Comunidade cientifica defende o adiamento da votacao do novo Codigo Florestal, marcada para o inicio da proxima semana.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) pediram, nesta segunda feira (25), o adiamento da votação do Novo Código Florestal, previsto para o início da semana que vem na Câmara Federal. De acordo com as entidades, não há fundamento científico nas mudanças propostas na legislação.

"Será uma tragédia para a sociedade brasileira. Espero que não seja votado. Nós estamos aqui trazendo a visão de 96 sociedades científicas, a elite da ciência brasileira. O que nós gostaríamos é de poder continuar contribuindo trazendo dados para a implementação de um Código moderno, e não um documento que os dados da ciência mostram que está furado, está errado." disse Helena Nader, presidente da SBPC, durante o lançamento do estudo " O Código Florestal e a Ciência – Contribuições sobre o diálogo."

O estudo apresentado nesta segunda feira  está sendo discutido há cerca de dez meses, porém, de acordo com Antônio Donato Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), participante do núcleo de trabalho da SBPC sobre o Código, seria necessário pelo menos dois anos de discussão para se alcançar um texto satisfatório e equilibrado para o documento. Ele diz que a proposta de liberar plantio em topo de morro é "extremamente irresponsável". " As pessoas se esquecem que no Rio morreram mil e tantas pessoas em deslizamentos e está se pensando em tirar a proteção de topo de morro."

Nobre também criticou a proposta de reduzir a Área de Preservação Permanente nos casos de rios menores, de 30 metros para 15 metros. Ele diz que atualmente a área de APP representa 7% das propriedades privadas. Com a mudança, passaria para 5%. "O argumento não se suporta diante de evidências numéricas (…) O estudo mostra que o que está sendo proposto não tem fundamento científico."

Esta questão da mudança do Código Florestal é de extrema importância para o contexto histórico, político e ambiental do Brasil. Uma lei de tal envergadura deve ser cuidadosamente discutida e analisada, pois uma vez aprovada, para sofrer alterações será ainda mais complicado.

A verdade que se sabe é que deve-se investir em técnicas agrícolas que visem a otimização da produção sem a necessidade de maior área para o plantio. Isto é possível e necessário. 

 

 

 

 

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