[25/09/2007 18:48:36] Enfrentar a Psoriase e dar exemplo de vida

Enfrentar a Psoríase é dar exemplo de vida
Encontro Nacional traz novidades, muita alegria e avanço
para as pessoas que possuem Psoríase no Brasil

A Câmara Municipal de São Paulo sediou no dia 22 de Setembro de 2007 o 3º Encontro Nacional, 5º Encontro Municipal de Psoríase e 1º Encontro de Vitiligo. Com a finalidade de debater  sobre as doenças, diversos médicos, associações e especialistas no assunto estiveram  presentes

 

durante o dia todo trocando informações com a população. Especialistas da área de saúde, como enfermeiros, fisioterapeutas, esteticistas e podólogos, além de empresas do setor privado e entidades de ajuda humanitária também participaram.

 

 

Devido aos problemas causados e as poucas informações de acessos e tratamentos disponíveis, o médico e diretor do Centro Brasileiro de Psoríase, Dr. Cid Sabbag, o vereador e médico atuante na área de saúde e meio ambiente, Gilberto Natalini, se juntaram a empresas parceiras, do  

setor público e privado para organizar o Encontro. “Temos que mostrar que Psoríase é caso de saúde pública”, explica Gilberto Natalini.

O coral infantil da Legião da Boa Vontade (LBV) abriu o evento cantando o Hino Nacional Brasileiro. Logo após, feitas as apresentações dos participantes, o médico Cid Sabbag resumiu o intuito desta realização. “Esses encontros servem para trocar experiências, a superar os problemas, as dificuldades, buscar novas soluções e mostrar que existe vida normal, apesar da Psoríase e do Vitiligo”.

Neste ano de 2007, o evento contou com boas surpresas, novos avanços a respeito da Psoríase no Brasil.  Através do Rotary Internacional, o Hospital Ipiranga recebeu em forma de doação uma máquina de fototerapia, que ajudará nos tratamentos de Psoríase, Vitiligo e Dermatite atópica.

Durante o evento, foi apresentada a Carta de Intenção para que o PAM Maria Zélia passe a fazer o encaminhamento das pessoas que têm Psoríase.  Realizou-se uma Minuta de Portaria para normatizar o atendimento que a rede municipal de saúde fará aos pacientes de psoríase, tratando-os de forma mais humana. Além da produção, inédita na saúde, de um cartaz e uma cartilha explicativa sobre a doença, que deverá ser distribuída na rede pública, bem como uma outra cartilha em braile que será levada como exemplo brasileiro ao exterior.

“Estamos vendo alguns avanços na área, como cursos de capacitação aos diversos profissionais da saúde de São Paulo, para que se saiba mais a respeito do assunto e se tenha uma melhor conduta e encaminhamento”, explicou o médico e delegado do Conselho Regional de medicina, Paulo Kron, que veio representar o Secretário de Saúde do Município, Januário Montoni.

Com o plenário 1º de Maio e o Mezanino da Câmara completamente lotados, as palestras seguiram ao longo do dia concomitante ao auditório Prestes Maia, onde se apresentou maiores esclarecimentos sobre o Vitiligo. 

 

No Salão Nobre, do oitavo andar da Câmara Municipal, também lotado, várias sessões de protocolos específicas para podólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e esteticistas foram realizadas com sucesso.

Durante um sábado inteiro as pessoas que possuem psoríase e vitiligo, puderam trocar experiências entre si e se familiarizar ainda mais sobre o assunto. Diversas associações do Brasil estiveram presentes passando suas experiências regionais. Para o presidente da Psorierj, Max Gomes, da cidade do Rio de Janeiro, São Paulo saiu na frente no tratamento e estudos sobre a doença, em relação aos outros estados do País.

“Eu queria morar em São Paulo, pois aqui o acesso é bem maior. No Rio de Janeiro não tem nada. Tenho Psoríase há alguns anos e no começo da doença eu não sabia nada a respeito. Achava que no mundo só eu tinha essa doença. Que coçava demais, machucava muito a minha pele e eu não sabia o que fazer, nem a quem recorrer. Mas fui descobrindo o que era. Passamos, então, a reunir pessoas que também tinham a doença em encontros e passei a ver que com cuidados poderíamos conviver normalmente com isso”, explica o entusiasta Max.

No Térreo da Câmara Municipal foi realizado pela primeira vez um desfile com mais de 10 modelos que possuem psoríase. Diversas pessoas, entre jovens e casais da terceira idade deram um exemplo de vida de como encarar a doença com naturalidade, desafiar e quebrar os estigmas criados pela sociedade.

Dona Vera Lúcia sabe bem como é encarar a sociedade, pois tem uma neta de 8 anos de idade, que tem psoríase espalhada por diversas partes do corpo e sofre muito com os estigmas sociais. “É um sofrimento muito grande. Ela tem manchas por todo o corpo. Também reclama muito de dor. Ela mora no Paraná e lá o acesso e as informações são menores ainda. É a segunda vez que venho ao evento escutar relatos de vida, os avanços da medicina, novas informações nessa área e levar à minha filha para o melhor tratamento de minha neta”, diz a esperançosa senhora.

Para o mé
dico e organizador Cid Sabbag, que participou do encontro mundial de Psoríase em Paris neste ano de 2007, a medicina mundial pode dar alguns exemplos que poderiam ser aplicados no Brasil. “Avançamos bastante e não estamos atrás de nenhum país em relação à capacidade médica. O que precisamos é de melhores acessos, equipamentos, abrir os olhos da saúde pública para este problema”, diz o médico.

Segundo Sabbag, as universidades poderiam investir em pesquisas para melhorar o quadro brasileiro e melhorar a formação para diagnósticos mais corretos. “Aqui praticamente não temos pesquisa genética, falta diagnósticos médicos mais corretos. Há  muita confusão na hora de diagnosticar. Poderíamos seguir diversos exemplos de prevenção, como a Finlândia que paga muitos de seus habitantes para tomarem sol nas Ilhas Canárias, na Espanha. (O sol diminui a incidência de Psoríase). O uso combinado e rotatório no Brasil de medicamentos já seria um grande passo. Esses encontros ajudam a avançar nestas questões de saúde pública e para isso contamos com o total apoio do médico e vereador Gilberto Natalini que abraçou essa causa e nos proporciona essa oportunidade de realizar ações em prol das pessoas com psoríase ”, finaliza.

Esse evento, que já ocorre a cinco anos, com tudo gratuito, conta com o apoio financeiro das empresas da área de saúde e também com a forte ação de divulgação das entidades do setor privado e público. No período que antecede o evento, quem caminhar pela cidade encontra cartazes nas Estações do MÊTRO, nos ônibus e terminais da EMTU e CPTM, assim como nos hospitais e postos de saúde das redes estadual e municipal e nas universidades da área de saúde.

ACESSE O CONTEÚDO DAS PALESTRAS AUTORIZADAS

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