DO BRASIL QUE TEMOS AO BRASIL QUE QUEREMOS! Quo vadis, Brasil?

O momento brasileiro exige cuidados. Nossa democracia tem sido atacada por vários lados. As condições do país pioraram em grande número de quesitos, por consequências da degradação política e pela gravidade da pandemia.

Fugindo das imensas lambanças dos governos petistas a maioria dos eleitores elegeu Bolsonaro. Saímos de um sufoco para cair num pior.

As situações política, econômica, social, ambiental e administrativa se degeneraram e pioraram muito. A corrupção, mote da derrota do PT, continua forte, de outras formas. As instituições nacionais, o Congresso, o STF, o MP, as Forças Armadas, parte significativa das entidades da sociedade civil estão funcionando, mas várias delas se apequenaram e não vêm cumprindo seus deveres republicanos.

A política se arrasta num mar de fisiologismo, corrupção e ameaças ao Estado de Direito. A economia bateu recordes na inflação, com desemprego imenso, e a carestia insuportável faz grande parte do nosso povo passar fome. A desigualdade social que já era grande, aumentou nesse período. A área ambiental é um desastre, com ampla destruição de nossos recursos florestais e naturais. Mas, o que nos deixa muito preocupados é a degeneração do tecido social de nossa Democracia.

Os parâmetros de civilidade e liberdade são ameaçados todos os dias por propostas armamentistas, racistas e ataques às orientações de gênero e crenças religiosas. Espalha-se um cheiro e um gosto horrível de fascismo nos ares do Brasil. A dualidade Lula x Bolsonaro é nefasta para o Brasil e empobrece a construção de uma democracia moralmente sólida.

A busca por uma 3ª via que encarne a liberdade, o desenvolvimento econômico sustentável, a maior equidade social e a moralidade pública tem sido dificultada pela falta de uma liderança política que unifique as forças que discordarem da dualidade posta. A tarefa para sairmos desse beco é imensa.

Há espaço político para uma alternativa que precisa ser construído e preenchido. Senão, viveremos mais um tempo entre o fascismo degenerado e o fisiologismo corrupto. Não é disso que o Brasil precisa.

Gilberto Natalini
Médico e Ambientalista

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