Vereador Natalini faz homenagem à professora Dorina Nowill que agora torna-se a patronesse de escola na Cidade Ademar

A professora Dorina Nowill foi homenageada neste sábado, 26 de abril, pelo vereador Gilberto Natalini (PV-SP), com o descerramento da placa que dá seu nome à Escola Municipal de Educação Infantil Cidade Ademar I – Professora Dorina Nowill, na zona sul da capital.

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Natalini é autor da Lei 15.938/2013​ que deu o nome da educadora à unidade de educação infantil. “Nomear esta escola é uma homenagem mais do que merecida a professora Dorina que lutou pelos direitos, pelo desenvolvimento e inclusão social de pessoas com deficiência visual”, afirma o vereador.
O evento aconteceu às 10 horas, na EMEI que fica à Rua Publio Pimentel 500/514, no bairro de Americanópolis, na Cidade Ademar. Estiveram presentes além da Direção da Escola, pais de alunos, Diretoria da Fundação Dorina Nowill e o filho da homenageada, Dr. Cristiano Nowill.

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A pedagoga Dorina de Gouvêa Nowill, referência mundial na luta pelo direito dos cegos, criou a Fundação Dorina Nowill para Cegos há mais de 60 anos. Faleceu aos 91 anos, em 2010. Foi casada com o advogado Edward Hubert Alexander Nowill, que conheceu nos EUA, teve cinco filhos, 12 netos e três bisnetos. Ficou cega com 17 anos por conta de uma infecção nos olhos.
Apesar das dificuldades, dos preconceitos e da falta de livros em braille, ela lutou desde o início para continuar estudando e foi a primeira aluna cega a se matricular em uma escola regular em São Paulo, a Escola Normal Caetano de Campos.
Ainda estudante, conseguiu que a Escola Caetano de Campos implantasse o primeiro curso de especialização de professores para o Ensino de Cegos, em 1945. Após se formar, viajou para os Estados Unidos com uma bolsa de estudos patrocinada pelo governo americano, pela Fundação Americana para Cegos e pelo Instituto Internacional de Educação para frequentar um curso de especialização na área de deficiência visual na Universidade de Columbia.
De volta ao Brasil, a pedagoga dedicou-se ao trabalho pioneiro da Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que tinha como objetivo produzir e distribuir livros em braille para que deficientes visuais como ela pudessem estudar, e à implantação da primeira imprensa braille de grande porte no país. Em 1991, a fundação recebeu seu nome em reconhecimento ao seu trabalho.
Dorina também foi responsável pela criação na Secretaria da Educação de São Paulo do Departamento de Educação Especial para Cegos. Com o seu empenho, a educação para cegos se transformou em atribuição do governo quando, em 1953, em São Paulo, e em 1961, na Capital Federal, o direito à educação ao cego foi regulamentado em Lei.
No período de 1961 a 1973 dirigiu o primeiro órgão nacional de educação de cegos no Brasil, criado pelo Ministério da Educação, Cultura e Desportos. Dorina ainda desenvolveu programas e projetos que implantaram serviços para cegos em diversos estados do país e eventos e campanhas para a prevenção da cegueira.
Fora do Brasil, trabalhou com organizações mundiais de cegos e órgãos da ONU, como representante do Brasil. Ocupou importantes cargos em Organizações Internacionais de Cegos. Em 1979, foi eleita Presidente do Conselho Mundial dos Cegos. Em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, Dorina falou na Assembleia Geral da ONU e trabalhou para a criação da União Latino Americana de Cegos (ULAC).
Em 1989, o Congresso Nacional ratificou a Convenção 1599 da OIT, que trata da reabilitação, treinamento e profissionalização de cegos, resultado de mais uma luta de Dorina, que havia começado 18 anos antes, com o primeiro centro de reabilitação criado pela Fundação.

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