Estudo sobre espumabilidade em rios aponta o efeito preponderante do fosfato dos sabões em pó

A revista técnica Hydro, sobre saneamento e recursos hídricos, edição de julho/13, publicou artigo sobre os fatores intervenientes na espumabilidade no rio Tietê, no trecho de Pirapora, onde o problema é mais grave, sobretudo nas estiagens de inverno. A pesquisa foi conduzida pelo eng. quím. Marcelo Morgado, assessor de meio ambiente do Vereador Gilberto Natalini, em conjunto com equipe do Lab. Central da Sabesp.
TieteEspuma
O estudo indica que o nível de fosfato presente, oriundo das formulações dos sabões em pó e de máquinas de lavar louça é o fator predominante na formação de espuma. Foram analisados diversos outros parâmetros como dureza, teor de óleos de graxas, temperatura para certa faixa de concentração de tensoativos, usando a ferramenta estatística de planejamento fatorial, que gera curvas de resposta.
O fósforo é um nutriente importante para plantas e animais, mas em excesso na água, provoca o fenômeno da eutrofização, pois deflagra o crescimento demasiado de algas, que roubam oxigênio durante a noite e provocam a morte de peixes, moluscos e crustáceos. As aflorações de algas também são responsáveis por conferir gosto e odor desagradável à água e para superar isso, o tratamento é mais complexo e caro.
Em países desenvolvidos a legislação baniu o uso de fosfato em detergentes há muitos anos, substituindo-o por outros componentes com menor impacto ambiental. No Brasil, a resolução Conama 359/05 ainda permite 10,99% pp, enquanto no Japão 90% dos detergentes são isentos de fosfato e na Europa, 75% são phosphate free. Nos EUA vários estados fixaram um limite de 0,5% pp.
O estudo recomenda se fixar metas progressivas mais ambiciosas para que se reduza e se elimine tal composto. O trabalho também cita que o Brasil importa muito fosfato para uso como fertilizante e constitui um desperdício usar um mineral essencial, mas escasso na superfície terrestre, numa aplicação que redunda em dispersá-lo pelo lançamento em rios e mares. Um problema adicional no Brasil é a crença arraigada entre as donas de casa que mais espuma significa maior ação de limpeza.
Leia o texto na revista ou clicando aqui,( página 16).

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