Placas e ipês homenageiam vítimas da ditadura nos cemitérios municipais

A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania realizou nesta segunda-feira (4), no Cemitério Municipal Dom Bosco, em Perus, a cerimônia de inauguração da primeira placa de memória em homenagem aos mortos e desaparecidos durante a ditadura militar, sepultados — ou ocultados — em cemitérios municipais de São Paulo entre 1969 e 1979. A programação também contará com solenidades em outros cemitérios municipais no decorrer do mês. O vereador Gilberto Natalini (PV/SP), que foi presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, fez questão de prestigiar o evento.

A ação é considerada instrumento fundamental de reparação às vítimas da ditadura e seus familiares, e atende à recomendação n.º 19 do relatório final da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo. O documento foi publicado em dezembro de 2016, após dois anos e três meses de investigação sobre as violações praticadas por agentes do Estado entre 1964 e 1979. O objetivo é que elas contribuam para dar ampla visibilidade às violações de direitos praticadas pelo regime militar, tarefa indispensável para a superação do arbítrio e na transição para a democracia.

Durante o mês de setembro, serão homenageadas 53 vítimas da repressão cujos corpos ou restos mortais estão (ou estiveram) depositados nos cemitérios municipais. Dessas 53, 48 foram enterradas sem o conhecimento de suas famílias, como desconhecidos ou com nome falso. Ao menos 17 não foram localizados até hoje, apesar de haver documentos que comprovem seu sepultamento nesses locais.

As placas homenageiam nominalmente cada um dos mortos e desaparecidos: 19 estão no cemitério de Vila Formosa (Zona Leste); 31 no cemitério Dom Bosco (Perus, Zona Norte); e três no cemitério de Campo Grande (Zona Sul).
“Fiquei muito feliz que essa homenagem está sendo feita através do plantio de árvores. É muito simbólico. Cada árvore vai representar um morto, um desaparecido, uma vida… É uma cerimônia muito singela, mas que não permitirá que essa história seja apagada e que esse período bárbaro se repita”, disse o vereador Gilberto Natalini.
Fonte: site Prefeitura Municipal de São Paulo

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