São Paulo corre o risco de ter epidemia de dengue e outras doenças causadas pelo Aedes aegypti.

O alerta foi feito pela professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Margareth de Lara Capurro Guimarães durante reunião ordinária da Comissão Extraordinária Permanente do Meio Ambiente, presidida pelo vereador Gilberto Natalini (PV/SP), que ocorreu nesta terça-feira (1º) com o tema “Aedes aegypti, Meio Ambiente e Saúde”.

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Segundo a pesquisadora, não há como fugir do sério risco de uma nova epidemia embora cinco grupos internacionais, em conjunto com a USP, estejam estudando medidas para a erradicação das doenças transmitidas pelo mosquito. “Há técnicas de supressão do mosquito em fase de laboratório “prontas para serem usadas aguardando posição do Ministério da Saúde” informou a pesquisadora ao salientar que “se não houver investimento ficaremos com o custo muito maior e extremamente alto da doença”.

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Embora as infecções ocorram o ano todo, no calor o mosquito pica mais pessoas e bota maior número de ovos. O vírus Zika já se espalhou por quase 60 países e continua a infectar pessoas no Brasil onde mais de 200 mil diagnósticos foram registrados desde o começo deste ano. Em São Paulo, foram 4308 municípios infestados e apenas Campos do Jordão e Rio Grande da Serra não foram atingidos, segundo a Sucen/ Superintendência de Controle de Endemias, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
Para a também pesquisadora e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, Maria Anice Mureb Galati, “o Aedes evoluiu junto com o ser humano e sua dispersão pelo mundo deve-se às migrações do homem e à globalização”. Ao salientar que “é muito difícil controlar um mosquito que adaptou-se ao ser humano”, a professora relembra que, “em 1970 o problema da dengue foi considerado eliminado no Brasil e em 2011 o país foi quase que totalmente infestado pelo Aedes”.
Paulo Roberto Urbinati, biólogo e pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP, afirmou que “o Aedes é um dos mosquitos mais estudados no mundo; é terrível e os ovos podem ficar fora da água por um ano e depois surgirem as larvas.” O biólogo esclarece que “quem transmite dengue é a fêmea que tem hábito diurno e prefere sangue humano ao de animais domésticos, por exemplo”.
O vereador Gilberto Natalini salientou que, desde 2002, alerta sobre os perigos do mosquito e citou as inúmeras parcerias com representantes da sociedade civil, sindicatos, federações, representantes religiosos, associações que foram feitas quando presidiu o Comitê Civil de Combate à Dengue que funcionou de 2004 a 2015.
“Alertamos e orientamos, diuturnamente, sobre os perigos das doenças transmitidas pelo mosquito com campanhas de esclarecimento, distribuição de material informativo etc”.
Crédito 2ª foto: Luis França/ CMSP

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