lado desses fenômenos temos vivido também, e cada vez mais, as chuvas muito violentas, com enchentes devastadoras e mortais por todo o país. Períodos alternados de estiagens, muito prolongadas, que causam a morte de rios, lagos e alagados, prejudicando o fornecimento de água causando impacto no consumo humano, na agricultura e nas hidroelétricas. Devido a esses fenômenos temos visto também um aumento assustador das queimadas que destroem grandes áreas, matando animais e a vegetação. Há algumas décadas temos vivido tudo isso, que são fenômenos climáticos cada vez mais frequentes e extremos. O Brasil e o mundo, estão sofrendo o que se chama de emergência climática, fruto do aquecimento global. Vi uma pesquisa há algum tempo, onde 96% das pessoas se diziam preocupadas com a destruição ambiental em curso, mas só 27% se diziam dispostas a tomar uma atitude concreta para prevenir isso. Fiquei assustado e indignado com tamanha negligência. No Brasil, a devastação ambiental caminha a galope. As nossas leis (que são boas) são desrespeitadas ou mudadas, e o incentivo à predação ambiental parte do Governo Brasileiro, do próprio Presidente da República. Todos se sentem no direito de derrubar nossas florestas, de queimar nossos biomas, de envenenar o solo e as águas com agrotóxicos proibidos no mundo, com mercúrio nos garimpos criminosos, e nossos rios e mares, com esgoto humano e lixo doméstico. Também, de poluir nosso ar com combustível fóssil, de exaurir nossos recursos naturais, movidos por uma pobreza extrema (da maioria da população) ou pela ganância destruidora de parte considerável de nossos empresários. A pauta ambiental no Brasil tem sido “a primeira que apanha e a última que fala”. Até quando caminharemos nesses caminhos de loucura??? O Brasil já é considerado um pária ambiental por boa parte dos países. Logo nós, que temos todas as condições de ser vanguarda mundial em desenvolvimento sustentável, avançando na economia verde, combatendo a pobreza extrema e preservando o Meio Ambiente. Isso é absolutamente possível e necessário. Basta que os setores sociais se unam e se pronunciem, e exijam do governante de plantão que respeite e implante a agenda da sustentabilidade. Eu, da minha parte, vivo e trabalho para isso. Convido você a abraçar essa causa. Para nossa própria sobrevivência! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista  

COMO EU PLANTO!

Faço plantios há muito tempo. Árvores nativas, frutíferas, ornamentais, hortaliças, flores e outras espécies. Plantar, assim como tratar pacientes, tornou-se uma rotina na minha vida.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: só não vê quem não quer

Há décadas que os cientistas, os climatologistas, as instituições internacionais e nacionais estão estudando, propondo, alertando sobre o aquecimento global e sua nefasta consequência, as mudanças climáticas.

POR UMA SÃO PAULO MAIS SUSTENTÁVEL!

É inegável que nos últimos 30 anos, muitos paulistanos caíram na real, e se convenceram que a forma insustentável com que São Paulo se desenvolveu traz grande desconforto e má qualidade de vida para os que moram aqui, muito mais para os mais pobres, mas também para os mais ricos. Em 2017 lancei um livro em parceria com Marcelo Morgado, grande figura humana e técnica, com o título ”Por uma São Paulo mais Sustentável”, que compilou nossos estudos teóricos e nossa atuação prática sobre os problemas políticos, econômicos, sociais e ambientais de nossa metrópole. O livro tem 432 páginas de puro conteúdo, de amplo diagnóstico, de verdades constatáveis e ousadas, e de propostas compiladas num cardápio factível e utópico. Nossas ações na cidade datam de 50 anos. Elas estão resumidas, também, no livro “Lutas Sem Fim” de Luis Mir. Essas ações, que são milhares, se compõe desde a mobilização e organização das comunidades em todos os cantos da cidade para melhorar suas condições de vida, passando pelo estudo científico e empírico trabalho de pesquisa, propostas acadêmicas, propostas de políticas públicas, legislação aprovada, entre outros. Muitas de nossas proposições valeram e pegaram, agindo de forma positiva na vida de São Paulo. Como exemplos: a adoção da água de reuso para lavar ruas, a lei das doenças raras, a lei da psoríase, a Conferência P+L e Mudanças Climáticas, o trabalho com os idosos, entre outras muitas iniciativas. Mas, sabemos, que a insustentabilidade da cidade de São Paulo é imensa e histórica. Somente uma mobilização de TODAS as forças políticas e sociais poderá mudar significativa e paulatinamente essa realidade. O livro resume e aponta os caminhos: a permeabilidade do solo, o aumento da cobertura verde, o destino correto dos resíduos sólidos (lixo), a utilização das energias limpas (fotovoltaica), a eletrificação da frota urbana, o incremento das políticas públicas e privadas para diminuir a desigualdade social, a miséria, a dependência de drogas, são alguns dos muitos tópicos abordados no livro. Não sou um cientista. Sou ativista político e social, mas, procuro embasar minhas lutas e minhas bandeiras e conhecimento nos variados aspectos do saber. Foi isso que buscamos fazer, eu e o Marcelo na edição desse livro, que continua perfeitamente atual! Tenho tido sempre, como bandeiras gerais para o Brasil: – Democracia sempre; – Desenvolvimento econômico com proteção ao meio ambiente; – Equidade e justiça social com qualidade de vida; – Moralidade pública; Transportando essas bandeiras para a polis, defendo: – Democracia com participação popular; – Cidade sustentável e humanizada; – Políticas públicas eficientes de Meio Ambiente, Saúde, Educação, Habitação e Transportes. – Cuidados com o Urbanismo e a Zeladoria Urbana. Dessa maneira, mesmo tendo optado por deixar a atividade parlamentar, sigo lutando e defendendo as bandeiras que acredito, sempre, e para sempre. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista Artigo Publicado na Orbis News- Jornalista Fausto Camunha

ÁGUA E ESGOTO: Uma questão civilizatória!

Na idade média, as pessoas despejavam seus dejetos na rua, ao ar livre e conviviam com isso. Eram tempos estranhos, em que os homens procuravam a salvação divina, mas não sabiam cuidar dos seus excrementos.

PLANTAR! PLANTAR! PLANTAR!

Eu tenho plantado muito no decorrer de minha vida. Eu calculo, de modo geral, que já plantei e semeei cerca de 27.500 árvores com minhas próprias mãos. Se for contar as que eu viabilizei o plantio, creio que passam de 120 mil.