Frente pela Sustentabilidade discute plano arbóreo da cidade

A Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, presidida pelo vereador Gilberto Natalini (PV), se reuniu com especialistas ambientais e membros da sociedade civil na manhã desta quinta feira (9/04), na Câmara Municipal de São Paulo, para debater sobre a arborização na capital paulista, que não envolve apenas o plantio das árvores, mas também a poda adequada e a substituição das espécies doentes ou velhas. O município de São Paulo sofre com a falta de planejamento arbóreo. “Planejar é definir programas de plantio e de manejo para a cidade”, disse Sérgio Brazolin, do Instituto Pesquisas Tecnológicas da USP – SP.

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Os especialistas afirmam que as árvores consideradas nativas da cidade não existem mais e as que ainda vivem são raras de encontrar. “De cada dez árvores, pelo menos oito são de origem estrangeira. O Cambuci, por exemplo, era considerada uma árvore símbolo da cidade de São Paulo e hoje é raro ser encontrada”, afirmou o botânico Ricardo Cardim.
Para Natalini, o que ocorre é a falta de consciência urbana e ambiental por parte da população em relação ao que as árvores podem trazer de benefício. “Os humanos competem com as árvores. Um dia desses soube de um abaixo assinado para retirar árvores de uma rua no bairro de Santo Amaro e a justificativa era de que as folhas estavam caindo nas calhas das casas. Falta entendimento por parte das pessoas”, relatou o parlamentar. Segundo ele, essas reuniões são realizadas, exatamente, para que se possa criar um plano de arborização urbana para a cidade, de acordo com as necessidades que existem. “Votei contra o Plano Diretor Estratégico, por ser um plano feito de cima para baixo. Não ouviu a população”, finalizou.
Para Stela Goldenstein – diretora da Associação Águas Claras do Rio Pinheiros, o município precisa de metas sob o ponto de vista vegetal. “Saber o que nós queremos, quais são as necessidades de distribuição, modelo de gestão para arborização entre outros tópicos, são elementos fundamentais na criação desse plano”, afirmou Stela.
A cidade de São Paulo já foi um local de Mata Atlântica e, principalmente, cerrado. Hoje a terra da garoa já não garoa mais como no século passado, assim como as áreas verdes já não representam mais os cenários predominantes da nossa pauliceia. Lutar pelos parques da capital é uma luta pelo que restou de verde em São Paulo. “O Parque Augusta, por exemplo, é a única área remanescente de Mata Atlântica da região central, próximo ao bairro da Bela Vista em São Paulo”, relatou Ivan Maglio, engenheiro e doutor em saúde ambiental pela USP. Segundo ele, os bairros da Água Rasa, Mooca e Bela Vista são as áreas mais críticas em termos de vegetação na cidade.
 

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