A Frente Parlamentar pela Sustentabilidade da Câmara Municipal de São Paulo, presidida pelo vereador Gilberto Natalini (PV), realizou nesta quinta-feira (21/05) um debate sobre iluminação pública com economia de energia a ser implantado na cidade de São Paulo.
A prefeitura de São Paulo lançou edital há poucas semanas, para uma PPP – Participação Pública – Privada, de R$ 7,3 bilhões para os próximos 20 anos e a meta é substituir boa parte das 560 mil lâmpadas por LEDs, o que pode proporcionar economia e redução dos gastos com manutenção. De acordo com dados da Ilume – Departamento de Iluminação Pública, ligado à Secretaria Municipal de Serviços da Prefeitura de São Paulo, diariamente, são trocadas 400 lâmpadas na cidade de São Paulo.
Segundo Natalini, é importante que a cidade tenha uma iluminação melhor e de fato sustentável, porém a sociedade tem o direito de saber o que deve representar essa mudança na prática. “Um contrato de mais de sete bilhões de reais como esse e com essa dimensão não pode ser feito à revelia da Câmara”, afirmou o parlamentar.
Durante a reunião alguns especialistas falaram sobre a iluminação de lâmpadas LEDs. De acordo com o Laboratório de Fotometria do IEE – Instituto de Energia e Ambiente da USP – há diversos fatores que tornam a tecnologia mais vantajosa, como, por exemplo, o impacto ambiental é menor, já que, diferentemente das lâmpadas fluorescentes tradicionais, não há metais pesados, como o mercúrio na sua composição. “Por ser ecologicamente correto, troquei e paguei com meu dinheiro todas as lâmpadas do meu gabinete e na minha casa estou trocando aos poucos também. Acredito que logo as pessoas vão começar a se conscientizar mais sobre o meio ambiente”, ressaltou Natalini que no caso da troca das lâmpadas de seu gabinete afirmou ter tido um descarte correto. “A Câmara faz reciclagem e encaminha para o destino que deve ter”, finalizou.
Para Marco Poli – diretor da Abilux – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação – a proposta da Prefeitura de trocar a iluminação da cidade por lâmpada Led se deu de uma forma muito rápida e não deixa claro em relação à reciclagem. “Várias cidades já trocaram suas lâmpadas, mas essa falta de parâmetro nesses projetos é o que precisa ser avaliado”, explicou Poli.
Outra grande vantagem reside no fato do LED ter um grande aproveitamento energético. Segundo José Gil Oliveira, gerente do laboratório de Fotometria da USP, quando se gera uma energia com esta tecnologia, consequentemente temos uma redução no consumo de energia. “Com a lâmpada LED, apenas 5% da energia é transformada em calor, enquanto o restante se torna luz. Com as lâmpadas incandescentes este índice é invertido, ou seja, 95% da energia é perdida como calor, aumentando o uso, por exemplo, do ar condicionado, pois essas lâmpadas esquentam mais o ambiente”, afirmou Gil.
Uma nova reunião, ainda, sem data prevista será marcada com a participação da Comissão de Administração Pública, Ilume – órgão da Prefeitura de São Paulo – que cuida da iluminação da cidade e Eletropaulo, para que seja dada a continuidade sobre o assunto da PPP para substituição das lâmpadas da cidade.
