Opiniao: O que fazer com o lixo eletronico?

O mundo atual está em constante e ininterrupta renovação. É possível
afirmar que no último século foram feitos mais avanços na tecnologia do que em todos os 10000 anos anteriores da raça humana. A Era Digital revolucionou a maneira como encaramos a informação e expandiu para limites inimagináveis as fronteiras do conhecimento. A grande responsável por tanto avanço é, sem dúvidas, a Informática.

A Revolução Digital iniciada nos anos 50 com a invenção do transistor, um minúsculo semicondutor que, no início da era dos computadores, custava alguns milhares de dólares por unidade. Atualmente, um lote com milhares de unidades sai por menos de um dólar. Para efeito de comparação, se um transistor em 1968 custava um dólar, hoje em dia ele
custa quase um bilionésimo disso. A queda dos preços dos componentes
eletrônicos aliada à modernização e automatização das indústrias ao redor do globo fez com que o desenvolvimento de novas e melhores tecnologias fosse cada vez mais veloz. Cada nova descoberta tornava obsoleto o que vinha antes, e os novos equipamentos começaram a surgir em ritmo impressionante. Nos últimos anos, observou-se uma tendência preocupante que não havia sido prevista pelos cientistas. Com novas tecnologias surgindo a cada dia e novos produtos inundando o mercado a preços ainda menores, uma quantidade absurda de material eletrônico desatualizado passou a acumular-se nos lixões do mundo. O lixo eletrônico, como é chamado todo esse material descartado, é extremamente perigoso para o meio ambiente, pois contém metais pesados como chumbo e cádmio que contaminam o solo e destroem toda a cadeia alimentar de um ecossistema. Desde calculadoras a poderosos
computadores, todo esse material oferece riscos ao planeta e
infelizmente há pouquíssima divulgação sobre o assunto. É preciso
pensar em formas sustentáveis de conciliar tanto o avanço tecnológico
quanto o descarte de produtos que rapidamente tornam-se ultrapassados.

A Câmara Municipal de São Paulo, ciente de seu compromisso com a população, promoverá no dia 25 de novembro O LANÇAMENTO DE uma campanha de conscientização sobre o assunto. Será instalado no prédio
um posto de recolhimento de lixo eletrônico, o que inclui baterias, celulares e computador. Esse material será recolhido por uma OSCIP, que recondicionará aparelhos quebrados ou em desuso e encaminhará os novos produtos a telecentros, bibliotecas, escolas e projetos de inclusão digital. Além de ensinar a população e trazer à tona um assunto pouco explorado porém muito preocupante, visto que o Brasil é o país com a maior produção de lixo eletrônico per capita, a Câmara busca servir de exemplo para que iniciativas semelhantes espalhem-se pela capital e pelo país. Este é o papel de uma entidade pública cujo foco é o bem-estar da população que a elege. O recolhimento será realizado no dia 25 de novembro, em frente ao Auditório Freitas Nobre, a partir das 13h. A Câmara Municipal fica no Viaduto Jacareí, nº 100, região central da cidade.
 
 
Gilberto Natalini é médico pela Universidade Federal Paulista
(Unifesp) e vereador (PSDB) em São Paulo

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