Gilberto Natalini SP

ENSINO MÉDICO: perigo de vida!!!

O Brasil possui hoje cerca de 500 mil médicos. A maioria deles concentrada nas grandes cidades, onde existem mais oportunidades de trabalho e maior oferta de serviços e conhecimentos. O interior do Brasil geralmente carece muito de atendimento médico por ausência de profissionais. Em 1975 o país tinha 73 Faculdades de Medicina, a maioria delas públicas como a FMUSP ou a Escola Paulista de Medicina, e poucas privadas, como a Santa Casa de São Paulo, porém de excelente qualidade no ensino. Hoje o Brasil possui cerca de 400 Escolas de Medicina, espalhadas por todo território nacional. Elas formam em torno de 40 mil médicos por ano. O grande problema identificado é a baixíssima qualidade do ensino médico em grande parte dessas faculdades. Muitas dessas faculdades não têm hospital escola, e há grande deficiência de professores de medicina, As mensalidades são pesadas, chegando a 10 e 15 mil reais por mês. Formam-se médicos sem qualificação adequada para atender os pacientes, deixando a população exposta à incompetência e imprudência no ato médico. Cada dia mais, temos contato com casos escabrosos de erros de diagnóstico e de conduta, praticados por esses “médicos” novos malformados em escolas médicas sem condições de formar bons profissionais, que também são vítimas desse processo. A causa desse descalabro na Medicina é a brutal comercialização e mercantilização do ensino e da prática médica. Alguns grandes grupos internacionais de ensino, como por exemplo, a CROTON, se apropriou do ensino superior do Brasil, comprando Universidades e Faculdades e abrindo inúmeras delas, entre essas, Escolas de Medicina. Esses “cursos” são muitas vezes financiados com verba pública, pelo FIES, e esse dinheiro todo vai parar nos bolsos desses “grupos educacionais”. O resultado disso é uma péssima qualidade do ensino superior brasileiro, entre eles a medicina, sendo que nesse caso são vidas humanas que estão no centro dessa barbárie educacional. Diante dessa “catástrofe”, as entidades médicas defendem há tempos o Exame de Proficiência Médica, que avaliaria os formandos de medicina antes de lhes outorgar o diploma profissional, que o autoriza a atender pacientes. Nunca se conseguiu aprovar isso em lei. Há um projeto no Senado (que foi barrado nas comissões) e sete projetos na Câmara Federal, propondo esse exame. Alguns há décadas, mas não prosperam. Os lobbys são intensos e não deixam aprovar. Agora, depois de toda essa situação calamitosa no ensino e no atendimento médico, que perpassou vários governos, após muita pressão das Entidades Médicas, o governo decidiu criar o ENAMED, que é uma prova para avaliar a qualidade do ensino das “Escolas Médicas” com a finalidade de tomar providências diante do descalabro do nível desse “ensino”. Mas, tendo em vista a poderosa pressão dos “grupos educacionais” que comercializam o ensino na maioria das Faculdades de Medicina no Brasil, só mesmo uma mobilização das entidades sérias de saúde e da população, poderão obrigar o Governo e o Congresso brasileiro a agir com firmeza para moralizar a formação médica no Brasil. Em nome da saúde e da vida! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

Manifestação contrária à aprovação do Projeto de lei nº 2159/2021

                                                                                                           São Paulo, 22 de maio de 2025. A AFPESP vem a público manifestar a sua preocupação e discordância em relação à aprovação do Projeto de Lei nº 2159/2021, o então chamado “PL da Devastação”. O texto aprovado no Senado Federal propõe alterações significativas nas regras do licenciamento ambiental no Brasil, enfraquecendo sobremaneira procedimentos que são essenciais para a análise e controle de impactos socioambientais. Entendemos que o desenvolvimento econômico deve caminhar lado a lado com a conservação ambiental, e que o licenciamento ambiental é um instrumento técnico, legítimo e necessário para garantir que obras e empreendimentos sejam planejados de forma responsável e sustentável. Neste sentido, apelamos aos Srs. parlamentares e demais autoridades competentes que reconsiderem o avanço do referido projeto, abrindo espaço para um debate mais aprofundado e transparente com a sociedade, a academia, os órgãos técnicos e o setor produtivo comprometido com a sustentabilidade, buscando assim, o melhor caminho para o desenvolvimento sustentável do Brasil. ARTUR MARQUES DA SILVA FILHO Presidente AFPESP GILBERTO TANOS NATALINI Coordenador de Meio Ambiente AFPESP

FILHOS DE PLÁSTICO!

Tenho dito que a humanidade está sofrendo o maior stress de sua história. Venho repetindo isso com convicção, pelo conjunto de sinais e sintomas que observamos no comportamento das pessoas: a violência que explode, as narrativas mentirosas, as fakenews, o aumento grande do número de depressivos e de suicídios, o individualismo crescente, a ganância sem limites, a espiritualidade mercenária, o consumo exagerado e perdulário e as guerras genocidas. Esses são alguns dos sintomas que já existem entre nós, mas que cresceram exponencialmente nos últimos tempos. Não vou tratar deles aqui com detalhes, pois precisaria falar das trapalhadas políticas, da crescente e vergonhosa desigualdade social, da degradação irresponsável do meio ambiente e da crise moral e ética que atravessa o Planeta e em particular o Brasil, com uma pandemia de criminalidade e corrupção. Mas, quero falar especificamente de um comportamento que aflorou agora, e que seria cômico, se não fosse patético. Claro que conhecemos a prática milenar do convívio entre os humanos e os animais. Mas esses são seres vivos, que retribuem afeto e serviços, e são companhia de vida de muita gente. Embora, também nesse caso haja cada vez mais exageros, onde os animais de estimação tomam o lugar da família distante ou ausente, e vemos uma pessoa ter mais amor por um pet do que por um filho. Isso existe. Mas o fenômeno do momento, me parece assustador. Filhos, pais, irmãos, parentes, amigos, vem sendo substituídos pelos chamados bebês reborn, os humanoides de silicone/plástico e inertes, frios e sem sentimentos que são adotados por homens e mulheres em todos os cantos. Nós sabemos que a convivência lúdica com bonecas, são praticadas há muito tempo por crianças e adultos. Há pessoas que têm coleções de bonecas como hobby, assim como meninos e homens têm a mesma prática lúdica com carrinhos e super-heróis. Porém, o que está acontecendo agora é muito diferente. Impulsionados por uma carência existencial, por desarranjos familiares e pela rede social, muitas pessoas transferiram seu afeto para humanoides de silicone ou borracha, e os tratam como entes queridíssimos, a ponto de querer levá-los aos serviços de saúde, ou exibi-los como seres vivos queridos. É claro que (sempre) existem os aproveitadores, que valendo-se da estranha onda, se jogam nas redes sociais e até em disputas judiciais em torno dos “filhos de silicone/plástico”, Um realismo fantástico e amalucado. Quando uma criança brincava com uma boneca ou um boneco, estava substituindo um filho ou um amigo/herói nas suas fantasias infantis. Mas quando um adulto compra um bebe reborn, leva pra casa, dedica-lhe afeto e bens materiais e agora exige que os serviços de saúde os atendam quando “ficam doentes”, estamos tratando de um novo capítulo da psiquiatria social, que ainda está estupefata com o fenômeno. Já não me espanto com mais nada olhando a humanidade e suas peripécias boas ou terríveis. Só sei que o stress humano é enorme e criativo. Seja para o bem ou para o mal. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

Saúde e sustentabilidade: a interdependência entre meio ambiente e bem-estar coletivo

Historicamente, a humanidade tem se posicionado como uma entidade separada e dominante sobre a natureza, explorando seus recursos de forma intensiva. No entanto, essa perspectiva tem levado a desequilíbrios ecológicos significativos, o que nos obriga a reconhecer que somos parte integrante do meio ambiente e que a nossa saúde e bem-estar estão intrinsecamente relacionados à manutenção dos ecossistemas. As mudanças antrópicas têm intensificado a ocorrência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, enchentes e secas, que impactam diretamente a saúde da população. Estudos indicam que 58% das doenças infecciosas conhecidas são agravadas por eventos climáticos extremos, devido ao aumento da proliferação de vetores e à contaminação de recursos hídricos. No Brasil, entre 2020 e 2023, o número de pessoas adoecidas devido a desastres naturais e eventos extremos aumentou de 54 mil para 157 mil, evidenciando a crescente vulnerabilidade da população. Adicionalmente, em 2022, a OMS estimou que mais de 13 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano são resultado de causas ambientais evitáveis. Essa constatação permite concluir que um meio ambiente enfermo é muito prejudicial à saúde do ser humano, razão pela qual, é necessário maximizar os esforços, a fim de preservá-lo e mantê-lo em boas condições. Pelo constatado, podemos observar como a diligência ou a negligência com o meio ambiente podem afetar diretamente a saúde humana. Diversas doenças e comorbidades que os profissionais da área da saúde referem podem estar relacionadas à degradação ambiental, tais como: doenças respiratórias, infecciosas e gastrointestinais. Diante dessa constatação, como devemos enfrentar e integrar saúde e meio ambiente? Neste sentido, o funcionalismo público desempenha um papel fundamental na implementação e execução de políticas que integram saúde e sustentabilidade. Profissionais de diversas áreas, como saúde, meio ambiente e defesa civil, são essenciais na elaboração de estratégias de prevenção, na resposta a emergências e na educação da população sobre práticas sustentáveis. Um exemplo disto, é o Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei nº 8.080/1990, sendo um marco na promoção da saúde pública no Brasil. Essa legislação reconhece que a saúde é influenciada por diversos fatores determinantes e condicionantes, que incluem: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade física, transporte, lazer e acesso aos serviços essenciais. Essa abordagem ressalta a importância de políticas públicas intersetoriais que integram saúde e sustentabilidade. Já o programa “São Paulo Sempre Alerta”, uma iniciativa em nível estadual, visa articular ações intersetoriais para fortalecer a infraestrutura preventiva e a segurança da população. A Secretaria de Estado da Saúde capacita equipes para lidar com os efeitos desses eventos, prevenindo surtos de doenças e garantindo o abastecimento de insumos essenciais. Investir em infraestrutura sustentável – como o saneamento básico – também é uma estratégia eficaz para a promoção da saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 20144), para cada dólar investido em saneamento básico, economiza-se US$ 4,30 em custos com saúde. A relação entre saúde e meio ambiente exige uma abordagem integrada e sustentável nas políticas públicas. O fortalecimento do SUS, aliado a investimentos em infraestrutura sustentável e à atuação proativa do funcionalismo público, é vital para mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos na saúde humana. A adoção de práticas sustentáveis e a promoção da equidade social são caminhos essenciais para garantir a resiliência das comunidades frente às mudanças climáticas e para assegurar a saúde e o bem-estar das futuras gerações. Portanto, cabe a nós decidir racionalmente o que é melhor. Enfrentar as nefastas consequências de nossas escolhas equivocadas até este momento, inclusive para as gerações futuras, ou assumir a responsabilidade que nos cabe para garantir um meio ambiente saudável e, por conseguinte, mitigar os riscos para a saúde humana? Por Gilberto Natalini e Ulysses Francisco Buono

Convite para Reunião: MÉDICOS PELO CLIMA!

Estamos convidando colegas médicos e médicas para participarem de uma reunião no dia 03 de junho próximo, onde conversaremos sobre a ciência médica, a prática da medicina, as instituições de saúde e de pesquisa e as ações sobre impactos das Mudanças Climáticas na vida humana. Já sabemos que vários agravos da saúde ocorrem por ação direta dos fenômenos climáticos extremos sobre as pessoas. O calor extremo tem adoecido e matado seres humanos. As enchentes das chuvas violentas também causam doenças, como por exemplo a leptospirose, e provocam mortes. As estiagens prolongadas e as secas severas, causam o stress hídrico, pela baixa humidade do ar e a quebra no fornecimento de água para consumo humano e a agricultura. A queda da umidade do ar somada à poluição, causa o aumento das doenças respiratórias, que abarrotam os prontos socorros em determinadas épocas. Além disso, a multiplicação e intensidade das viroses, como a dengue, a febre amarela, as gripes e outras, têm relação direta com os efeitos do aquecimento global. E ainda as amplas queimadas que destroem biomas e despejam uma enormidade de fumaça/fuligem no ar, também afetam o ambiente que vivemos. Constatados esses fatos, um número cada vez maior de médicos tem se preocupado e se dedicado a esses assuntos que dizem respeito à prática da medicina. Assim, nossa reunião é uma necessidade imperiosa para alinharmos ideias e organizarmos ações que impactem na saúde das pessoas. Estamos convidando colegas preocupados com o tema. Repetindo: nossa reunião presencial dos Médicos pelo Clima será no dia 03/06/2025, primeira terça-feira de junho, às 19.30h, no 12º andar da Associação Paulista de Medicina, na Av. Brigadeiro Luís Antonio, 278, Bela Vista – SP. Nós médicos e médicas, nunca nos negamos a participar das boas causas. Essa é mais uma! Contamos com a presença dos colegas. Saudações, Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

BRASIL: DE ESCÂNDALO EM ESCÂNDALO

Na minha vivência de brasileiro, como o restante de nosso povo, vi repetirem-se os escândalos pelo país afora. Ou melhor, adentro! Na ditadura militar, que durou 21 anos, a roubalheira era escondida por medidas de repressão. A mais singela delas eram os versos de Camões substituindo matérias que denunciavam o desvio de recursos públicos do regime militar. Tinha até ministro conhecido como Senhor 10%. Com a redemocratização as portas da transparência se abriram e a roubalheira veio à tona com mais facilidade. A questão é que elas foram sendo repetidas com mais frequência e maior intensidade, a cada ano que passa. As páginas da imprensa sobre política foram tomando forma de páginas policiais. São tantas as notícias de desmandos de corrupção em todos os poderes do país, que ninguém consegue memorizar as denúncias das falcatruas. E aquilo que no passado era roubo de milhões, hoje se transformou em desvio de bilhões. A corrupção no Brasil se institucionalizou nos 3 poderes da República, e o serviço público se transformou num grande negócio. E daí, a roubalheira se espalhou para fora da área pública, alcançando entidades da sociedade civil e da área privada. A corrupção tornou-se uma mania nacional. E nesse quesito da vida brasileira, a divisão clássica de “direita” e “esquerda” se tornou obsoleta e caricata, pois as duas vertentes “ideológicas” já chafurdaram no pântano da corrupção. Se falou que o montante de dinheiro surrupiado pela corrupção no Brasil chega a 200 bilhões de reais. Tenho a impressão que esse valor está subestimado. “Se eles roubam lá em cima, por que não posso roubar também???” Essa é uma frase comum que se houve na rua. A cada novo escândalo o Brasil morre mais um pouco como Nação. Nos últimos 20 anos tivemos o Mensalão, o Petrolão, o Emendão e agora o Consignadão. Isso sem falar dos escândalos paralelos que acontecem pelo país afora. Ao lado disso, e como consequência, a criminalidade comum e a violência aumentam a cada dia, infernizando a vida da população, e se tornando a principal preocupação dos brasileiros. A relação entre a corrupção e a criminalidade comum é umbilical. O policial corrupto é padrinho protetor do criminoso comum. O juiz corrupto é o padrinho protetor do agente público ladrão. Esses cenários se entrelaçam, se ajudam e se potencializam. É bastante difícil visualizar como o Brasil vai sair desse abismo. Somente uma consciência e uma ação coletiva, que se construir na mente e no coração da banda saudável do nosso povo, poderá enfrentar e derrotar esse cenário de falência moral do Brasil. Isso, se ocorrer, será demorado e traumático, e deverá ocorrer sempre, nos marcos da democracia. Junto com a batalha por maior equidade social e pelo desenvolvimento econômico com sustentabilidade, esse é o imenso desafio do Brasil! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

UMA FÁBULA CHAMADA BRASIL

Era uma vez um país que construiu sua história num cenário de injustiças e desigualdades sociais, violência, criminalidade e muita, mas muita corrupção. E essa história triste veio aumentando de intensidade no decorrer das décadas até chegar aos tempos atuais. Essa realidade empobreceu seu povo, embora seja um país rico em recursos naturais, e com uma economia muito forte. Essa realidade entristeceu seu povo, embora seja composto de uma diversidade étnica e cultural, imensa, que lhe trouxe toda a criatividade do mundo. Essa realidade embruteceu seu povo, que se acostumou em ver corpos humanos vivos e mortos jogados pelas ruas, e em viver em meio de escândalos e quadrilhas todos os dias. Isso não é uma fábula! Isso é o Brasil!! Nos últimos 40 anos, tivemos três presidentes dessa República presos por corrupção. E mais um que pode ser preso agora. Tivemos também mais 2 presidentes cassados em seus mandatos. Somos campeões mundiais em escândalos de corrupção. Todo ano tem um, ou mais de um, cada qual maior que o outro. Os quatro últimos mais famosos, o Mensalão, o Petrolão, o Emendão e agora o Consignadão.Surrupiaram muitos bilhões do dinheiro público e privado. A impunidade é obscena na maioria dos casos. A justiça troca de opinião como se troca de roupa num desfile de moda. A política é vista pela Nação como uma Sodoma e Gomorra dos tempos modernos. O final feliz dessa fábula chamada Brasil é cada vez mais distante. É uma tarefa gigante de todo um povo reverter essa realidade de nosso país. Não desistiremos nunca. Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

SIMPLESMENTE FRANCISCO

Todos nós somos mortais. A única coisa que podemos ter certeza quando nascemos é que um dia, mais cedo ou mais tarde, a vida se finda. Esse é o grande dilema existencial do ser humano. Há pouco se foi uma pessoa de grande estatura: o Papa Francisco. Não só por ser o chefe da religião católica, por ser o chefe de Estado do Vaticano, por liderar 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo.Mas, principalmente, por sua postura e suas posições pessoais. Francisco tinha uma linha de conduta de pregar e praticar a simplicidade, a humanidade, a solidariedade, o compromisso com os demais desvalidos. Francisco enfrentou a pesada máquina da Cúria Romana, com suas tradições e dogmas, já superados pela realidade do mundo atual. Adaptou os ritos e as regras católicas aos tempos de hoje, na medida de suas forças e apoios. Trouxe a Igreja para mais próximo do que Cristo pregava. “Quem sou eu para julgar”? Foi a frase que disse sobre os homossexuais. Trouxe mulheres para dentro da Cúria Romana, em cargos de comando. Pregou a Paz o tempo inteiro, mostrando o quanto a guerra é ignóbil. Condenou o terrorismo, o fanatismo, o fundamentalismo, se aproximando de todos os credos e todas as raças. Ultrapassou fronteiras ideológicas, mostrando o quanto a polarização é tóxica para a existência humana. Criticou o tempo inteiro a usura, a concentração de renda, a desigualdade social, a fome e a miséria. Pregou o acolhimento aos imigrantes, e aos flagelados e exilados. E por cima de tudo defendeu e militou na causa do Planeta. A insistência na preservação ambiental e climática foi para ele um mote de vida. Francisco tinha paixão pela existência humana. Fez o que pôde nesse mundo transtornado pelas mazelas da humanidade. Derrubou muros e construiu pontes dentro das limitações de um Papa. Francisco se foi! Francisco fica em nós, pelo seu exemplo! Viva Francisco, o Papa! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

TRUMP, O LOUCO DO MAL!!!

É bem difícil para uma pessoa comum entender o que Trump quer fazer com suas atitudes políticas e econômicas.Acho que para os entendidos, estudiosos e ativistas políticos, também é uma situação confusa as decisões e contra decisões do presidente dos EUA.Sabemos que ele ganhou os votos dos americanos e a eleição com a frase “America first” que engloba todo um conceito nacionalista, isolacionista e autocrático, de retomar o esplendor dos Estados Unidos.Esse país, que domina a geopolítica e a economia do mundo, pelo bem e pelo mal, desde o fim da 2ª guerra mundial, sofreu as erosões estruturais do processo de globalização e foi perdendo o glamour, poder e mercado no decorrer dos últimos tempos.Os americanos são super consumidores, com um consumo exagerado e perdulário, e vão sentindo sua economia se contrair.É aí que o discurso Trump, de voltar-se para dentro, pega em grande parte do povo americano.Trump é um líder conservador extremista. Um desconstruidor da democracia liberal, um líder autocrático.Seu alinhamento mundial é com esse tipo de gente.Mas, com suas decisões econômicas, extremamente protecionistas, com taxações astronômicas, Trump quebrou a cara e se ajoelhou para a realidade da economia globalizada.O mundo se revoltou contra ele e os EUA viveu um isolamento imenso, de todas as partes e governos.A reação foi proporcional às maluquices de Trump.Ele foi e voltou várias vezes, esbravejou e gemeu muitas vezes, e todos viram que o tigre era de fato de papel.Trump representa o lado autocrático do mundo, que hoje não está mais dividido entre direita e esquerda, mas entre democracia e autocracia. E a autocracia vem ganhando terreno, uma vez que as democracias liberais não dão resposta aos graves problemas da concentração de renda, da imensa desigualdade social, da fome e da miséria, da degradação desenfreada do Planeta, das mudanças climáticas, da deterioração dos costumes e dos ritos sociais, da violência e da criminalidade crescente, da imigração desenfreada. Mas as autocracias também não!A eleição de Trump é fruto da soma disso tudo.Mas sua saga já encontrou barreiras. O mundo inteiro reagiu às suas ideias alopradas.Ele topou de frente com a China, que quadriplicou a aposta e fez o tigre louco miar como um gatinho.Internamente a resistência vai crescendo. Há poucos dias 1000 cidades americanas fizeram protestos robustos contra ele.Dentro do seu governo, seus conselheiros bilionários brigam entre si.Não podemos prever o que será feito do mandato de Trump. Mas avistamos muitas turbulências políticas e econômicas, que poderão inviabilizar o seu governo.Cabe às pessoas de bom senso, defender sempre a colaboração internacional, a democracia e a liberdade, o livre comércio, as medidas humanitárias, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.Me incluo entre eles! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista