IEE/USP discute consumo e emissões de carbono

O Instituto de Energia e Meio Ambiente da USP promoveu nesta 2ª feira (11), em parceria com o Centre International de Recherche sur l’Environnement et le Développement da França (CERED ) e a COPPE / UFRJ, o workshop “Evolução dos Padrões de Consumo, Convergência Ecológica e Pegada de Carbono”. No evento, pesquisadores das instituições envolvidas apresentaram resultados de estudos conduzidos no âmbito do projeto Ecopa, levantando perfil de renda, uso de energia, transporte e de eletrodomésticos, entre outros aspectos e os respectivos efeitos sobre as emissões de gás carbônico. No Brasil o uso de eletricidade atinge 2529 kWh/hab/ano e a matriz é cerca de 65% hidroelétrica e na França de 7374 kWh/hab/ano sendo 75% nuclear, que não emite CO2.


Uma das apresentações do IEE versou sobre o ainda intenso uso de lenha para cozinhar por 5 % da população brasileira, o que provoca desmatamento, sobretudo no bioma Caatinga, doenças respiratórias por inalação de fumaça e lombalgias entre mulheres, por serem elas que tradicionalmente coletam e carregam este combustível. Infelizmente o uso de GLP ainda precisa ser mais disseminado e o incentivo específico do Bolsa Gás, criado em 2002, foi incorporado no Bolsa Família, perdendo seu foco. Por outro lado, a atual política da Petrobrás de recomposição de preços de derivados e sua paridade com o mercado internacional levou ao aumento do GLP, que representa hoje 6% do orçamento familiar no 1º decil de renda.
O vereador Gilberto Natalini (PV/SP) não pôde estar presente, mas foi representado pelo assessor de meio ambiente, Marcelo Morgado, que no debate, levantou as questões de se a pesquisa havia discriminado a procedência da lenha entre origem renovável (eucalipto e briquetes) e nativa. Isso não ocorreu nesta fase dos estudos. O vereador Natalini é autor do Projeto de Lei (PL) nº 501/2013, já aprovado em 1ª votação e que proíbe as vendas de carvão de mata nativa. Ele também indagou da pesquisadora da COPPE o porquê não se avançou no tema do chuveiro elétrico, o principal consumo residencial no Brasil (23% equivalendo a 30% da geração de Itaipu e até 40% do consumo no horário de pico no Sudeste). Lembrou que o Brasil tem a oportunidade estratégica de expandir a adoção de aquecimento solar, dada a abundância de insolação. Natalini apresentou este mês o PL nº 841/2017 que obriga a instalação de coletores solares em novas edificações.

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