Energia Solar não acabou com geradores a óleo diesel no Parque Villa Lobos

Projeto de R$ 17 milhões, inaugurado pelo Ministro Ricardo Salles, previa que conjunto de placas tornaria autossustentável a área de lazer

Apesar de já terem passado quase dois anos desde a entrada em funcionamento da usina solar que transformaria os Parques Villa-Lobos e Cândido Portinari em referências para o País, a energia limpa não pôs fim ao principal problema ambiental das duas áreas de lazer localizadas na zona oeste de São Paulo. Os eventos realizados no anfiteatro e na praça principal do Villa-Lobos continuam a ser sonorizados e energizados com geradores a óleo diesel, altamente poluidores.

A instalação do sistema com 2.200 placas fotovoltaicas em 3.400 metros quadrados de cobertura do estacionamento situado no Cândido Portinari custou R$ 17 milhões. A energia limpa que abasteceria os dois parques era o primeiro projeto do gênero no Brasil. Um exemplo – insistia o então Secretário Estadual do Meio Ambiente, Ricardo Salles. As placas garantiriam o abastecimento de todas as dependências dos dois parques, mas os vários geradores que exalam odores característicos de óleo diesel revelam os problemas existentes.

Na teoria, a usina solar transformaria a luminosidade do dia em energia elétrica suficiente para produzir 665 megawatts por hora, mesmo em dias nublados. Na prática, Ricardo Salles não permitiu que as atividades e eventos nos parques se servissem da energia elétrica sustentável porque não haveria como cobrar pelo consumo de eletricidade. Os responsáveis pelas dezenas de atividades e eventos realizados no Villa-Lobos anualmente continuaram obrigados a contratar geradores movidos a óleo diesel.

A usina solar não zerou as contas de energia elétrica dos dois parques, que seguem pagando uma compensação pelo consumo de eletricidade à Eletropaulo. O material particulado produto da queima do óleo diesel é um poluente muito prejudicial à saúde humana. “O Governo de São Paulo precisa corrigir isso”, afirma o Vereador Gilberto Natalini (PV-SP). “Sabemos que o excesso de diesel na atmosfera mata 5 mil pessoas por ano na Grande São Paulo. É muito grave.”

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