Muito pouco para 2 anos de governo

Após praticamente dois anos da administração de Fernando Haddad em São Paulo, já é tempo de fazer um balanço do governo do PT na maior cidade do país.
A base de dados sobre a qual avalio a gestão é insuspeita, pois é alimentada com estatísticas da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, sob o controle do chefe do executivo.

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O Programa de Metas 2013 – 2016 mede o andamento de 105 obras e serviços municipais. Os números expõem a fragilidade da execução das principais propostas da Prefeitura.
A essa altura seria razoável supor que metade do Programa de Metas estivesse cumprido, mas 76,2% dos 105 itens elencados como prioritários apresentam percentual de realização inferior a 50%.
Importante frisar que este balanço não avalia a qualidade das obras e serviços, como no caso da ciclovia da Avenida Fonseca Rodrigues, na Zona Oeste, onde a atual administração substituiu pista com boa qualidade técnica, entregue no final do governo passado, por pista cor de rosa, destas que tomam conta da cidade, repleta de ondulações e defeitos.
Mas vamos às metas: o governo considera ter feito 19,4% da ampliação da rede CEU em 20 novas unidades, mas informa que não entregou obra alguma até agora. Apenas definiu os terrenos para 16 construções. É muito pouco.
Outro ponto importante do programa, a construção de 243 creches, os chamados Centros de Educação Infantil. A administração considera ter cumprido 24,4% da meta, mas foram entregues 26 unidades (10,7% do total) e outras nove estão em obras.
Ainda na área de educação, a gestão do PT apresentou como prioritária a construção de 65 Escolas Municipais de Educação Infantil. Informa que realizou 47,5% da meta, embora tenha concluído só 16 (24,6%) e mantenha outras oito em obras.
No setor da saúde, foram listadas 32 unidades da Rede Hora Certa. Para o governo, 33,7% estão feitos. Os dados oficiais frisam, porém, que seis foram instaladas (18,7%), além de outras quatro, móveis, para demanda emergencial.
Outra bandeira eleitoral transformada em meta: as construções de três novos hospitais. Haddad divulga ter realizado 33,3% do total, mas os três hospitais ainda estão em fase de licenciamento e licitação de obras. Nenhum tijolo foi assentado.
A construção de 43 Unidades Básicas de Saúde também é meta da Prefeitura. Para a gestão petista, 35,2% já foram cumpridos. Após dois anos de administração, no entanto, só quatro (9,3%) foram concluídas, e uma outra se encontra em obras.
Na área da habitação, o principal objetivo é a construção de 55 mil moradias. Apesar de considerar que realizou 34,7% da meta, até agora só foram entregues 2.703 unidades (4,9%).
Os exemplos de desgoverno se sucedem, setor por setor. Não posso deixar de considerar, no entanto, a área de meio ambiente, abandonada pela administração municipal.
Após dois anos no comando da Prefeitura, a meta de criar um sistema para implantar novas áreas verdes e financiar terrenos para parques foi concluída em 7,5%. Para justificar o que fez até agora, o governo assinala que o texto preparatório e o plano de trabalho estão em elaboração. Mais nada.
Do total de 84 Ecopontos anunciados, o governo considera que cumpriu 28,5% da meta, mas só implantou 19 Ecopontos (22,6%).
Em tempos de graves ameaças ambientais, o governo paulistano prometeu plantar 900 mil mudas de árvores em quatro anos. Conforme dados oficiais, plantou 195.422 até agora. Admite ter realizado 17,6% da meta, mas os números mostram que, na verdade, foram 21,7%. Mesmo assim, é muito pouco.
GILBERTO NATALINI
Médico e Vereador (PV-SP)

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