A lei ecologicamente correta de Gilberto Natalini
O vereador é autor de três projetos de lei que partem do conceito básico de reciclagem
O meio ambiente é causa nobre para o vereador Gilberto Natalini. Considerando o caos ecológico que se instaurou no nosso planeta, o parlamentar vem movendo esforços no sentido de desenvolver medidas que possam diminuir os problemas, ao menos em nível municipal.
Três projetos recentes de Natalini chamam a atenção pelo fato de reverter simples ações do dia-a-dia em medidas de precaução para com o meio ambiente.
"Pampa" é a abreviação de Programa de Aproveitamento de Madeira de Poda de Árvores, sancionado pelo prefeito Kassab e que versa sobre a reutilização de folhas e troncos retirados em podas. Na cidade de São Paulo, os resíduos de podas totalizam três toneladas mensais e consomem R$ 800 mil por ano com transporte.
Pensando nisso, e na necessidade de otimizar a vida útil dos aterros municipais, que serve de destino final para esse material, Natalini propôs que esses resíduos sejam utilizados na produção de adubos e do briquete, uma espécie de lenha ecológica com potencial sete vezes maior que a comum, a ser utilizada em fornos de cerâmicas, olarias, pizzarias, padarias e lareiras. Ainda, os galhos e pedaços de tronco podem servir de matéria-prima para a confecção de ferramentas e utensílios.
O projeto ainda tem uma vertente social, ao prever a parceria entre Prefeitura e Terceiro Setor. A Prefeitura não poderá vender o material resultante do processamento, mas estará autorizada a repassá-lo a ONGs, de maneira que a renda obtida poderá ser revertida para programas sociais.
Casas baratas e ecológicas
Aliando duas necessidades urgentes – a preservação do meio ambiente e concessão de moradias dignas para a população -, Natalini elaborou outro projeto de lei baseado no conceito de "reciclagem": trata-se do Programa Municipal de Incentivo ao Uso de Tijolo Ecológico.
A partir de materiais como cal, cimento, resíduos de pedreira, entulho de demolições e construções e rejeitos industriais, pode ser produzido um tipo de tijolo mais barato e de baixo impacto ambiental. Uma vez que não precisa ser cozido/queimado, sua produção não polui a atmosfera. E ainda é prático: endurece rápido, é auto-encaixante, facilita instalação de tubulações e dispensa acabamento.
Dessa maneira, construções feitas com o tijolo ecológico, além de serem ecologicamente adequadas, têm custos menores para o bolso da população. Nada como unir o útil ao agradável.
Óleo no ralo da pia, nunca mais!
O que você faz com o óleo que usou para fritar o bife do almoço? Para a dúvida de dez em cada dez donas-de-casa (que acabam optando pelo ralo da pia por não verem outra solução), Natalini dá a resposta em mais um projeto de lei: é o Reóleo – Programa Municipal de Descarte, Coleta, Armazenamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras.
O objetivo é disciplinar a população sobre como proceder na hora de descartar os óleos e gorduras de consumo alimentício, a fim de evitar a contaminação ambiental (rios, solo, fauna e flora).
A decomposição do óleo de cozinha na natureza emite metano, um dos principais gases causadores do efeito estufa e do conseqüente aquecimento global. Entretanto, somente 1% do óleo comestível usado é tratado. Poucas são as pessoas que sabem que, descartados e reaproveitados de maneira adequada, os óleos e gorduras podem, além de servir para o reuso culinário doméstico, comercial e industrial, ser transformados em sabão, tintas, cosméticos, massa de vidro e, principalmente, biodiesel para o transporte público.
Sobre seus projetos, Natalini diz que "hoje, o que antes era considerado "lixo" pode ser vantajosamente reaproveitado". E por que não começarmos a adotar medidas adequadas em Pinheiros, uma região tão expressiva para a cidade de São Paulo?
Qualquer um pode ajudar na luta pelo meio ambiente. E essa luta pode começar de dentro das nossas casas, com medidas muito simples que vão facilitar a nossa vida.