Prefeitura destrói mais um trecho de ciclovia em perfeitas condições

Apesar de ter sido obrigada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) a interromper obras na Ciclovia do Alto de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, depois de destruir parte de uma pista para bicicletas que estava em perfeitas condições de uso, a administração de Fernando Haddad decidiu interditar outro trecho da mesma ciclovia, para novamente trocar uma pista relativamente nova, construída pelo prefeito anterior, e que estava em perfeitas condições. Desta vez, a substituição da pista para colocação do piso vermelho, característico da atual administração, fica no canteiro central da Avenida Pedroso de Moraes, entre a Avenida Faria Lima e a Rua Ferreira de Araújo.

CicloviaEmObras

Um relatório técnico do TCM, de 38 páginas, concluído em 25 de março, criticou a intervenção da Prefeitura no trecho da Ciclovia do Alto de Pinheiros da Avenida Professor Fonseca Rodrigues, entre o Parque Villa-Lobos e a Praça Panamericana. A administração municipal pagou R$ 5,6 milhões para a empresa Jofege Pavimentação e Construção refazer a pista que, conforme o TCM, não precisava ser substituída. Conforme a avaliação do TCM, o prejuízo com as obras foi de R$ 5 milhões. Do total de recursos, apenas R$ 600 mil teriam sido efetivamente aplicado nas obras, ou pouco mais de 10% dos valores dispendidos pela administração municipal. Desde a semana passada a mesma Jofege executa o trecho já comprometido entre a Avenida Faria Lima e a Rua Ferreira de Araújo.
No trecho refeito entre o Parque Villa-Lobos e a Praça Panamericana, antes da interrupção determinada pelo TCM, a qualidade do piso vermelho ficou inferior ao anterior. Não há sinalização nas quase 20 travessias da ciclovia entre a Praça Apecatu, na Vila Leopoldina, e o Largo da Batata, em Pinheiros, num trecho de 5 quilômetros, apesar de este trecho da ciclovia estar em uso desde o final de 2012. Há risco para os ciclistas. A Prefeitura informa que as obras terão 10 quilômetros e custarão R$ 54,8 milhões (R$ 5,4 milhões por quilômetro). “Suspeitamos de superfaturamento e corrupção”, afirma o vereador Gilberto Natalini (PV), que entrou com uma representação no Ministério Público solicitando investigação sobre o custo das ciclovias da Prefeitura.
Outra ciclovia polêmica da Prefeitura é a da Avenida Paulista. Com 4 quilômetros de extensão, deverá custar R$ 12,2 milhões (R$ 3 milhões por quilômetro). Há ainda a ciclovia da Rua Amaral Gurgel/Avenida São João, também na área central de São Paulo, que, com 4,8 quilômetros, está orçada em R$ 7,6 milhões, ou R$ 1,58 milhão por quilômetro. “Somos a favor das ciclovias, mas as de São Paulo talvez sejam as ciclovias mais caras do mundo, e com isso não podemos concordar”, afirma Natalini.

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