Opiniao: Do metro para sua casa

Nos últimos 25 anos, estudos científicos alertaram a humanidade sobre os perigos do aquecimento global, causado pela emissão desenfreada de gases estufa após a Revolução Industrial. A preocupação com o meio ambiente espalhou-se rapidamente pelos meios de comunicação e hoje em dia já chegou a todos, embora muitos não se preocupem tanto quanto deviam com a questão. Por isso é necessário continuar falando do assunto, batendo nessa tecla e realizando ações em prol do nosso planeta.

 

As obras do Metrô, importante aliado na redução do trânsito e das emissões de gases nocivos à nossa saúde e à saúde da Terra, causam grande impacto inicial. Apesar de estarem no subsolo, as estações exigem grandes gastos com material e energia elétrica. Além disso, exigem a desapropriação de imóveis e a retirada da cobertura vegetal no logradouro onde serão construídas. Mesmo sob nossos pés, elas podem compensar todos esses prejuízos e ainda ajudar a controlar o aquecimento global.

 

Desde a implantação de sua primeira estação, a Sé, o Metrô preocupa-se em utilizar ao máximo iluminação e ventilação naturais. A medida é importante porque promove o conforto e bem-estar dos usuários do sistema e ainda ajuda a economizar energia. Nas estações em que é impossível fazer uma ligação direta entre a superfície e o subsolo, como ocorre nas plataformas da estação Ana Rosa da Linha 2-Verde, tubulações canalizam correntes de convecção entre o ar quente das estações e o ar frio da superfície, favorecendo a ventilação.

 

Há casos ainda mais admiráveis, no próprio Metrô, de preocupação ambiental. As novas estações, parte do programa de expansão do sistema, são adequadas para receber o título de estações verdes, que compensaram o impacto de sua construção e agora são importantes aliadas contra o aquecimento global. Contudo, não basta apenas uma clarabóia e um jardim. É necessário pensar em todo o ecossistema da região e promover a manutenção da fauna e flora locais.

 

Apesar de pequenas, medidas individuais são aliadas essenciais no combate aos problemas ambientais do planeta. A velha máxima do ‘se todos fazem, eu também vou fazer’ precisa ser esquecida de uma vez por todas e o egoísmo tem que dar espaço ao cuidado com o bem comum. Aquele panfleto ou bituca de cigarro que você joga no chão realmente não causa, sozinho, um grande problema ambiental ou urbano. Agora, imagine mais 10 milhões de pessoas fazendo o mesmo. Imagine agora o tamanho da pilha de lixo jogado nas ruas diariamente por pessoas mal-educadas e desinformadas.

 

O Metrô é um excelente meio de transporte urbano, capaz de diminuir sensivelmente o tráfego das grandes cidades e as emissões de gases estufa. Mas não basta assistir o Metrô ser construído sem se preocupar com as próprias ações. De pequenas atitudes, como usar menos sacolas plásticas no supermercado, a grandes como trocar o carro pelo transporte público, todos podem contribuir para a saúde do planeta. Espero que as iniciativas do Metrô, que eu apoio e incentivo, sirvam de exemplo para que todos os paulistanos se unam em prol de uma cidade mais limpa, ecológica e saudável.

 

Gilberto Natalini

médico e vereador (PSDB/SP)

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