Um mar de "santinhos", triste realidade!

Nessa eleição pude constatar com tristeza, a enorme sujeira deixada na cidade por milhares de folhetos. Não é só a questão por si só já bastante grave de ser crime eleitoral. O que se viu, como em outras eleições, foi verdadeira “queima de estoque”, com cabos eleitorais se livrando de “santinhos” e os despejando nas calçadas. Tal desperdício agride o bom senso e indica não só mera falha de planejamento, mas um exagero no uso de papel, em plena era das redes sociais e da Internet. Eu como candidato ao governo do estado procurei usar com toda parcimônia os panfletos, pois sei que produzir papel se faz às expensas de ocupação de áreas naturais com eucaliptais, consumo de água e energia e geração de poluição.

santinhos

 
A despeito da indústria nacional de papel e celulose ter alcançado altos níveis de eficiência, reduzindo os impactos ambientais do processo e sendo hoje a totalidade do papel de impressão aqui fabricado, certificado pelo selo internacional FSC – Forest Sewardship Council, há impactos ambientais associados. Sei que muitos ainda não têm acesso à informática e um folheto pode veicular propostas e ser repassado entre eleitores no velho boca-a-boca. Da minha parte além de minimizar uso, até pela carência fincanceira da minha campanha, adotei exclusivamente o papel reciclado, imprimi frente e verso e usei dimensões pequenas. Assim não dá para aceitar este uso abusivo e se ter jogado fora um material que deveria ao menos seguir para reciclagem.
Alguns de vocês devem ter ficado sabendo do acidente com uma aposentada de 70 anos em São Carlos que escorregou nos papéis e outros em cidades como BH, onde um policial caiu da moto por causa da sujeira.
Espero que isso mude já no próximo turno e um país que deu exemplo ao mundo ao informatizar uma eleição em larga escala, eliminando cédulas e toneladas de papelada para controle da apuração, avance mais também no uso de material de campanha.
Esperemos assim alguma atitude da Justiça Eleitoral por uma eleição mais ecológica e limpa, não só no sentido de candidatos ficha limpa como de campanhas sem sujeira no mais amplo sentido da palavra.
Gilberto Natalini
Vereador da Cidade de São Paulo

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