18ª Conferência de Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas – 23 de agosto

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Grande Encontro de Psoríase e Vitíligo 2019 – 25 de maio

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Curso de Boas Práticas para Atenção a Pessoa Idosa
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MANIFESTO PELA REABERTURA DO CASO JK

O ano de 2026 marcará os 50 anos do desaparecimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek. As circunstâncias de sua morte continuam obscuras. Na época, em pleno regime militar, tentaram culpar o motorista de um ônibus, acusando-o de conduzir o veículo que colidiu com o automóvel que levavaJK, provocando em seguida uma outra batida e o sinistro fatal. Julgado e processado duas vezes, o motorista do ônibus foi absolvido em ambos os processos. Não teria havido o abalroamento entre aquele ônibus e o carro do ex-presidente, apesar de, até hoje, essa ser a explicação a justificar a causa do “acidente”. Ao longo do tempo, porém, indícios passaram a apontar para um hotel em Resende, município do Rio de Janeiro, de onde JK partira na direção da cidade do Rio de Janeiro, poucos minutos antes de perder a vida. O automóvel que o transportava rodou apenas três quilômetros na Via Dutra. Já estava desgovernado quando atravessou o canteiro central, projetou-se na pista da contramão e bateu em velocidade contra um caminhão que vinha em sentido contrário. Juscelino Kubitschek, de 74 anos, e seu motorista de confiança, Geraldo Ribeiro, de 66 anos, o mesmo que o servira por 36 anos, teriam morrido na hora, após o forte impacto. Perseguido pela ditadura militar, cassado e humilhado, JK recuperara os direitos políticos fazia pouco tempo. Em 1976, dois anos antes da eleição do sucessor do general-presidente Ernesto Geisel, movimentava-se para chegar novamente ao Palácio do Planalto. Se fosse o eleito, o regime militar teriapersistido por 15 anos, e não os 21 anos nos quais, afinal, impôs um estado de exceção ao povo brasileiro. O hotel em Resende costumava receber militares em suas dependências. Era de propriedade de um militar de alta patente. Tudo indica que JK foi atraído até o local, onde faria uma reunião sigilosa com chefes militares. Para voltar à Presidência da República, ele julgava precisar de apoio nas Forças Armadas.As evidências são de que caiu numa cilada. Provavelmente emboscados na Dutra, JK e seu motorista arriscariam uma fuga em alta velocidade. Mas há suspeitas de que o Opala conduzido por Geraldo Ribeiro teria sido sabotado no estacionamento do hotel. Alguns segundos antes do choque trágico contra o caminhão, já na pista da contramão, uma manobra evasiva poderia ter direcionado o carro para o acostamento. Nesta hipótese, o resultado fatal não ocorreria. Porém, sem lógica, com suspeita de que o freio do Opala não foi sequer acionado, o carrodo ex-presidente percorreu uma trajetória na contramão, em rota tresloucada, até o impacto final.Só recentemente, em 2019, uma nova perícia técnica jogou luz no “acidente” que vitimou JK e seu motorista. Mais uma vez, ficou demonstrado que não houve a colisão anterior com o ônibus e, portanto, restou a hipótese da irracionalidade de o automóvel com o ex-presidente se deslocar pela contramão da Dutra, em vez de simplesmente atravessá-la até o acostamento, evitando o choque contra o caminhão. Pairam incertezas fundamentadas acerca dos acontecimentos que levaram à morte de JK. A sociedade brasileira não pode continuar convivendo com dúvidas sobre a causa da morte violenta de um ex-presidente da República, político popular cassado arbitrariamente pela ditadura. Nós, abaixo-assinados, vimos, por meio deste manifesto, solicitar ao Governo do Brasil, por intermédio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, instalada no âmbito do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a reabertura do caso JK. Temos a convicção de que o “acidente” de 22 de agosto de 1976 precisa ser novamente reexaminado. Em nome da verdade e da história do Brasil, as mortes do ex-presidente Juscelino Kubitschek e do motorista Geraldo Ribeiro devem ser consideradas um caso em aberto, cuja conjuntura não foi cabalmente esclarecida. São Paulo, 27 de março de 2025Gilberto Natalini – Presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (2013 – 2014)Adriano Diogo – Presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo (2013 – 2014)Robson Sávio Reis Souza – Coordenador da Comissão da Verdade em Minas Gerais (2016 – 2018)Airton SoaresAlex SolnikAlexandre KalacheAmelinha TelesAna Cristina Pires DuarteAntonio Funari FilhoAntonio NetoAugusto de FrancoBeatriz Cintra LabakiBelisário dos Santos JúniorCamila Santos Tolosa BianchiCamilo TavaresCésar Augusto LoureiroCriméia Alice Schimidt de AlmeidaCynthia Louzada GarciaDébora Garcia RestomEduardo JorgeErnesto TzirulnikFábio Luís ChateaubriandFernando GuidaFernando MattosFlávio TavaresFlorisval MeinãoGilberto BercoviciGonzalo Vecina NetoGustavo CondeÍtalo CardosoIvo PatarraJanaína de Almeida TelesJoan Gael NobreJoão Carlos Gonçalves (Juruna)João Paulo CuencaJosé Luís GoldfarbJosé Luiz Quadros de MagalhãesLea VidigalLeda Maria Caira GitahyLívio GiosaLuiz Eduardo GreenhalghMarcelo RidentiMarcelo Rubens PaivaMarco Antonio VillaMaria Aparecida Trazzi Vernucci da SilvaMaria Claudia Sant’AnnaMaria Helena ArrochellasMaria Helena Lorena PimentelMaria José Vieira DantasMaria Lúcia BicudoMário Covas NetoMario Fernando Gadelha BragaMyrian Labaki PupoNádia Battella GotlibPadre Luís de SouzaPádua FernandesPaulo Sérgio DuartePaulo VannuchiPérsio DutraRaquel HenkinRenan QuinalhaRicardo MontoroRoberto DelmantoRoberto TardelliRodrigo ArreyesRosa Freire D’AguiarSerafim JardimSérgio GomesSilvestre GorgulhoSilvio TendlerSoninha FrancineValdirene AtiqueWagner WilliamWalter Feldman
PARA ONDE VAI A COP-30?

As duas últimas COPs aconteceram em países produtores de petróleo.Assim, os resultados desses encontros foram bastantes frustrantes, pois os presidentes das COPs eram executivos das empresas petrolíferas e obstruíram as propostas mais relevantes e necessárias.A velocidade e agressividade das mudanças climáticas tem sido muito mais rápida do que a capacidade de ação dos governos.Portanto, a humanidade está exposta e ameaçada pelos fenômenos climáticos extremos que colocam em risco a própria vida no planeta.Infelizmente os resultados práticos das COPs são insuficientes para a governança climática global.Em novembro deste ano, teremos no Brasil a COP-30 em Belém do Pará, que está sendo chamada a COP da floresta.Muitas expectativas, esperanças e dúvidas estão sendo colocadas nesse encontro climático.Ainda não sabemos o que vai acontecer, mas já vemos as dificuldades técnicas e estruturais de recebermos a COP-30.A cidade de Belém não estava preparada para um evento de tamanha envergadura.A correria nas obras de infraestrutura e acolhimento aos participantes é grande, e vão desde o saneamento básico até o alojamento de milhares de pessoas que estarão lá.Além disso, a premência da situação carrega de expectativas nos resultados práticos do encontro, no que diz respeito às respostas sobre financiamento, tecnologia e políticas públicas, práticas e conceitos que ainda não foram implementadas.O mundo inteiro, o Brasil e nós todos estamos colocando esperança na COP-30.Não sabemos como serão suas conclusões práticas. Se vamos dar um salto para frente ou se vamos marcar passo.Mas, estamos batalhando para ganhar grande número de pessoas para juntos chegarmos na COP-30 e trabalhar dentro do evento apresentando uma proposta unida e forte, que possa ser abraçada pela governança mundial.De nossa parte estamos participando do grupo de trabalho da COP-30 da Prefeitura de São Paulo, como representante da sociedade civil, ajudando a conversar com as entidades, personalidades e lideranças na Cidade para sensibilizar, mobilizar e acionar a população pelo clima e pela sustentabilidade.Nosso objetivo é levar para Belém a posição forte e uníssona da Cidade de São Paulo, com nossas propostas e nossas soluções.O Planeta e a Humanidade precisam de ações práticas e urgentes. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
O CLIMA E O PREÇO DA COMIDA

Todos ficam pasmos quando, num país que é um dos maiores produtores de café do mundo, o quilo do produto custa 60 reais. Quem vai ao mercado, ou quem paga a compra, sabe quanto custa a laranja, a banana, o abacate, outros frutos, o preço dos legumes, verduras e grãos. O azeite de oliva virou ouro líquido. É claro que essa “carestia de vida” alimentar tem causas múltiplas. É o preço do dólar, os mercados internacionais, as commodities, a eleição de Trump, e blá, blá, blá demais. Mas uma coisa certa. As mudanças climáticas e os fenômenos extremos impactaram em cheio na produção e no custo dos alimentos. O café, por exemplo, teve um aumento grande após o debacle da safra no Vietnã e no Brasil, em consequência de estiagens prolongadas nas áreas produtoras. A laranja subiu de preço, após um aumento de exportação para os EUA, onde houve quebra de safra por pragas associadas ao clima. O custo do azeite de oliva foi vítima de uma enorme quebra de safra nas regiões de produção de azeitonas, no Mediterrâneo e no Norte da África, também, porque as oliveiras sofreram com as mudanças climáticas. Não estamos tratando aqui dos enormes prejuízos econômicos financeiros para a agricultura e a indústria de alimentos. Isso fica para uma próxima vez. E por aí vai!!! Essa situação de insegurança alimentar por falta e pelo alto custo dos alimentos tende a continuar e se agravar, por conta da piora das condições climáticas. Isso não caminha numa linha reta, mas as crises se repetirão cada vez mais frequentes e maiores. Mudanças climáticas não são só chuvas, enchentes, secas e queimadas. É também fome e prejuízos econômicos imensos, na produção de alimentos e outros bens de consumo. É urgente a ação de todos para conter essa tragédia. A COP-30 é uma boa ocasião para o mundo tomar uma atitude pra valer! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
SÃO PAULO E A COP-30

O Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, publicou o Decreto nº. 64066 de 14/02/2025, que cria a Comissão Construindo Uma Cidade Sustentável para tratar da Sustentabilidade e da COP-30 na Cidade.Daí decorreu a publicação da Portaria nº. 68 de 19/02/2025, assinada pela Secretário José Renato Nalini de SECLIMA, normatizando o Decreto e nomeando as pessoas que compõe a Comissão. São quatro secretários (Seclima, Governo, Verde e Meio Ambiente e Relações Internacionais) e dois membros: um da sociedade civil e um da Academia. Tive a honra de ser convidado, representando a Sociedade Civil pela Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, AFPESP, indicado por seu Presidente Dr. Artur Marques, juntamente com o Professor Marcos Buckeridge, representando Instituto de Estudos Avançados da USP. A COP-30, que acontece no Brasil, em Belém do Pará, em novembro, tem uma importância estratégica nas proposições e ações frente às Mudanças Climáticas do Aquecimento Global. Os fenômenos climáticos extremos avançaram de forma rápida e agressiva em todo o planeta. Todos os dias nos deparamos com tais eventos, que se manifestam com ondas de calor insuportáveis, chuvas devastadoras, estiagens longas e destruidoras, secas e escassez hídricas, desertificação, queimadas, nuvens de fumaças, aumento de doenças infecciosas e cardiovasculares, elevação do nível do mar, quebras de safra e prejuízos no consumo e na economia. Vivemos isso nos tempos de hoje, cada vez mais. Portanto, os fenômenos climáticos vieram para ficar e são cada dia mais intensos e destrutivos. As florestas e a cobertura verde têm importância crucial no equilíbrio climático junto com a transição energética, e o uso racional dos recursos naturais, e o consumo sustentável, e são as principais medidas a serem tomadas para a prevenção e o combate ao aquecimento global. No Brasil e no mundo, cerca de 70% das pessoas vivem nas cidades. Aqui vivem produzem, consomem, e se reproduzem. Daí a enorme importância do ambiente urbano na produção e resolução dos problemas climáticos.São Paulo é a maior cidade do Brasil e a 5ª maior do mundo. Tudo aqui é superlativo! Dessa forma, a voz e a conduta de São Paulo na COP-30 é muito importante. Sem exclusivismos, nossa função é sensibilizar os paulistanos para todas essas questões e organizar nossas opiniões, propostas e condutas práticas para a COP-30. São Paulo é pioneira na criação de um Plano do Clima (PlanClima), na criação de uma Secretaria Executiva do Clima (Seclima) e na aprovação (em 2009) da Lei Municipal de Mudanças Climáticas. São Paulo tem uma grande lista e iniciativas de políticas climáticas com exemplos pioneiros, como a eletrificação da frota de ônibus urbanos, a decretação de 150 milhões de m² de parques naturais, a limpeza das ruas da Cidade com água de reuso, entre tantos outros. Porém, pelo gigantismo da cidade, pelo histórico de crescimento desplanejado, pela imensa desigualdade social de sua população e pelo permissivo e descontrolado uso do solo por seu plano diretor, São Paulo também tem grandes problemas urbanísticos, sociais, ambientais e climáticos. Aqui a sociedade civil e o poder público sabem dos problemas e das soluções para tudo isso. E há um esforço considerável para caminhar no sentido de uma cidade mais sustentável. A criação dessa Comissão Construindo uma Cidade Sustentável é uma importante oportunidade de debate e ação de toda a cidade, frente aos desafios climáticos que serão abordados na COP-30.Trata-se de sensibilizar, mobilizar, organizar a população, para conhecer melhor o que a cidade já está fazendo, e não é pouco, e o que precisa fazer, que é muito, para tornar São Paulo uma Cidade resiliente e sustentável. Tarefa nobre, gigante, desafiadora e apaixonante. Vamos a ela!!! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Falhas na gestão de resíduos no Brasil deixam COP30 “sem clima”

Já adentramos 2025, com as novas gestões municipais empossadas – e os preparativos para a COP30, que acontecerá no Brasil avançando a pleno vapor, trazendo luz sobre os temas da agenda climática, ambiental e da sustentabilidade. Estudos internacionais vêm demonstrando que a gestão de resíduos sólidos, apesar de pouco contribuir com o total de emissões de gases de efeito estufa, trazem um grande potencial de #mitigação de #emissões, principalmente de metano. Ocorre que, recente pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) aponta que 31,9% dos municípios brasileiros ainda contam com lixões para destinar os seus resíduos, ou seja, o cenário não poderia ser pior já que os lixões são uma fonte permanente de poluição do solo, das águas, do ar e do clima. E não é por falta de Leis. O prazo inicial que a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305/2010) dava ao Brasil para assegurar uma destinação adequada de resíduos, com a erradicação dos milhares de lixões ainda em atividade, era de 4 anos, portanto, até 2014, o que não foi cumprido. Além de ser expressamente vedada pela legislação há quase meio século e constituir-se em #crimeambiental, essa chaga, representada pelos lixões, também impacta consideravelmente os cofres públicos. Relatório elaborado pela S2F Partners, consultoria internacional especializada em gestão de resíduos e economia circular, avaliou que em 2020 a gestão de resíduos no Brasil custou R$ 120 bilhões, sendo que R$ 30 bilhões se referem aos custos diretos dos serviços. Os outros R$ 90 bilhões são os custos com as externalidades, ou seja, os custos indiretos decorrentes do modelo atual – com baixíssima reciclagem, sem coleta integral dos resíduos gerados, e com a destinação inadequada de milhões de toneladas que seguem para lixões e aterros controlados. E se parece ruim como está hoje, o cenário pode ser ainda pior. O estudo mostra que se a forma de gerir os resíduos permanecer como está, em 2040, os custos totais (diretos e indiretos) alcançarão cerca de R$ 140 bilhões por ano, dos quais mais de R$ 100 bilhões corresponderão às externalidades. Se a mesma tendência for mantida até 2050, os custos passarão dos R$ 168 bilhões, sendo que cerca de R$ 130 bilhões serão externalidades.(…) E mesmo observando que o tema relacionado à gestão de resíduos foi pouco discutido nas eleições municipais de 2024, é essencial que os prefeitos que iniciam seus mandatos em 2025 coloquem o manejo de resíduos sólidos como uma #prioridade em suas administrações, trazendo bons exemplos para serem apresentados na COP30. https://www.linkedin.com/posts/fabriciosoler_resaedduossaejlidos-mitigaaexaeto-emissaeles-activity-7301192213953150977-FSNf?utm_source=share&utm_medium=member_ios&rcm=ACoAAAGqmfkBycW5xZ0K_MKgFtl6RTdpWlmDgb0 Fonte: Brazil Economy https://lnkd.in/eBVGHDg6 Autores: Carlos RV Silva Filho e Fabricio Soler S2F Partners (s2fpartners.com.br)
A BUSCA DA VERDADE SOBRE A MORTE DE JUSCELINO KUBITSCHEK

A morte do Presidente JK num acidente de carro na via Dutra, em agosto de 1976, está na pauta da história do Brasil, pelas circunstâncias em que ocorreu e todas as dúvidas e suspeitas que existem, ainda não respondidas até hoje.Naquela ocasião, um laudo do Instituto Carlos Éboli do Rio de Janeiro, concluiu como acidente de trânsito, provocado pela batida do ônibus da Viação Cometa no Opala do Presidente.Esse laudo foi eivado de falhas, de omissões e de conclusões equivocadas, e gerou uma grande reação quanto a sua confiabilidade.Em 1996, o caso foi reaberto e reestudado, mas teve seu rumo baseado no mesmo laudo de 1976.Em 2001 o Senado Federal fez uma CPI, presidida pelo Senador Paulo Otávio, que mais uma vez concluiu pelo acidente. E novamente essa investigação foi baseada em laudos e depoimentos oriundos do Instituto Carlos Éboli.Em 2013, propus e presidi a Comissão da Verdade Vladimir Herzog, da Câmara Municipal de São Paulo, assessorado pelo escritor e repórter investigativo Ivo Patarra.Dessa vez, fizemos uma ampla e profunda investigação dos fatos e das causas do acidente que vitimou JK.Ouvimos dezenas de pessoas, fizemos muitas diligências e nos aprofundamos em todas as investigações anteriores.Tivemos a ajuda de Serafim Jardim, secretário particular de Juscelino e de Carlos Heitor Cony, amigo pessoal de JK, entre muitas outras testemunhas e estudiosos do caso.Baseados em investigação independente chegamos a 112 quesitos, expostos em nosso relatório da Comissão, que JK morreu em “acidente” provocado por fatores externos, que envolviam a política do regime militar da época. É preciso dizer que JK se colocava como candidato a Presidente no Colégio Eleitoral de 1978, com chances de ganhar.Em 2014, mandamos nosso Relatório para a Comissão Nacional da Verdade, com o pedido de que se continuasse a investigação.Qual foi a minha surpresa, quando a referida Comissão contradisse nossa conclusão, reafirmando que a morte de JK, foi um acidente de trânsito.É preciso dizer que Brasília baseou essa conclusão no laudo do Instituto Carlos Éboli de 1976 e na CPI do Senado de 2001, que cometeu os mesmos erros.Foi uma enorme decepção histórica!Em 2019, o respeitado perito Sergio Ejzenberg conduziu um laudo de 220 páginas, a pedido de um Procurador Federal, concluindo taxativamente que a morte de JK NÃO foi provocada por um acidente, e sim por causas a serem esclarecidas.Ao saber desse novo laudo, enviamos um ofício ao Ministério do Direitos Humanos e à Comissão de Mortos e Desaparecidos, solicitando o desarquivamento do caso JK, para novas investigações e conclusões. Esperamos que nosso pedido seja atendido.Tendo em vista a imensa importância do Presidente Juscelino na história do Brasil e as circunstâncias suspeitas e nebulosas de sua morte, temos a obrigação de esclarecer, em nome da VERDADE, esse triste episódio de nosso país. Gilberto Natalini- Médico, Ex Vereador de São Paulo
QUE CALOR É ESSE???

O ano de 2024 foi o mais quente da história. Esse ano de 2025, deve superar as temperaturas do ano passado. No Rio de Janeiro, a temperatura bateu 44ºC nesses dias. Assim foi também no Rio Grande do Sul. Na cidade de São Paulo chegamos aos 40°C. E assim tem sido pelo Brasil afora. As chamadas ondas de calor têm se repetido no Brasil e no mundo, com temperaturas cada vez maiores, causando transtornos no clima, nos biomas, na agricultura e na saúde das pessoas. As temperaturas muito elevadas, por dias seguidos, causam enorme desconforto, provocam adoecimento e mortes, principalmente nos idosos e crianças. Os animais e a flora sofrem muito com as ondas de calor. As pessoas devem procurar as soluções individuais para se protegerem: beber água, diminuir a atividade física, evitar a exposição ao sol, se banhar em chuveiros, piscinas, rios e praias, fazer uso de ventiladores e ar condicionado em casa, carros e outros ambientes. O problema é que nem todos têm a consciência de tomar as precauções de hidratação e outros cuidados, se expondo à desidratação e insolação, tão nocivas à saúde. Também parte importante da população por condições econômicas, moram em casas e lugares insalubres, e não dispõe de ar condicionado ou mesmo ventiladores. Sofrem assim o impacto direto das altas temperaturas. Por outro lado, o sistema de saúde e seus profissionais, não estão preparados para atender as vítimas do calor. Portanto, a adaptação a esse ”novo normal” de calor extremo está muito aquém do necessário. E o pior, é que as políticas públicas e práticas sociais e empresariais são absolutamente insuficientes para prevenir e remediar as causas desse calor: o aquecimento global e as mudanças climáticas. Há várias décadas que estamos alertando, junto com cientistas, ambientalistas, climatologistas e ativistas, para esses fenômenos climáticos extremos. As chuvas violentas, os vendavais, as secas e estiagens prolongadas, o degelo, as ondas de frio radicais, a elevação do nível do mar, a desertificação e o extremo calor são os principais fenômenos climáticos que estamos vivendo, e que impactam nas pessoas, na sociedade, na economia, na produção agrícola, industrial e de serviços e também na biodiversidade e nos territórios do Planeta. Infelizmente, a velocidade de tomada de consciência e de ação pelas pessoas individualmente e coletivamente, pelas entidades sociais e empresariais e pelos diversos níveis de governo no Brasil e no mundo, tem sido muito menor do que a velocidade e intensidade que os fenômenos climáticos extremos se apresentam. O que me faz concluir que estamos perdendo, por enquanto, a batalha do clima. Temos que correr antes que seja tarde, antes que seja irreversível. Há infinitas formas de pensar e de agir para colaborarmos nessa jornada climática. Desde plantar uma árvore, até usar energia limpa. Mas os detalhes do “cardápio climático” vamos deixar para um próximo artigo. Todos pelo clima!!! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
O Funcionalismo e o Meio Ambiente; tudo a ver!

Todos sabem da importância do funcionalismo público na sociedade. É por meio destes profissionais que se propõem, articulam e executam políticas públicas que melhoram as condições de vida das pessoas, e que são essenciais para garantir a manutenção dos recursos naturais frente à crescente demanda antrópica. No Estado de São Paulo, a AFPESP representa esse setor social, congregando, defendendo e promovendo o funcionalismo federal, estadual e municipal há 93 anos. Como a maior entidade associativa desse segmento, ela atua com os desafios da modernidade, sendo conduzida por sua Diretoria Executiva, presidida pelo Dr. Artur Marques da Silva Filho, e contando com o suporte de seu Conselho Deliberativo e Fiscal, coordenadorias temáticas e um corpo técnico qualificado. Através dessas estruturas, a entidade oferece uma ampla gama de serviços sociais, culturais e associativos. Entre suas frentes de atuação, destaca-se a Coordenadoria do Meio Ambiente, que tem como missão integrar a consciência ambiental às ações práticas da AFPESP. Sob orientação da Diretoria Executiva, buscamos sensibilizar e mobilizar colaboradores, associados e membros do funcionalismo público para que atuem ativamente na preservação ambiental e na melhoria da qualidade de vida da população. O compromisso da AFPESP com a sustentabilidade está alinhado ao trabalho de instituições públicas essenciais para a gestão ambiental no país, em especial no estado de São Paulo. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), por exemplo, é referência nacional em fiscalização e licenciamento ambiental, garantindo que atividades potencialmente poluidoras sejam conduzidas com responsabilidade. Da mesma forma, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL) desempenha um papel crucial na criação e execução de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente, infraestrutura e logística. Essas instituições exemplificam como o funcionalismo público é peça-chave na implementação de políticas ambientais eficazes e no desenvolvimento sustentável do estado. Com base nesses princípios, a AFPESP se compromete a promover iniciativas concretas e acessíveis, estimulando a participação ativa de seus membros na preservação ambiental. Cada ação, por menor que pareça, contribui para um impacto positivo no meio ambiente. Passo a passo, construiremos juntos um caminho propositivo e participativo em prol da sustentabilidade. Contamos com o compromisso e o apoio de todos para essa missão tão urgente e necessária. Gilberto Natalini é coordenador de Meio Ambiente da AFPESP, médico gastrocirurgião e ambientalista. No setor público destacou-se como secretário do Verde e do Meio Ambiente e secretário executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo. Eleito vereador de São Paulo pela primeira vez em 2000, cumpriu o seu quinto mandato até 2020. É autor de 419 projetos de leis e tem 147 leis aprovadas. Suas principais bandeiras de vida são a democracia, o desenvolvimento sustentável, maior equidade social e a moralidade pública.
OS MÉDICOS E O CLIMA

Há pouco tempo choveu na Cidade de São Paulo, em 2 dias, o equivalente a 65% de toda chuva do mês de fevereiro. Todos viram o sofrimento de grande parte dos paulistanos, com as mortes, os adoecimentos e os imensos prejuízos materiais das pessoas que perderam tudo, e da municipalidade que arca com os estragos produzidos pelas chuvas. Já se vão décadas que o clima vem mudando, cada vez mais rápido, e mostrando uma cara agressiva com seus fenômenos extremos: secas intermináveis, chuvas violentas, queimadas, tornados, degelo, calor extremo e abrasivo. Afeta o abastecimento d’água, de eletricidade, impacta as cidades e a produção agrícola, destrói estradas, pontes e caminhos, e principalmente, traz enfermidades diversas, que produzem adoecimento e morte. A humanidade não tem agido à altura desse desafio ameaçador. Mas, existe uma classe de pessoas, importantíssima na sociedade, que se coloca, como categoria profissional, ainda mais alheia a essa realidade: os médicos. Pela própria natureza da profissão, que jura proteger a saúde das pessoas e respeitar os desígnios científicos, os médicos brasileiros, como categoria profissional, seguem alheios, mudos, irresponsavelmente por fora da saga das mudanças climáticas. É claro que muitas personalidades médicas, conhecidas e respeitadas, estão envolvidas profundamente no combate e prevenção às mudanças climáticas. Mas são pessoas, valorosas sim, que agem individualmente. Não vemos um movimento das Entidades Médicas, sobre a questão climática. Nem uma palavra. Nenhum debate ou orientação. Uma omissão irresponsável e idiotizada dessas instituições. Assim o CFM, os CRMs, a AMB e suas federadas, as sociedades de especialidade, com raras exceções, mantêm-se mudas, omissas, negacionistas, quase criminosamente alheias aos fenômenos climáticos que infernizam a vida dos seres humanos. Uma lástima!!! Milhões de pessoas adoecem pelo mundo afora com doenças surgidas ou potencializadas pelas mudanças climáticas. Ondas de calor matam, principalmente idosos, viroses as mais variadas, como dengue, febre amarela, covid, vírus respiratórios e tantos outros, são potencializados pelas condições climáticas, e espalham-se pelo Brasil e pelo mundo afora. Onde estão os representantes de nós médicos?? Estão escondidos em guetos ideológicos, enquanto o problema se agrava. Em nome de nossos pacientes, em nome de muitos colegas médicos que estão na frente de batalha trabalhando, em nome da ciência, do bom senso, e do juramento de Hipócrates, conclamamos os líderes das Entidades Médicas do Brasil, a saírem de suas tocas ideológicas e negacionistas, e virem para a luz da realidade, cumprir seu papel na luta por um Planeta mais saudável. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
P.S. HOSPITAL SÃO PAULO!

Estudei na Escola Paulista de Medicina de 1970 a 1975. O Hospital São Paulo era nosso Hospital Escola.Na época, o Pronto Socorro ficava na esquina da Rua Borges Lagoa com a Rua Napoleão de Barros.Era um local pequeno, acanhado para o volume de atendimentos e a importância do Ensino Médico ali praticado.Depois de bom tempo o P.S. do Hospital São Paulo passou para um prédio maior na Rua Pedro de Toledo, entre as ruas Napoleão de Barros e Botucatu. Foi um ganho enorme, de espaço, comodidade e qualidade no atendimento.Mas com o passar do tempo, o prédio ficou desadequado e deteriorado para a grandeza de sua missão.Foi então interrompido o serviço e começou uma grande reforma e ampliação.O Hospital São Paulo foi criado pela SPDM junto com a Escola Paulista de Medicina há mais de 90 anos, para servir como Hospital Escola. É um Hospital Filantrópico sem fins lucrativos, que faz atendimento SUS de altíssima qualidade e complexidade, exerce Ensino Médico para a Escola e todo Brasil além de fonte inesgotável de pesquisa médica de ponta.É uma instituição absolutamente insubstituível.O Hospital São Paulo sofreu crises de financiamento, que foram sendo resolvidas e nos últimos três anos o hospital voltou ao “azul”, reabriu seus leitos, multiplicou suas internações e cirurgias.O hospital se reergueu, com uma gestão que vem dando certo.A reforma do Pronto Socorro ficou pronta. Ele está apto a voltar a atender a população, com instalações ampliadas, modernizadas e adequadas. A previsão é que tenha 24 especialidades médicas na urgência e emergência.Agora vem a questão: quem vai financiar o custeio???O cálculo é que todo esse complexo custe cerca de 5 milhões de reais por mês.Pelo número de atendimentos, a complexidade dos serviços oferecidos com qualidade e a base de ensino e ciência que existem, esse custo é pequeno para o orçamento público.O SUS é tripartite.Portanto, o Governo Federal, Estadual e Municipal precisam sentar numa mesa, conversar e decidir como e de onde virá o recurso para custear o financiamento do histórico, necessário e urgente funcionamento do Pronto Socorro do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina.O povo espera e cobra.Isso é pra já!!! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista