O TEMPO DAS CHUVAS CHEGOU

A ilha de Ísquia, em Nápoles, Itália, foi devastada por uma chuva violenta. As imagens são chocantes pelo tamanho da destruição por um fenômeno extremo das mudanças climáticas. Aqui no Brasil tem chovido bem, com destaque para Brasília e Santa Catarina, com precipitações intensas. De acordo com as previsões da meteorologia, o pior ainda não chegou.

O INMET emitiu um alerta de risco vermelho para a possibilidade de chuvas volumosas em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, com transbordamento de rios, grandes alagamentos e deslizamentos de encostas.

A cada ano que passa vão aumentando as áreas de risco. Nossas cidades e vilas foram construídas sem planejamento e encontram-se despreparadas para enfrentar a violência das chuvas do aquecimento global.

A previsão do INMET é de precipitações de até 100 mm por dia e ventos de 60 a 100 Km/h. Devemos estar preparados para grandes transtornos.

Aqui em São Paulo, presidi na Câmara Municipal em 2019, o Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes, que fez um diagnóstico preciso dos riscos, necessidades e condutas que a cidade deve tomar frente aos fenômenos climáticos extremos. Um trabalho detalhado e minucioso que entregamos para as autoridades municipais. Mas pouco foi feito.

A cidade de São Paulo tinha há 15 anos atrás cerca de 270 pontos de alagamento. Hoje diagnosticamos mais de 700 pontos de enchentes por aqui.

A permeabilidade do solo, os jardins de chuva, o aproveitamento da água de chuva, a limpeza dos córregos e os Parques Lineares, a limpeza e reforma das galerias fluviais são medidas básicas que não foram tomadas na dimensão necessária. Portanto, entramos no período das chuvas, e despreparados para as águas que virão do céu.

As consequências já conhecemos. São cada vez piores.

Conheça o relatório do Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes.  Clique aqui

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

About natalini