Brasil joga fora seu futuro ao desmatar, diz Bracher

Brasil joga fora seu futuro ao desmatar, diz Bracher Ao desmatar o Brasil joga fora sua maior riqueza, sua credibilidade e seu futuro, diz Candido Bracher Por Daniela Chiaretti — De São Paulo “Isso é o paroxismo da desonestidade e da loucura”, diz Candido Botelho Bracher, que há um ano deixou a presidência do maior banco da América Latina, o Itaú Unibanco, e tem se dedicado, entre outras atividades, a estudar e escrever sobre crise climática e questões ambientais. Ele se refere à justificativa do PL 191/2020 que abre a exploração de terras indígenas para petróleo, gás, mineração, pequenas e grandes hidrelétricas e até ao cultivo de transgênicos, ganhou regime de urgência para votação na Câmara e vem sendo defendido pela base governista como a solução para a crise dos fertilizantes provocada pela guerra na Ucrânia. “Claramente é uma desculpa. Uma má desculpa”, diz. “A grande riqueza do Brasil, no próximo ciclo de baixo carbono, é a sua possibilidade de capturar carbono da atmosfera através da preservação de suas florestas e da recuperação das áreas degradadas. E as terras indígenas são as mais preservadas, é onde há menos desmatamento”, segue. “Está se indo atingir justamente aqueles lugares onde a política de preservação tem tido êxito. É uma insanidade”. Nesta entrevista concedida ao Valor em dois momentos, antes e depois do ataque russo à Ucrânia, Bracher falou do tema que o preocupa há anos – a crise climática. “O perigo do aquecimento global não diminuiu nada porque surgiu um perigo mais imediato”, diz, referindo-se à guerra. E compara: “Para a guerra na Ucrânia, o Brasil pode fazer pouco. Mas para o aquecimento global, o Brasil é peça central.” O executivo, que junto com seus pares no Santander e Bradesco criou o Plano Amazônia para ajudar a promover a economia de baixo carbono, diz que ao desmatar o Brasil joga fora sua maior riqueza, sua credibilidade e seu futuro. “Se o preço de transgredir é nenhum, aquele que cumpre o desejado perde a competição para o outro. Aplicar a lei é fundamental e o Estado brasileiro está falhando terrivelmente nisso”, diz Bracher, que hoje integra os conselhos de administração do Itaú Unibanco, da Mastercard e do Instituto Acaia. Aqui ele fala dos impactos da guerra para o Brasil, dos desafios das práticas ESG para as empresas e da transição do setor financeiro entre outros temas. A seguir, alguns trechos da entrevista: Valor: Como o senhor está vendo a invasão da Ucrânia pela Rússia? Candido Bracher: Assisto à guerra com profunda tristeza e indignação, além de um sentimento de impotência diante de eventos que podem alterar o curso da história. Se há algo de positivo a se observar é a intensidade da reação do mundo, diante da percepção de injustiça e do risco que a agressão russa apresenta. Espero que o mundo mostre a mesma determinação para combater o aquecimento global, cujas consequências para a humanidade podem ser tão ou mais danosas que as da guerra. Valor: Quais poderão ser os impactos para o Brasil? Bracher: Nenhuma guerra é boa. Toda guerra traz empobrecimento ao mundo e só provoca destruição. As sanções machucam dos dois lados. Machucam mais a Rússia, mas quem impõe a sanção também sai machucado. O mundo inteiro crescerá menos. Ainda está muito incerto qual será a duração e a intensidade da guerra, mas já dá para ver que haverá uma perda grande. Ouvi o historiador Niall Ferguson (escocês baseado nos Estados Unidos) estimando a queda do PIB da Rússia este ano em 30%, o que é um negócio extraordinário. Só para comparar, o PIB do Brasil, em 2020, caiu 4%. Há os que perdem mais e os que perdem menos. Valor: Qual é o caso do Brasil? Bracher: Acho que é dos que perde menos, porque é produtor de commodities e elas se valorizam. Não somos mais importadores de petróleo. Mas se o preço das commodities se valoriza, a produção pode cair. Teremos mais dificuldades de importar fertilizantes e nossa produção pode ser menor. O aumento do preço do petróleo e das commodities reforça as tendências inflacionárias no Brasil. O reforço da inflação pode fazer com que as taxas de juros tenham que ficar altas por mais tempo e isso diminui o crescimento. A guerra é ruim e ponto. O perigo do aquecimento global não diminuiu nada porque surgiu um perigo mais imediato [a guerra]” Valor: Abrir a exploração de minérios em terras indígenas, como está no PL 191 que tramita na Câmara, é uma desculpa para escassez de fertilizantes que a guerra traz? Bracher: Isso é o paroxismo da desonestidade e da loucura. Não há evidências de fósforo ou potássio em terras indígenas na Amazônia, então, claramente, é uma desculpa. Uma má desculpa. A grande riqueza do Brasil, no próximo ciclo de baixo carbono, é a sua possibilidade de capturar carbono da atmosfera através da preservação de suas florestas e da recuperação das áreas degradadas. E as terras indígenas são as mais preservadas. Quando a gente vê onde mais há desmatamento é em terras públicas não destinadas. Nas terras indígenas é onde há menos desmatamento. Está se indo atingir justamente aqueles lugares onde a política de preservação tem tido êxito. É uma insanidade. Valor: Como o senhor vê a agenda da mudança climática agora, com a guerra na Ucrânia? Bracher: O perigo do aquecimento global não diminuiu nada porque surgiu um perigo mais imediato. O fato de ter surgido uma ameaça mais imediata não atenua a dor nem as consequências da outra. Nós não podemos nos despreocupar da questão ambiental porque surgiu um medo maior. Isso cria um diversionismo e as atenções se voltam para isso, o que é natural. Mas não podemos deixar que diminua a preocupação com a questão ambiental que, ao contrário, já está muito aquém do necessário para contermos o perigo. Há algo interessante nisso. Valor: O quê? Bracher: A capacidade de os países abrirem mão de interesses imediatos, de curto prazo, por um objetivo coletivo. Há poucos precedentes disso na história do
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